Com a devida vénia transcrevo, com correcção de pequenas gralhas, notícia do "Jornal de Notícias", que se serve de declarações que fiz hoje à Agência Lusa sobre o trabalho de físicos portugueses sobre o grafeno, que em parte resultou de colaboração com os laureados Nobel. Hoje, o Nuno Peres (à esquerda), o João Lopes dos Santos (à direita) e o Eduardo Castro (que ganhou neste ano o Prémio Bragança Gil da Sociedade Portuguesa de Física para a melhor tese de doutoramento em Física) estão também de parabéns!
"Três físicos portugueses João Lopes dos Santos, Nuno Peres e Eduardo Castro publicaram trabalhos científicos com os investigadores de origem russa André Geim e Konstantin Novoselov, galardoados hoje, terça-feira, com o prémio Nobel da Física.
Os trabalhos feitos em conjunto pelos três físicos portugueses e por André Geim e Konstantin Novoselov estão referidos num comunicado da academia sueca sobre o prémio.
Os dois galardoados foram responsáveis pela descoberta do grafeno, a forma bidimensional do carbono, com a espessura de apenas um átomo, no Centro de Nanotecnologia da Universidade de Manchester, no final de 2004.
O físico da Universidade de Coimbra Carlos Fiolhais congratulou-se com a entrega do prémio aos dois investigadores, algo que considerou "não ser muito normal no Nobel" dado que a descoberta é muito recente e salientou os trabalhos que ambos fizeram com investigadores portugueses.
"É fantástico para o nosso país haver portugueses a fazerem trabalhos com físicos reconhecidos e isso ser referenciado no comunicado da Academia", disse à agência Lusa.
Em 2007 foi publicado um artigo na revista Physical Review Letters elaborado por Novoselov, Geim e pelos três físicos portugueses.
No ano seguinte a revista Science publicou outro artigo da autoria de Greim e Novoselov e que contou com a participação de Nuno Peres, da Universidade do Minho.
Carlos Fiolhais explicou à Lusa de que se trata esta descoberta agora premiada a partir do elemento de carbono, um elemento muito comum que existe sobre várias formas como a grafite (lápis) ou o diamante.
"Os dois investigadores isolaram uma única folha de grafite (grafeno), que tem apenas a grossura de um átomo de carbono" explicou.
O investigador adiantou que a descoberta foi feita "por tentativa e erro" e que foi conseguida quando utilizaram "fita-cola".
"Colaram fita-cola na grafite, fizeram-no várias vezes e conseguiram diminuir a espessura da parte que arrancaram", acrescentou.
Quanto à aplicação prática desta descoberta, Carlos Fiolhais referiu as possíveis aplicações na electrónica, para fazer transístores.
"Ainda é cedo, mas há a promessa de se poder fazer transístores mais pequenos, electrónica mais leve, a utilizar nos computadores porque o grafeno é um material bom condutor, extremamente leve e fino", explicou.
Há a hipótese, segundo Carlos Fiolhais, de o carbono poder suceder ao silício nos transístores."
3 comentários:
A HONRA DO CONVENTO
Nem tudo, ha que dizê-lo, em Portugal
vai francamente mal: há um sector
que, desde logo, pelo seu valor
ainda não nos deixa ficar mal.
Fora do que se tem por humanismo
em letargia ou quase mesmo ausência,
refiro-me aos domínios da ciência
com todo o seu concreto pragmatismo.
Aqui se avança e se investiga a sério
a par do que se faz noutros países
com semelhante, idêntico critério.
Tomando os cientistas por juízes
de lá de fora, eu digo com vaidade
que nem tudo entre nós é vacuidade!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Ganhámos o Nobel da Física!!!! Uau
Finalment....não!
Então?
Ah!
Ouve uma referência aos investigadores portugueses no comunicado da Academia Sueca!
Oh!
Mas também podiam ter referido o tipo ou miúda que inventarou a fita cola.
Artur
Então o Lopes dos Santos tem andado estes últimos anos metido no grafeno...
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