segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Livro infantil "A História do Zeca Garro"


Informação recebida da editora "O Contador de Histórias":

"A História do Zeca Garro" , a lançar em Setembro, é o primeiro volume da colecção "Histórias em Erupção", uma parceria d'Os Montanheiros e da Editora O Contador de Histórias. Escrito em conjunto por Filipe Lopes (promotor de leitura e
contador de histórias) e por Carla Goulart Silva (bióloga e directora da Ecoteca do Pico), o livro pretende ser um material lúdico que simultaneamente sensibilize para a preservação de uma espécie cuja maioria da população mundial nidifica no arquipélago dos Açores. Bernardo Carvalho foi o ilustrador convidado, tendo em conta a sua enorme experiência em produção de material didáctico.

De facto, os cagarros (também conhecidos como cagarras ou pardelas) são aves marinhas, bem conhecidas dos açorianos pelo seu canto característico de difícil definição: um gato a miar, um bebé a chorar, um sapo a coaxar são algumas das comparações que se procuram para um tipo de vocalização única e incomparável.

Na história infantil idealizada por Carla Goulart Silva e Filipe Lopes, o personagem principal é uma cria de cagarro, o Zeca. Este vai ser confrontado com algumas das dificuldades que surgem aos juvenis da espécie: os progenitores voam para os mares do sul deixando os jovens cagarros até que estes tenham capacidades físicas de iniciar a viagem. Em terra, procurando orientar-se pelas estrelas, os cagarros são atraídos pela luz artificial, fazendo com que alguns sejam atropelados nas estradas, enquanto procuram o mar e o início da migração. O conto procura alertar para estes problemas e para como é possível, até para os mais pequenos, fazer algo para a sua preservação.

Nas entrelinhas da história ficam também alguns valores que devem estar presentes na vida das famílias (humanas ou não): o amor, a compreensão, a tolerância, a solidariedade. A abordagem escolhida permite também fazer um paralelismo com um fenómeno bem conhecido dos açorianos: a emigração e o retorno à terra natal.

Destinado a crianças entre os 3 e os 12 anos, "A História do Zeca Garro" será lançado no mês de Setembro, acompanhando o início das campanhas de informação que se estendem até ao final de Novembro, período em que se desenrolam as migrações a partir dos Açores. A obra inclui algumas sugestões de trabalho para os pais e educadores que queiram potenciar o conteúdo do livro. Realizar-se-ão também algumas oficinas formativas em diversas ilhas.

Os Montanheiros é uma Organização Não Governamental de Ambiente, presente nas ilhas Terceira, Pico e S. Jorge. Inicia uma colaboração a nível editorial com O Contador de Histórias a partir da colecção "Histórias em Erupção", que pretende abordar temas relacionados com a protecção ambiental, de forma descontraída, para os mais novos. Para a editora tomarense é mais uma incursão num campo a que tem dado primazia.

Para os autores é a primeira experiência em livro. Filipe Lopes é editor e está habituado a contar histórias dos outros. Carla G. Silva também trabalha regularmente com crianças tendo surgido da sua experiência a necessidade de criar uma forma alternativa de tratar o tema com os mais pequenos, que são, afinal, aqueles que muitas vezes podem ajudar a mudar as atitudes.

Mais informações: Editora O Contador de Histórias
Morada: Apartado 139 2304-909 Tomar
Telefones: 91 2568944 e 91 4961072
Correio electrónico: geral@ocontadordehistorias.com
Internet: www.ocontadordehistorias.com
Blog: historiasdocontador.blogspot.com

3 comentários:

Anónimo disse...

Algumas curiosidades sobre o cagarro
O cagarro (Calonectris diomedea) é de facto a pardela-de-bico-amarelo, mas nos Açores ninguém o conhece por esse nome, nem sequer por cagarra, apesar de haver em Santa Maria um sítio, numa zona de costa próxima do aeroporto, que se chama Cagarra. (Era costume os habitantes de Santana irem a esse sítio recolher sal que se formava nas poças das rochas.) Os naturais dessa mesma ilha têm a alcunha de “cagarros”, dada a extraordinária abundância deles que lá houve em tempos.
Segundo Gaspar Frutuoso, as “pardelas” (ele, sim, usava este termo) eram muito caçadas para aproveitamento da sua gordura para iluminação e mesmo da carne para alimentação. Mas já naquele tempo deve ter havido um fenómeno qualquer que fez baixar drasticamente o seu número (o que Frutuoso atribuiu a castigo divino), o qual foi depois recuperado rapidamente.
Os cagarros, que vivem cerca de quarenta anos, acasalam quando têm oito e o par só se desfaz pela morte de um deles. Procuram normalmente sempre o mesmo ninho. Durante as longas viagens de migração não comem. Se um dos membros do casal adoece na viagem, o outro fica a seu lado até que ele recupere ou morra. Eu mesmo já assisti a esta dedicação comovente. Cheguei a levar-lhes chicharros (carapaus), e não lhes tocaram. Isto durante uns três dias, até que dei com um deles morto, já sozinho.

Anónimo disse...

Não poucas vezes, o chamado reino animal dá lições de "humanidade" que em muito ultrapassam as dos humanos. Saibamos dela tirar as devidas ilações, ou mesmo lições de vida, num "mundo cão" em que os valores morais se secundarizam ou quase desaparecem.

E, principalmente, delas sermos merecedores através do exemplo pessoal. "Dar o exemplo não é a melhor maneira de inflenciar os outros - é a única", disse-o Albert Schweitzer (Prémio Nobel da Paz, 1952), filósofo, que, depois de formado em Medicina, se dedicou aos seus irmão leprosos no deserto de Lambarané, no Gabão.

Num mundo humano quase órfão de ética, ou como uma ética feita ou retorcida à medida de interesses pessoais, saibamos saudar Daniel de Sá pelo seu oportuno comentário. Eu saúdo-o!

Anónimo disse...

Eu gostava de comprar esse livro
Meu mail sandraelaura.sv@gmail.com
Obrigada

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