quinta-feira, 3 de novembro de 2022

OSCAR WILDE

A vida imita a arte, dizia,
Wilde que tudo sempre invertia,
a bem do nosso encanto e alegria,
enquanto a si e a nós divertia.

O brilho do irlandês ofuscava,
influenciava e perturbava.
Nos paradoxos que ele lançava,
havia uma luz que abrasava!

Ser ou não ser brilhante, eis a questão:
queimados ao brilho daquele sol,
valia tudo, excepto a razão.

Aquele luminescente farol,
em lugar de evitar o naufrágio,
fazia dele cintilante apanágio!
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Óscar Wilde soube governar tudo, excepto a sua vida. E, no entanto, dizia que, na sua obra, pusera só talento, génio pusera-o na vida. Como era também de opinião de que há sempre que optar pelo mais trágico, acabou da pior maneira possível, num pífio hotel de Paris, miserável, mas bebendo champanhe e declarando a um amigo, que o assistia nos últimos momentos de vida: "Morro como sempre vivi: acima das minhas posses!"

Eugénio Lisboa 

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