terça-feira, 19 de outubro de 2010

DAMÁSIO DIXIT


Mensagem recebida do nosso leitor Augusto Kuettner Magalhães:

Mais uma excelente entrevista na revista Pública, a António Damásio, o neurocientista português a ensinar, investigar e escrever nos Estados Unidos. Grande cientista português!

Sem medos e sem tabus estuda o cérebro, a consciência, as emoções, o eu.

Frases interessantes da entrevista:

- Gosto de escrever e gosto de conseguir explicar bem o que penso.

- Não há razão nenhuma para que os artigos científicos sejam escritos de forma maçadora, num mau estilo ou numa língua pouco trabalhada. Devem ser tão bem escritos como as peças literárias.

- …há também pessoas que suspeitam ou temem que tanta biologia, que uma abordagem tão com pletamente biológica do ser humanos, possa de algum modo reduzir a dignidade humana.

- … como é que nasce a mente, como é que nasce o eu e como é que se constrói a mente consciente?

- a criação da mente propriamente dita reside na capacidade que o cérebro tem de criar mapas neurais que vão dar origem a imagens.

- … são imagens que começam a ser geradas ao nível do tronco cerebral, numa região do cérebro que está naquilo que eu descrevo no livro como uma união, uma fusão praticamente completa com o corpo.

- Quando olhamos para o mar, não vemos apenas o azul do mar, sentimos que estamos a viver esse momento de percepção.

- A ínsula é um córtex com uma parte mais moderna e permite repetir com maior pormenor aquilo que já está no tronco cerebral em matéria de sentimentos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Uma coisa é ciência, outra é divulgação científica.

A minha observação advém da citação de AD "Não há razão nenhuma para que os artigos científicos sejam escritos de forma maçadora, num mau estilo ou numa língua pouco trabalhada. Devem ser tão bem escritos como as peças literárias."

Os artigos científicos são maçadores para os leigos - mas não é a estes que são dirigidos; da experiência que tenho, a língua e o estilo destes são apropriados para o público alvo.

Concedo que tenho algumas reservas quanto à divulgação científica. Talvez pelos textos que tenho lido; acabam por tentar explicar coisas simples de forma arrevesada e imprecisa para o leigo entender - mas no fundo, são estes os destinatários. Para não falar de alguns textos de divulgação científica de autores nacionais, que não dizem absolutamente nada. Puro exercício de escrita em tempos de ócio.

Não estou a generalizar. Apenas a deixar uma impressão pessoal da leitura de alguns poucos textos de divulgação que li.

E já agora Sr. A. K. Magalhães, dizer que António Damásio "Sem medos e sem tabus estuda o cérebro, a consciência, as emoções, o eu." não me parece diferenciador nem elogioso; em princípio, "sem medos e sem tabus" são as bases do trabalho de qualquer cientista. Pensa que quem estuda o cérebro (ou qualquer outra ciência) tem medos e tabus? Desculpe-me mas parece-me elogio bacoco, sem desprimor, obviamente, para o trabalho científico do António Damásio.

De qualquer modo, é sempre giro ter um livro do António Damásio na estante, mesmo que dele nada se entenda mas que dê para mostrar alguma erudição numa conversa de café com os vizinhos.

É apenas a minha visão, contestável, sobre os livros de divulgação científica ("for dummies", diria eu, ou na boa tradução portuguesa, para totós).

Cruz Gaspar

Anónimo disse...

Eu penso que qualquer matéria científica, para conseguir chegar junto do grande público, poderá perder algum do seu rigor durante o processo de "adaptação" do rigor da linguagem científica patente num artigo científico relativamente ao artigo de uma revista de divulgação científica como a SuperInteressante, por exemplo, que se vende precisamente a si própria puxando um bocado pelo linguarejo de despertar o sentimento de curiosidade junto dos leitores. E, para conseguir isso é claro, se calhar a linguagem usada para criar um tópico do artigo na SuperInteressante tenha de perder o seu carácter de rigor científico.
Há uns anos, no programa da manhã da RTP, uma investigadora insistia em que se usasse o termo "dinossáurio" em vez do vulgar "dinossauro" quando se falava de notícias sobre dinossauros junto do grande público, está bem, tem razão. Mas ao tar a referir isso também é ser mais papista que o próprio papa. Que diferença faz !?
O que importa é realçar os aspectos mais interessantes de determinada matéria científica, sem claro, prejudicar o rigor da informação, mas por vezes, o rigor pode ser como um "cadeado" que nos mantem presos, impedindo a liberdade creativa de expôr a matéria criativa usando a linguagem mais adequada junto de um público não versado em matérias científicas.

Augusto Küttner de Magalhaes disse...

Caro Cruz Gaspar (DR, PROF, ENG, EXECUTIVO), de facto pode ser uma opção ter um livro de Antonio Damásio para na estante mostrar aos amigos.

Pena que não me lembrei disso, quando comprei o livro, dado que fui para o de preço mais baixo, que não tem capa dura, mas para a próxima irei comprar o que melhor me ficará na estante.


Mas , gostaria também de o esclarecer, que não tendo a sua cultura e erudição, necessito que as abordagens a estes temas sejam mais facilitadas, para eu entender.
Assim, espero que fique esclarecido.
E espero que pense sempre que não leio livros, unicamente quando consigo algum dinheiro, os compro para nas estantes colocar!!!
um abraço

augusto Küttner de magalhaes

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Nem apreciei o posted.

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