domingo, 9 de maio de 2010

Façamos contas...

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Por estes dias, alguém denunciou na comunicação social o desperdício de papel que as Provas de Aferição do 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico implicam. Resolvi fazer a contabilidade, tendo em conta os documentos que constam do processo de avaliação disponibilizado pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE). Deixo, no entanto, essa contabilidade incompleta (falta fazer a múltiplicação do número de páginas pelo número de alunos de cada ciclo, pelo número de escolas, de "aplicadores"...) mas, recorrendo às palavras de um ex-primeiro ministro, digo ao leitor que "basta fazer as contas..."

Enunciado das Provas
4.º ano
- Prova de Língua Portuguesa – 16 páginas
- Prova de Matemática - 23 páginas
Por aluno –
39 páginas
6.º ano
- Prova de Língua Portuguesa – 16 páginas

- Prova de Matemática - 24 páginas
Por aluno –
40 páginas

Informação sobre as Provas de Língua Portuguesa e de Matemática
4.º ano – 7 páginas
6.º ano - 7 páginas

Manual do Aplicador (Provas de Língua Portuguesa e de Matemática)
4.º ano – 22 páginas
6.º ano - 22 páginas

Critérios de Classificação
4.º ano
- Prova de Língua Portuguesa – 9 páginas
- Prova de Matemática - 23 páginas
6.º ano
- Prova de Língua Portuguesa – 11 páginas
- Prova de Matemática - 23 páginas


Para verificar esta informação, clicar
aqui e aqui.

7 comentários:

José Batista da Ascenção disse...

Vale a pena fazer o cálculo.
E depois ver quantas árvores, de que tamanho e peso, foram consumidas com os nossos abençoados exames de aferição.
Os ecologistas que façam as contas...
E tudo isto para quê?
Pergunte-se ao Ministério da Educação.

Prof. Júnior Lima disse...

Francisco de Jesus F. Lima Júnior

As provas de aferição são necessárias ou não? E a quantidade de papel utilizado, são necessários ou não? É claro que dá pra diminuir a quantidade de papel utilizado sem prejuízo da "aferição" dos alunos e, com isso, reduzir a derrubada de árvores, a emissão de CO2 e etc; como todos sabem. E, se dá, porque não o fazem? Façamos as contas!

Boa iniciativa!

www.educascience.blogspot.com (acessem e leiam as matérias. Comentários são bem vindos!)

Um abraço!!

Unknown disse...

Assim à primeira vista, acho que ainda falta a "Norma PAEB", mais 29 páginas (vd. http://www.madeira-edu.pt/dre/Principal/EnsinoBásico/Avaliação/ProvasdeAferição/tabid/1887/language/pt-PT/Default.aspx).

O problema não é só o desperdício de papel, é que ninguém se preocupa com a quantidade de páginas que se produzem, como se fosse humanamente possível digerir tanta informação. Em cada escola, o júri tem de "mastigar" mais de 200 páginas só para estes dois actos.

Produtividade? Não admira que as estatísticas coloquem Portugal na cauda da Europa. Não é um problema dos que trabalham, é um vício dos que mandam fazer.

Anónimo disse...

Enganem-se... Podemos muito bem ser os campeões do abate de árvores. E, também podemos ver as coisas de outro modo: já pensaram quantos trabalhadores tiveram de trabalhar para produzir tanto papel? E a produtividade das fábricas, é ou não é importante? Vocês não estão a atingir que este é um pequeno contributo para ultrapassar a crise?
Vivamos felizes!

Anónimo disse...

Se conseguissem reduzir para metade o número de páginas de cada prova já dava uma boa poupança.
Acrescento que provas sem consequências para a avaliação dos alunos são pouco úteis, mas isso já é outra questão.

EC disse...

Pobres árvores, de facto...quando se vive num século de tantas tecnologias....

Fartinho da Silva disse...

Enfim! Como o dinheiro não é deles, como o dinheiro é do contribuinte, gasta-se tempo, papel, recursos humanos, combustível, energia, para que os alunos realizem provas que não servem para coisa nenhuma de produtivo.

Um dia alguém irá fazer contas à produtividade dos professores e os resultados irão espantar muita gente. Se o governo da altura for como este, profundamente populista, lá irão atirar com as responsabilidades para cima dos bombos da festa... os professores que tentam ensinar!

Infelizmente, este Ministério da Educação dá muita importância à forma e nenhuma ao conteúdo e, repito, como o dinheiro não é dele...

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