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Como é habitual e porque nos faz pensar destacamos a opinião de J. L. Pio de Abreu no "Destak" de hoje:
O mercado livre que nos rege está cheio de truques contra a sua própria lógica. São esses truques que permitem que o mundo se divida em países produtores, que se enchem de dinheiro, e países consumidores, que têm de pedir emprestado.
O principal exemplo é o da China, que produz e acumula dinheiro, e dos Estados Unidos, que consomem e se tornam devedores. Acontece que quem lhes empresta dinheiro é a própria China, pois lhe convém que tudo continue assim e ainda enriquece com os juros.
O truque é o facto da moeda chinesa não entrar no mercado livre. Se entrasse, ela subiria de valor, os produtos seriam mais caros e, portanto, menos competitivos, deixariam de se vender e existiria crise e desemprego na China. Os dirigentes chineses calculam que um aumento superior a 3% no valor da sua moeda teria efeitos catastróficos.
Na Eurolândia, a Alemanha é produtora e os restantes países são consumidores. Mas aqui, o truque é o Euro que permite à Alemanha vender a preços competitivos para os países que têm a mesma moeda mas que a pedem emprestada.
Se a Alemanha saísse do Euro, a sua moeda subiria de valor, os produtos ficariam mais caros, ninguém os comprava, e lá teríamos a Alemanha com uma crise económica e desemprego. Os outros países tornavam-se mais competitivos e veriam a economia crescer.
O país mais interessado no Euro é a Alemanha. Não se compreende pois como todos os outros cedem ao braço de ferro da Senhora Merkel.
J. L. Pio de Abreu
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