Nos anos mais recentes, a presença do ramo empresarial da cerveja ganhou solidez, dinamismo e sofisticação em escolas públicas, algumas com nome e tradição. A porta de entrada tem sido – adivinhe-se... – a da "educação para a cidadania", em especial da "educação para o empreendedorismo". Pode dizer-se que é um caso de "experiência pedagógica" adquirida por parte de certas empresas e também de legitimação política por parte do Ministério da Educação. A figura de stakeholder ("parceiro educativo"), constante em normativos da tutela, normaliza essa presença, que fica, agora, ao critério das escolas, a que não é alheia a influência das autarquias.
Importa que os educadores, no sentido mais amplo e sério da palavra, parem para pensar: esta prática, que se quer inscrita na propalada "responsabilidade social das empresas", é aceitável sob o ponto de vista ético? Deve ser aceite sem qualquer reflexão como se fosse normal?
Para ajudar futuros educadores a pensarem sobre o assunto com base em conhecimento (convém que assim seja de modo a evitar a opinião desinformada) convidei o Professor Mário Frota, actualmente presidente emérito da apDC – DIREITO DO CONSUMO – Portugal. A síntese da sua contribuição pode ser lida em diversos sítios na internet, nomeadamente no Diário Online. Região Sul (ver aqui).
1 comentário:
Aqui vê-se claramente a aplicação, em contexto de sala de aula, do Domínio "Educação para a Cidadania", do Subdomínio "Bebidas Alcoólicas" e das Rubricas "Cerveja" e "Vinho Carrascão". O corpo docente, em perfeita união com o corpo dos seus colegas educadores de infância, deixam-se etilizar completamente, começando pela carne e acabando no espírito, o que lhes vai facilitar muito o processo da apropriação de teorias de avaliação de alunos absurdas e escanifobéticas, como são as o Projeto Maia. Do mal o menos: já há alunos de escolas de Lisboa, apoiados pelo senhor Ministro da Educação, que acreditam que faltando às aulas e entrando em estado de transe na esquadra da polícia, conseguem fazer parar o aquecimento global!
Estes são os heróis dos nossos dias, que não precisam de estudar, nem de pensar, para "levantar, hoje de novo, o Esplendor de Portugal".
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