quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Crítica, direito político e direito epistémico

Quando se critica as afirmações dos partidários da New Age, do criacionismo ou de outras posições irracionalistas ou que defendem a superação da racionalidade pela trans-racionalidade, surgem por vezes dois tipos de confusões relacionadas. A primeira é que tal tipo de crítica é uma espécie de “policiamento” do pensamento; a segunda é que tal crítica é uma forma de tentar impedir o direito dessas pessoas a pensarem e divulgarem o que pensam e divulgam.

Comecemos pela primeira. Se não formos intelectualmente hipócritas, e se acreditamos firmemente em algo, seremos os primeiros a desejar testar cuidadosamente tais ideias, pois quereremos acreditar nisso por ser verdade e não por ser uma ilusão que só parece plausível na ausência de crítica e exame cuidadoso. Na realidade, essa foi a novidade introduzida pelos cientistas e filósofos gregos: o exame cuidadoso de todas as ideias. Não se trata de escolher previamente um método, o “método racional”, ou o “método científico” — trata-se apenas de examinar cuidada e criticamente tais ideias, tentar imaginar alternativas, colocá-las em causa, levantar objecções, testar os seus resultados, etc. Assim, quando estamos a fazer isto com as afirmações criacionistas ou da New Age ou da trans-racionalidade ou do que quer que seja estamos apenas a fazer o que fazemos, como profissionais de ciência ou de filosofia ou de história, nas nossas áreas respectivas.

Infelizmente, muitas pessoas têm uma ideia errada da actividade académica séria, por causa do mau ensino a que foram submetidos: pensam que o que caracteriza a ciência, por exemplo, é apenas os resultados e não a atitude crítica de os procurar e avaliar cuidadosamente. E assim, para estas pessoas, é apenas uma questão de conflito de autoridades: de um lado está um guru da New Age, ou um pensador qualquer, ou um astrólogo, e do outro os cientistas e os racionalistas chatos e de vistas curtas. Mas isto é um engano: a questão nada tem a ver com autoridades, mas apenas com a atitude crítica. Tudo o que fazemos é ser tão críticos em relação à New Age, ao criacionismo e a outras coisas do género como somos em relação à ciência, à filosofia, etc.

A hipocrisia dos partidários destas manifestações irracionalistas ou trans-racionalistas é que se há um elemento qualquer da ciência ou da filosofia ou da história que lhes seja favorável, aproveitam-se dele — porque querem aproveitar o prestígio académico da ciência, da filosofia ou da história. Mas quando a mesmíssima atitude crítica que está na origem do prestígio destas áreas mostra que a New Age ou o criacionismo ou a energia quântica do Ser são puras patranhas intelectuais... lá vem a conversa de que é preciso superar a racionalidade, que há coisas que estão “para lá” da atitude crítica, que é preciso primeiro aceitá-las como verdadeiras para depois vermos que são verdadeiras (seria estranho aceitar dogmaticamente algo como verdadeiro e depois descobrir que afinal é falso — se proibimos o pensamento crítico em certas áreas do pensamento, é natural que nunca coloquemos em causa os artigos de fé dessas áreas, mas isso em nada os torna mais provavelmente verdadeiros).

Portanto, tudo o que qualquer defensor da racionalidade defende é isto: sejam críticos em relação à ciência, à filosofia, à história, porque se o não forem serão maus cientistas, filósofos ou historiadores. Mas usem precisamente o mesmo sentido crítico em todas as outras áreas — da New Age à política, da religião ao ensino. O primeiro sinal de patranha e hipocrisia intelectual e emocional é o erguer de muros que visam proteger algo da crítica — não se pode usar a crítica aqui porque é “redutor”, porque a realidade ultrapassa o pensamento, porque o sentir é uma “dimensão outra” do ser humano, porque é blasfemo pôr em causa a tradição religiosa secular, porque o método científico é muito limitado, porque a racionalidade está ultrapassada, etc. Trocando por miúdos, o que isto quer dizer é: “não me venham com perguntas difíceis, que me lixam o meu sistema de crenças, confortável e seguro, pois eu quero que isto seja verdade — afinal, não era tão bom que fosse mesmo verdade?”

Quanto ao segundo aspecto, é uma confusão pensar que debater criticamente o disparate equivale a não reconhecer às pessoas o direito a pensar o que quiserem. Quando se avalia criticamente uma ideia o que está em causa não é o direito político ou social de tal ideia ser defendida ou praticada, mas antes o direito epistémico para tal. Ou seja, trata-se apenas de mostrar que tais ideias são falsas ou que não há bases sólidas para acreditar nelas — mas daí não se segue de modo algum que as pessoas devam ser proibidas de pensar tais coisas.

Este é um aspecto que merece outro post: a dificuldade que as pessoas têm em compreender o que é a tolerância. Não pode haver tolerância se formos relativistas e acharmos que todas as perspectivas são “válidas”, pois seria muito estranho não tolerar o que reconhecemos que é “uma verdade” entre outras. A verdadeira tolerância é alguém achar que o criacionismo (ou a New Age ou o Reiki ou sei lá que outras patranhas irracionalistas) é um completo disparate, por exemplo, mas defender energicamente o direito que tais pessoas têm de ser e divulgar o criacionismo. Eu lamento que haja pessoas dessas, gostaria que a humanidade fosse composta por pessoas mais racionais, mas defendo o direito que as pessoas têm de ser como são.

Note-se que é possível defender que uma desvirtude epistémica é também uma desvirtude moral (e eu concordo com isto), mas também daqui não se segue que as pessoas devam ser proibidas de cometer a desvirtude epistémica de acreditar sem razões sólidas na bruxaria ou no criacionismo ou no judaísmo ou no islamismo ou no cristianismo... ou na ciência, pois muitas pessoas acreditam tão irracionalmente na ciência como outros acreditam na Bíblia.

50 comentários:

Palmira F. da Silva disse...

Desi:

O teu texto está simplesmente fantástico :-)

Muito obrigado :-)

Anónimo disse...

Gralha, digo eu! deve dizer «obrigada».

Fernando Dias disse...

Já tinha saudades de textos como este de Desidério Murcho!
Também agradeço.
Assim, muitas coisas se tornam mais claras.

José Oliveira disse...

Olá outra vez:

Na minha opinião (e partindo sempre do princípio que estou errado...) a maior parte destas questões são ideológicas.

Ou não serão?

Quando as pessoas que acreditam neste tipo de coisas, tipo curas New Age e por aí fora, acusam os cientistas de os atacarem, é para mim sinal de crenças muito enraizadas ques as pessoas têm, e que não querem largar "facilmente."

Crenças tão enraizadas que as pessoas se recusam pura e simplesmente a usar qualquer instrumento da razão ou do pensamento para as porem em causa. Não sei se serão estas as características das ideologias, mas pelo menos serão assim em parte... Mas tenho que ir ler mais sobre o assunto...

Também eu agradeço por mais um post muito bom.

Cumprimentos,

José Oliveira.

Joana disse...

Também agradeço efusivamente este post. Simplesmente brilhante!

A minha ignorância de filosofia impede-me de explicar tão bem porque são tão irritantes para qualquer cientista as pestes que por um lado recusam submeter as suas IDiotias ao método científico e por outro lado ganem que os malvados dos cientistas são uns malvados duns intolerantes que não reconhecem como ciência essas IDiotias.

E depois ululam que os cientistas são "dogmáticos" e arrogantes. Os cientistas são humildes e reconhecem os limites do nosso conhecimento.

A ciência não expplica as coisas de uma posição de ignorância, mas investiga o desconhecido até perceber as coisas com base nas evidências empíricas.

A abordagem religiosa e supersticiosa que ulula saber as respostas sem evidências, só pela "fé", é que é arrogante. Insuportavelmente arrogante.

E eu achar que as IDiotias são insuportavelmente arrogantes no alto da sua ignorância não quer dizer que sou intolerante. A tolerância refere-se a pessoas, não a patetadas.

O que é giro é que os que mais ululam contra a intolerância "cientifista" e ateia que diz com todas as letras que as IDiotias são idiotias são os que mais ululam contra os malvados dos "liberais" que os obrigam a tolerar pecadores, abortistas, sodomistas e que tais.

Mas vá-se lá falar em honestidade intelectual a esta gente...

cs disse...

brilhante. simplesmente brilhante

Anónimo disse...

PREGAÇÃO SEM “CHIPS”


ORÊDES [orai para as paredes e esperai pela resposta em multimédia, com assinatura “encriptada”]

ARREBENTEI-VOS [explodi de arrependimento, como Judas Iscariote [Actos, 1:18] no campo que ele comprara com as 30 moedas de prata ]

DONAI-VOS [doai todos os vossos pertences aos “profissionais na intermediação da palavra”, porque para eles o fim do mundo não se aproxima inexoravelmente … ]


MAS PRIMEIRO FAZEI O DESENCAPOTAMENTO TOTAL [SEM ADEREÇOS ... ] E IDE AO "SHOW DA FÉZADA" DO R.R.SOARES !

Anónimo disse...

A propósito de crítica, julgo que seria interessante analisar o seguinte artigo, respeitante ao "global warming" :

http://www.norcalblogs.com/watts/2007/08/guest_weblog_a_report_from_the.html

Jorge Oliveira

Anónimo disse...

Também gostei bastante deste texto sobre o direito à crítica e pela racionalidade, assim como do comentário do professor no seu anterior post. Percebo no seu penúltimo parágrafo a defesa do direito de liberdade de opção e do dever de tolerância mas, parece-me que são exactamente esses, os pontos fracos da irracionalidade. Por regra, os defensores de irracionalidades sentem-se atingidos pela racionalidade e isso impede-os de serem tolerantes e aceitarem as diferenças. Já quem procura ser racional, não tem a falta de razão como inimiga, pois, ela é só um passo para a racionalidade. Relativamente ainda à tolerância, não será demais lembrar que a irracionalidade está frequentemente associada às fases mais negras da História humana sendo sempre difícil ter certezas de quais os momentos em que nos movimentamos no gume da navalha.
Mas, uma coisa é certa, o sentido crítico só pode ser exercido se estiver disponível o instrumento do conhecimento que tanta gente procurar desvalorizar e, nesse sentido, só tenho (e não estou sozinho com toda a certeza) que agradecer a todos os autores deste blog.

Artur Figueiredo

Gabriel Peregrino disse...

Estou quase 100% de acordo consigo, principalmente quando refere que a verdadeira tolerância consiste em defender a liberdade de quem não pensa como nós. Para mim, a tolerância é uma necessidade social, uma vez que é a única forma de garantir a paz e a ordem nas sociedades humanas. Na verdade, se todos pensassem de igual forma, não seria necessária tolerância (e provavelmente não seríamos livres). A tolerância é também a única forma de garantir a minha própria liberdade de crer e de pensar. Por isso sou contra a atitude de muitas pessoas que tentam iluminar as cabeças alheias com aquilo que consideram ser a sua verdade. E repare que o 'policiamento' do pensamento tem muitas faces, e nem sempre necessita do apoio do longo braço da Lei. Não conheço um único exemplo na História em que o proselitismo e o zelo excessivo tenham produzido bons frutos. Para concluir, e quanto à liberdade para se ser intelectualmente desonesto? Não será o Homem livre para não sujeitar as suas crenças ao teste? Se assim for mais feliz, quem somos nós para o tentarmos convencer do contrário? That's my point.

Anónimo disse...

Gostava de colocar uma questão ao Desidério Murcho. Eu acredito em Deus, sem ter provas 'materiais' da sua existência. Logo, a minha crença em Deus é irracional, uma vez que não posso provar nada (nem quero). Mas sinto essa existência divina, de uma forma que não sei explicar. Da mesma forma que, por exemplo, sinto que amo a minha família. Não posso provar que os amo (os simples gestos não provam nada), mas é algo que sinto como verdadeiro. O amor não se vê, mas existe. Eu sei que existir não é uma característica daquilo que se pensa ou sente, mas a verdade é que sinto que algo existe sem que o possa provar. Isso faz de mim intelectualmente desonesto?

Anónimo disse...

Os posts do Desidério Murcho são essencialmente palavreado balofo.
Lamento dizê-lo, mas é verdade.

Os mesmos precisam de ser analisados criticamente.

Qual é o fundamento da racionalidade para quem, como os ateus, acha que tudo resultou de um acidente cósmico e que o próprio pensamento é o resultado de reacções químicas aleatórias?

Muito mais racionais são os criacionistas que começam a raciocinar a partir de Deus (Logos), no pressuposto de que o Universo foi criado racionalmente para ser entendido racionalmente por pessoas racionais.

Todos temos que começar a pensar a partir de pressuposições básicas, uma vez que não disposmos de informação completa sobre o Universo e a Vida.


É com base nos seus pressupostos que os criacionistas são críticos do naturalismo.

Este não dispõe de qualquer base sólida para a racionalidade, na medida em que nem sequer garante a racionalidade do cosmos nem a razão humana, visto que pressupõe que tudo é produto de processos aleatórios.

O Desidério Murcho acredita em quê?

Acredita que o Universo se criou a ele próprio a partir do nada por processos aleatórios? Com que fundamento empírico? Alguém observou tal evento? Alguém já viu explosões a criar ordem a partir do caos?


Alguém pode afirmar com certeza que a Vida surgiu de químicos inorgânicos por mero acaso? Como seria isso possível se nem toda a inteligência científica acumulada conseguiu criar vida em laboratório?

Quais os fundamentos racionais das suas crenças?

O Desidério faria melhor figura se fosse mais crítico dos fundamentos racionais da sua própria visão do mundo, que são nenhuns.

Joana disse...

Ó doutor (em Direito) Jónatas Machado:

Quando é que o expert em retórica (balofa) vai deixar de comentar como anónimo?

Quais é que são os fundamentos empíricos dos delírios que espalhe por tudo quanto é canto que a Terra tem 6 000 anos, que não há evolução e que tais?

COmo é que pode afirmar patetadas dessas e dizer que são racionais?

Assuma que são irracionais, questões de fé e tudo bem. Toda a gente tem direito a ser irracional.

Não tem é direito de exigir que as irracionalidades em que acreditam são ciência e como tal devem ser ensinadas nas escolas!

SATANUCHO disse...

gostei da posta e gostaria muito mais se os donos desta tasca não permitissem comentários de anonimos, afinal isso é tão facil de ser feito, e não , não seria censura, porque desde que assinassem , todos poderiam comentar à vontade, pensem nisto e bom verão...

satanucho anonimo

Anónimo disse...

Serei breve, "quantum satis". Plenamente de acordo com o comentário de "satanucho". Toda a gente deve ter o direito de expressar a sua opinião, desde que a assuma. É aquilo que poderemos resumir como liberdade com responsabilidade. A seriedade e a responsabilidade Cultural deste blogue, mais que o aconselha: impõe-o mesmo. Entretanto, caro Desidério, como lenitivo, apenas o velho anexim: "A palavras loucas, orelhas moucas!"

Anónimo disse...


Epicurus: Why call him God?

Joana disse...

Ubíquo:
O link dá:

O URL continha um ID de vídeo com formato incorreto.

Será este?

Anónimo disse...

O endereço correcto é:

http://br.youtube.com/watch?v=YjP0ZOrFTj0

e tinha funcionado no pré-visionamento ...

Anónimo disse...

Agradeço a correcção.

Cumprimentos .

Anónimo disse...

A desvirtude epistémica poderá ter tanto ou mais vícios do que a desvirtude moral? Porventura, se nada aparecer (ou for aceite) como 'claro' quando comparamos o indizível. Já dizia aquele engenheiro sábio que uma explicação quando é dada tem que ser formulada de forma a ser entendida, senão não constituirá uma explicação. Porque o rigor pragmático aproxima-se, reiterada e tentadoramente, dos pequenos passos da fé nos seus processos de tentativa, erro e remissão.
E daí? Daí que por mais ignóbil que me pareça o 'irracional' criacionismo, terei que me 'arranjar' ao viver e trabalhar com quem o aceita como válido.
E, haja paciência.

Palmira F. da Silva disse...

Anónimo Jónatas Machado:

Agradecia que despejasse apenas um exemplar do seu lixo criacionista e não inundasse todas as caixas de comentários com copy&paste.

O original da cópia que acabei de apagar está no post Ciência e Magia. Todos os lençóis de nonsense repetido ad nauseam neste espaço suposto de debate serão apagados e será mantido apenas um!

Anónimo disse...

Os evolucionistas continuam às voltas com o Jonatas Machado, como se ele fosse o responsável pelo debate entre criação e evolução.

Que maneira de pensar tão ingénua!

Este debate não é sobre pessoas, mas sobre argumentos. Em rigor, mesmo os nomes de indivíduos como Charles Darwin ou Richard Dawkins são totalmente supérfluos para a discussão.

Mais interessante seria discutir argumentos e dados científicos.

Vejamos:

Depois da recente queda do “junk-DNA” como eviência da evolução, é interessante notar que também a alegada similaridade genética de 99% entre chimpanzés e seres humanos é desbancada como um “mito” pela revista Science (Cohen, Jon, News Focus on Evolutionary Biology, “Relative Differences: The Myth of 1%”, Science, 29 June 2007: Vol. 316. no. 5833, p. 1836”.)


Na verdade, isso já vinha sido evidenciado por outros estudos.
Em 2006 um estudo dos números relativos à cópia de genes deva uma diferença de 6.4%.

Em 2005, os cientistas descobriram que o genoma do chimpanzé é 12% maior do que o do ser humano.

Em 2003, os cientistas calcularam uma diferença de 13.3% nos sistemas imunológicos.

Um estudo chegou mesmo a revelar uma diferença de 17.4% na expressão genética no córtex cerebral.

Como se pode ver, tanto no caso do “junk-DNA”, que afinal não existe, como nesta alegada homologia genética, a razão estava, afinal, do lado dos criacionistas.

O problema não é ciência v. religião.

O probloema é que a ciência corrobora a criação e desmente a evolução.

Joana disse...

Ó Jónatas, acha que engana alguém?

Mas já que anda a pastar patetadas dos sites criacionistas brasileiros anote este, a Sociedade da Terra Redonda, a ver se aprende qualquer coisinha.

E já lhe disse para ler o post do Desidério com atenção para se deixar dessa mania de distorcer a ciência à medida das suas crnças. Como diz o Desidério

«A hipocrisia dos partidários destas manifestações irracionalistas ou trans-racionalistas é que se há um elemento qualquer da ciência ou da filosofia ou da história que lhes seja favorável, aproveitam-se dele — porque querem aproveitar o prestígio académico da ciência, da filosofia ou da história.

Já estou como o Pauli, “O que me diz nem sequer chega a estar errado!” porque o que diz é um disparate tão grande para um biólogo que nem dá para desmontar: parece aquela dos taquiões para os físicos!

Anónimo disse...

Uma observação que também vale a pena registar é acerca do primeiro versículo da bíblia [Gen, 1:1], onde se lê: "No princípio, "Deus" criou os céus e a terra."

A palavra hebraica que se refere a "Deus" usada na bíblia original é "elohim", que na verdade é o plural de "Deus".

A tradução correcta seria "No princípio, os Deuses criaram os céus e a terra."


CONTRADIÇÕES DA BÍBLIA
, nota 5

Anónimo disse...

ADITAMENTO sobre a profusão de contradições "bíblicas" [Skeptic's Annotated Bible] :

Como morreu Judas Iscariote ?

Desidério Murcho disse...

Caros leitores

Muito obrigado pelas vossas encorajantes e simpáticas palavras!

Filipe Alves, tendo a concordar que o excesso de zelo é algo de desconfiar. Mas, por outro lado, se não houvesse quem dispõe do seu tempo para divulgar e ensinar os outros, não seria possível saber coisa alguma porque o conhecimento é um empreendimento social. Se Carl Sagan não se dedicasse a escrever livros de divulgação, uma actividade que não conta academicamente, muitos milhões de pessoas nunca teriam contactado e compreendido a ciência. Por outro lado, o Filipe pergunta “Não será o Homem livre para não sujeitar as suas crenças ao teste? Se assim for mais feliz, quem somos nós para o tentarmos convencer do contrário?” Eu diria até: se assim for mais infeliz, quem somos nós para o tentarmos convencer do contrário? Eu defendo a liberdade, mesmo para ser infeliz e idiota. O problema é que muitas pessoas que acreditam em X ou Y o fazem não por escolha livre, mas por não conhecerem correctamente nada mais. Daí a necessidade de divulgar e de ensinar — o que é muito diferente do proselitismo exacerbado. Alguma vez o Filipe viu um grupo de cientistas a andar de porta em porta a tentar persuadir as pessoas a acreditar na evolução das espécies pela selecção natural?

Filipe (sem ser Alves), a questão que levanta é demasiado interessante para ser respondida aqui. Vou preparar um post para lhe responder, ok?, até porque a sua inquietação me parece muito comum e honesta.

Gabriel Peregrino disse...

Desidério, obrigado pela resposta. Como disse antes, estou de acordo com muito do que afirma, embora tendo consciência de que não sou filósofo e que jogo num campeonato diferente do seu - nos distritais!:). Em relação ao "grupo de cientistas", não era a isso que me referia, mas sim à militância organizada que alguns grupos ateístas têm levado a cabo (e que, pelo seu zelo 'missionário', lembram as religiões). Mas sim, tem razão, ensinar e divulgar é diferente de ter uma atitude proselitista. O Filipe "sem ser alves" sou eu também (desculpe, esqueci-me de escrever o apelido). Fico então à espera do seu post. Obrigado.

Anónimo disse...

Uma nota para o "Ubíquo"
Despropositada, meu caro, esta afirmação sua:
"A palavra hebraica que se refere a "Deus" usada na bíblia original é "elohim", que na verdade é o plural de "Deus"."
"Elohim" é, de facto, plural de "Eloha", a aparece várias vezes como sentido de Deus único, aquele que contém todos os poderes atribuídos a deuses inexistentes. O próprio Cristo, falando em aramaico, tê-la-á usado na cruz: "Eloí, Eloí, lama sabachtani?" E ninguém poderá dizer que Cristo era politeísta.

Anónimo disse...

Meus caros amigos
Sejamos honestos. Se este blog tem como uma das suas motivações a “pregação” do ateísmo, desculpem o incómodo que eu e outros como eu lhes causamos. Da minha parte, procurarei não intervir mais nesta matéria, se tal vos parecer melhor. Confesso que esperava encontrar argumentos mais sólidos do que os que por cá abundam. Porém, o que mais se vê como argumentação não passa de falácias. E as falácias não são um monopólio da Filosofia. Quando a Filomena Silva, por exemplo, diz que o pensamento não é mais do que o resultado de um processo químico e eléctrico, está a repetir, com pouca diferença, a vacuidade positivista que afirmava que o cérebro produz o pensamento tal como o fígado segrega a bílis. E, quando alude aos disparates naturalistas de um papa, sem referir que isso era o que diziam os “cientistas” da época, seguindo ainda Plínio, o Velho, e mesmo Aristóteles, percebe-se-lhe a intenção. Honra seja feita ao Desidério, que, ao fazer referência aos sábios do tempo de Galileu, os deu como principais culpados de ele ter sido levado à Inquisição. No entanto nem o próprio Desidério evita sempre a declaração implícita de intenções do blog. Em artigo recente, disse que parece haver pessoas que pensam que, por tanto afirmarem Deus, o tornam existente. Mutatis mutandis, é claro que pode dizer-se que parece haver pessoas que, de tanto negarem Deus, pensam assim poder torná-lo inexistente.
Uma coisa que estranho em alguns comentadores deste blog é a frequência com que os textos mais simples, de mera iniciação à Filosofia, por exemplo, são os mais aplaudidos. Claro que nem todos podem ter conhecimentos razoáveis de todas as matérias do saber, pelo que isso até prova a conveniência dessa simplicidade que o Desidério, o Carlos Fiolhais e outros muitas vezes põem no que escrevem.
O recurso a generalizações sem suporte histórico é outra das pechas dos comentadores, até mesmo de alguns residentes do blog. Dizer, por exemplo, que a religião cria monstros é, em si mesmo, uma monstruosidade. Que religião? O hinduísmo, com o seu sistema de castas? Certo Islamismo, com a sua interpretação abusiva do Alcorão? As antiga religiões politeístas, com os seus sacrifícios humanos? O catolicismo, por causa da Inquisição criada sobretudo para servir o poder temporal? (E o resto? Será que a Igreja não produziu alguns dos maiores génios da solidariedade universal?)
Não pensem que me acobardo. Se me calar, será porque me parece inútil dar opinião aqui. Penitenciei-me logo no princípio da minha participação por uma falta de delicadeza para com o Desidério. Mas já me disseram muito pior, em nome de um acrisolado amor à verdade. À verdade de cada um, entenda-se. Eu, que não tenho verdades minhas, que duvido das de muitos outros, incluindo algumas da minha Igreja, prefiro conviver com as minhas dúvidas do que com tantas certezas alheias. Por isso, tal como o Desidério, ainda prefiro a Filosofia às “ciências exactas”, das quais cada uma tem tido o seu tempo de glória. Na Idade Contemporânea, foi a Física, até meados do século XX. Depois a Química pareceu saber tudo. Actualmente, é a Biologia que se julga capaz de resolver todas as dúvidas humanas, desde o evolucionismo à natureza do pensamento. Que se desunhem os defensores de umas e outras, que eu por mim prefiro continuar perplexo perante tanta incógnita.
Desculpem-me a Filomena e o Desidério as alusões directas.
Um abraço.
Daniel

Gabriel Peregrino disse...

Daniel, apoiado. Subscrevo inteiramente. um abraço

Joana disse...

Não percebo o comentário do Daniel. Está a sugerir que os autores do blog censurem todos os comentários de não católicos ? Que só cá deixem os comentários longos e pomposos de defesa do catolicismo do Daniel de Sá?

Os do Filipe a chamar palhaços aos que desmontam patetadas New Age e criacionistas?

Desidério Murcho disse...

Caro Daniel

Acho que está a ver algumas coisas muito mal.

O que justifica a crença no que me dizem os cientistas sobre a galáxia é precisamente o facto de a ciência ter a capacidade para rever os seus resultados, corrigindo-se. E é isso precisamente que as religiões não fazem, permanecendo inalteradas ao longo de séculos, sendo quaisquer mutações o resultado muitas vezes de sangue e divisões em seitas rivais. É por isso absurdo uma pessoa declarar-se céptico em relação à biologia ou à física, mas crente em relação à Bíblia ou a qualquer outro livro dito sagrado ou a qualquer instituição religiosa que se caracterizam por não procurar a verdade mas antes defender os dogmas arbitrariamente estabelecidos há séculos.

Por outro lado, este blog não se incomoda com os leitores crentes. Muitos dos nossos amigos são crentes. Mas há muitos modos de ser crente, e este blog sempre se propôs denunciar a patranha intelectual, a hipocrisia mental e o engodo puro e simples que caracterizam a New Age, os "espiritualismos", a astrologia, a numerologia e quaisquer manifestações pura e simplesmente irracionalistas e baseadas na aldrabice intelectual.

Fazemo-lo porque temos a crença de que grande parte dos males da humanidade resultam precisamente da irracionalidade, da falsidade, da falta de rigor intelectual e da pura mentira. Venham elas de onde vierem -- da religião ou da ciência. Só que a ciência, ao contrário da religião, tem os seus próprios mecanismos de denúncia da mentira. É a ciência perfeita? Não, tal como a religião não o é. As pessoas não são perfeitas. Mas podem tornar-se menos imperfeitas se forem intelectualmente honestas e cuidadosas e se aceitarem o direito à discussão pública de todas as ideias. E note-se que grande parte dos males da ciência, no passado, resultava 1) do controlo religioso das universidades e 2) do facto de as instituições universitárias funcionarem segundo os mesmos modelos das instituições religiosas, fechando-se por isso à livre discussão entre os pares. Foram precisos séculos de mudança social e política para reactivarmos o tipo de liberdade intelectual de que gozavam os gregos antigos, o que mostra bem quão fundo podemos descer.

Desidério Murcho disse...

E esqueci-me de dizer que em muitas universidades o ideal de liberdade de discussão é ainda infelizmente um ideal por realizar. Peter Singer, por exemplo, está proibido de falar nas universidades alemãs e austríacas. Leia-se o apêndice do seu livro "Ética Prática".

Anónimo disse...

Joana, meu Caro Desidério
A Joana não percebeu o que eu disse (confissão da própria, e se a conclusão é esta que ela deixou dita, concluiu muito mal), e eu não percebo por que razão o Desidério começou a sua resposta, que agradeço, da seguinte maneira: "O que justifica a crença no que me dizem os cientistas sobre a galáxia é precisamente o facto de a ciência ter a capacidade para rever os seus resultados, corrigindo-se." Isto poderia levar a que se pensasse que eu confundo os métodos científicos, filosóficos e religiosos. Nada disso, meu Caro. Por tudo o mais, muito obrigado.
Ao Filipe
Obrigado pelo apoio. Mas podes ter a certeza de que, quando me parecer que algum dos nossos amigos ateus do blog tiver razão contra as tuas opiniões, apoiá-los-ei. E espero o mesmo de ti, claro.
Um abraço aos dois. (Não mando para a Joana porque ela não gosta de abraços, pelo menos de desconhecidos...)
Daniel

Anónimo disse...

Uma nota sobre a nota de Daniel de Sá

1) "Elohim" é, de facto, plural de "Eloha" [sic], tal como “deuses” é o plural de “deus” !
Mais uma polémica provocada caricato escriba do AT.

2) Durante as cerimónias de 13 de Agosto de 2007, em Fátima, foi lido o seguinte versículo [RR, entre as 10h e as 11h] :


[DEUTERONÓMIO, 10:17 ]

17 - Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas;

O vosso "deus" é o "deus" dos deuses ?

E não aceita "recompensas" ?
Afinal, quantos deuses existem ?

OBVIAMENTE, NENHUM !


Ubíquo

Anónimo disse...

Corrigenda: provocada pelo caricato escriba

Anónimo disse...

Meu Caro Ubíquo
Se quiser umas lições acerca dos vários nomes que os Judeus davam a Deus, e o significado de cada um, poderei fazê-lo. No entanto, note que eles eram rigorosamente monoteístas, pelo que a expressão Deus dos deuses significa a sua superioridade sobre todos os outros, a primeira das quais é a de Ele existir e os outros não. Mas leia como quiser, e continue a fazer caricaturas. Está no seu direito.

Anónimo disse...

Caro Daniel de Sá:

judeus ou Judeus ?

- Judeu [ com J ] significa "membro do povo judeu";
- judeu [ com j ] é um Judeu seguidor do judaísmo.

Fonte:« Le Monde des Religions, 20 clés pour comprendre Le judaïsme», página 6 .

Anónimo disse...

Caro Daniel de Sá:

Afirmar a superioridade de um "deus" que não existe sobre outros "deuses" que também não existem, asssemelha-se em algo à "história fantástica" relatada em [Mat, 27:51-53]

Anónimo disse...

Corrigenda: assemelha-se

Valter Boita disse...

Já li este texto umas quantas vezes e não descubro nele nada que me faça discordar. Muito bem pensado! Depois deste post, já pouco há a dizer sobre o tema "pseudociência". Se os que se sentem melidrandos com a desmontagem racional operada pelo blog da sua convicção acrítica, então devem reler e reflectir até à exaustão os enunciados presentes no post.
Este blog está cada vez mais de parabéns!

Desidério Murcho disse...

Obrigado pelas suas palavras, Valter!

Anónimo disse...

Caro Ubíquo
Primeira questão
Usei "Judeus" no sentido dos habitantes do Reino do Sul, dito Judá e constituído pelos territórios e tribos de Judá e Simeão, pois foram eles que a partir de certa altura, após a divisão de Israel em dois reinos, ficaram como referência do Judaísmo.
Não fuja à questão. Do que tratávamos era da razão de ser do termo "Elohim", e não da existência ou não de Deus.

Anónimo disse...

Caro Daniel de Sá,

1 o "judaísmo" ou "religião judaica" é anterior à divisão entre reino de Israel e reino de Judá.

O Rei Salomão (segundo algumas cronologias, reinou de 1009 a.C. a 922 a.C), filho do Rei David com Bate-Seba, tornou-se no terceiro rei de Israel (reino ainda unificado) e reinou durante quarenta anos.

O nome Salomão ou Shlomô (em hebraico: שלמה, deriva da raiz Shalom, que significa "paz", tem o significado de "Pacifico". Foi adicionalmente chamado de Jedidias (em árabe سليمان Sulayman ) pelo profeta Natã, nome que em hebraico significa "Amado de IHVH". (II Samuel 12:24, 25)

Após a sua morte, deu-se a cisão entre o reino do norte (Israel) e o reino do sul (Judá).

O culto a YHVH e preservação da linhagem real davidica (do qual "deveria vir" o prometido Messias, de nome EMANUEL [IS, 7:14] e não de nome Jesus), seria a a «justificação» para a "misericórdia de Deus" sobre o Reino de Judá.

Ao passo que o politeísmo de Israel (Setentrional) teria sido "responsável por sua ira sobre seus governantes".

Enquanto o Reino de Judá permaneceu sob a dinastia dos descendentes do Rei David, o Reino de Israel (Setentrional) passou por várias dinastias e golpes de Estado .

(continua)

Anónimo disse...

2) Ainda que o judaísmo só vá ser chamado como tal apenas após o retorno do Cativeiro em Babilónia , de acordo com a tradição judaico-cristã a origem do judaísmo estaria associada à chamada de Abraão à promessa de YHWH.

Abraão, originário de Ur (atualmente Iraque, antiga Caldeia), teria sido um defensor do monoteísmo num mundo de idolatria, e pela sua fidelidade à YHWH teria sido recompensado com a promessa de que teria um filho, Isaque do qual levantaria um povo que herdaria a "Terra da promessa".

Abraão é chamado de primeiro hebreu (do hebraico עִבְרִי ivrit aquele que vem do outro lado), e passa a viver uma vida nómada entre os povos de Canaã.

De acordo com a Bíblia, YHWH não seria apenas o Senhor de Israel, mas sim o Príncipio Uno que criou o mundo, e que ... já havia se revelado a outros justos antes de Abraão.

Mas com Abraão inicia-se um pacto de obediência, que deveria ser seguido por todos os seus descendentes se quisessem usufruir das bençãos de YHWH.

Alguns rituais tribais são seguidos pelos membros da família de Abraão que depois serão incorporados à legislação religiosa judaica.

Alguns estudiosos, no entanto, crêem que YHWH trata-se de uma divindade tribal, que apenas posteriormente será elevada ao status de Deus único.

A questão é que com a libertação dos descendentes de Israel da terra do Egipto com Moisés, será organizado pela primeira vez o culto a esta Divindade.

Ao contrário de outras religiões antropomórficas, YHWH é tido como uma figura transcendente, toda-poderosa,ilimitada, que influencia a sociedade humana e revela aos israelitas sua Torá, que consistiriam em mandamentos de como ter uma vida justa diante de YHWH.

A religião mosaica (do pré-judaísmo) só atingirá sua maturação com o início da monarquia israelita e sua subsequente divisão em dois reinos: Yehuda (Judá) e Yisrael (Israel).

Esta divisão marcará uma separação entre os rituais religiosos dos reinos do norte e do sul que permanecem, até hoje, entre o judaísmo samaritano e o judaísmo .

No entanto, a visão histórica e bíblica mostram que esta religião mosaica não era única e exclusiva.

Durante todo o período pré-exílio as fontes nos informam que os israelistas serviam diversas outras divindades, dos quais os mais proeminente era Baal.

Enquanto a maioria dos religiosos aceita que a mistura entre os israelitas e os cananitas após a conquista de Canaã tenha corrompido a religião israelita, a maioria dos estudiosos prefere aceitar que o mosaismo era apenas mais uma das diversas crenças entre as tribos israelitas, e que só virá afirmar-se com os profetas e com o exílio
.

(continua)

Anónimo disse...

Corrigenda:

1) Cativeiro na Babilónia
2) os israelitas serviam diversas outras divindades

Anónimo disse...

3) Judeus e judaísmo

A "tradição judaica" defende (?) que a origem do "povo judeu" se dá com a libertação dos "filhos de Israel" da terra do Egipto, sob a liderança de Moisés.

Com a fundamentação e solidificação da "doutrina mosaica", uma facção dos antigos hebreus passou a ser conhecida como "Filhos de Israel" (Bnei Israel).

É deste evento que surge a noção de nação, fundamentada nos preceitos tribais e na crença monoteísta.

No entanto, a história demonstra que os antigos israelitas valorizavam a sua linhagem tribal.

A nação, que só viria a ser construída com o início das monarquias de Saul e David, oculta mesmo assim um choque entre as tribos que compunham o antigo reino de Israel.

Com a morte do filho de David, Salomão, ocorre a crise que leva à separação das tribos de Israel em dois reinos distintos: dez tribos formam o reino de Israel, enquanto a tribo de Judá, Benjamim e Levi constituem o reino de Judá que continua a ser governada pelos descendentes de David.

Aqui, "pela primeira vez", os israelitas do sul são chamados de "Judeus" devido à sua conexão com o reino de Judá e, posteriormente, "judeus" seriam todos aqueles que aderissem à doutrina religiosa deste reino, que passou a ser conhecida como o judaísmo.

Com a extinção do reino de Israel, o reino de Judá permanece, e mesmo com a sua destruição, o termo "Judeu" passa a designar todos aqueles que descendessem dos antigos israelitas, não importando a sua tribo.

A ênfase do judaísmo da separação entre "judeus" e "não-judeus", deu à comunidade judaica um sentido de povo separado e religioso.

Anónimo disse...

Elohim: nós, o deus majestático, sabendo o bem e o mal ...


[Gén, 1:26]

26 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; ...

[Gén, 3:22]

22 - Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente,


Mas quantos deuses existem no calhamaço dos embustes?

Anónimo disse...

Charlatanice, crendice e embuste !

[ DEUTERONÓMIO, 10:16 ]

16 - Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.

Anónimo disse...

As últimas palavras ?


[ SALMOS,22:1 ]

1 - Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas das palavras do meu bramido e não me auxilias?

"A escola pública está em apuros"

Por Isaltina Martins e Maria Helena Damião   Cristiana Gaspar, Professora de História no sistema de ensino público e doutoranda em educação,...