Sem as tuas mãos níveas,
Vejo sempre as minhas vazias.
Sem o teu coração,
Não ouço os dias.
E sem o teu olhar melífluo
Só tateio paredes frias.
Sem a tua terna voz,
Não palpo o túmido peito.
Sem o teu polpudo lábio,
Em terra nunca me deito.
E sem o teu aflito abraço
Digo para mim que te aceito.
Com as tuas mãos vazias,
Vejo sempre as minhas cheias.
Com o teu coração,
Ouço os dias que ateias.
E com o teu olhar melífluo
O teu corpo no meu o deixas.
Com a tua terna voz,
As mãos recrudescem tanto.
Com o teu polpudo lábio,
No chão te ponho e canto.
E com o teu aflito abraço
Te acolho e amo em pranto.
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