sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Regresso ao firmamento e à terra

Regresso ao firmamento e à terra,

À temperança, ao almejo dos braços da mãe,

À geada tenazmente aderida à vidraça,

Ao horizonte a norte embranquecendo,

À criança macérrima, às botas azuis de borracha,

Ao rasto matinal no barro batido,

Aos charcos inquebrantáveis cor de arminho,

Ao padecimento das ervas escarchadas de gelo,

Ao coração, trêmulo e desguarnecido,

Nas botas azuis de borracha se escondendo.

Sem esperança, regresso ao que um dia era,

Como se em mim o gelo não fosse ainda derretido

Pelo tremeluzente e primeiro raio de sol

Escorrendo nas derribadas ervas do caminho.

Sem comentários:

CARTA A UM JOVEM DECENTE

Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente .  N...