Porquê eu? Será uma lotaria?
Será que tudo isto aconteceu,
sem que houvesse qualquer harmonia?
Será o nascer uma fantasia,
um acaso desastrado, sem rumo,
que às vezes sai certo, quem diria,
sem qualquer destino, se bem presumo?
É tudo isto tão surpreendente
e tão despido de qualquer sentido!
Por que, de repente, vimos, ardente,
o sol, um corpo belo, apetecido,
o mar, a montanha, a lua cheia…?
Será tudo isto só uma ideia?
______________________
Será o homem uma máquina de perguntar? Sem perguntar, poder-se-á avançar? Em todo o caso, sempre fui mais de perguntar do que de responder. Os da ciência perguntam. Os da religião respondem. Os da religião nunca fizeram avançar o conhecimento, até procuraram travá-lo, de todas as maneiras, incluindo a tortura e a fogueira. Perguntemos pois! O problema é estarmos, tudo o indica, a caminhar para uma nova Idade das Trevas… É ver o que se passa nos EUA, na Rússia, na China, na Índia, na Coreia do Norte, na Itália, no mundo em geral. Os sinais não são bonitos: estamos a regressar aos anos trinta do século XX. E dizem que a História se não repete…
Eugénio Lisboa
14 comentários:
Ildefonso Dias21 de fevereiro de 2022 às 12:54
A Europa está novamente à beira do precipício.
Ao Sr. Eugénio Lisboa falta-lhe agora o espantalho do comunismo para acenar.
Teimosamente acredita que as mordomias que o mundo capitalista lhe proporciona valem mais que tudo o resto.
Incapaz de compreender o mundo actual, porque isso significa ter que rever muitos dos seus Dogmas, teimosamente continuará sem compreender a realidade, nem sequer a pode analisar com algo que possa ter sentido explicativo.
Ildefonso Dias e Eugénio Lisboa não se dão bem. É o que eu acho.
Caro Anónimo, não é bem isso. O Sr. Ildefonso Dias vive agarrado a velhos preconceitos de uma "esquerda" que nunca foi esquerda nem marxista, mas que sempre foi opressora e de partido único, como o Estado Novo português. Por isso imagina mordomias em quem vive exclusivamente da sua reforma, ao contrário dos oligarcas de Putin e do próprio Putin que é rico como Cresus. Lições de moral não as recebo de gente dessa laia. Vivo de uma reforma e não de mordomias, que nunca tive e nunca quis ter. Sou de esquerda, sim senhor, mas o Sr. ID e o Sr. Putin não são. Já reparou quem são os protegidos e amigos de Putin? São Trump, Bolsonaro, Meloni e por aí fora. Diz-me com quem andas... Não sei nem quero saber quem é o controleiro do Sr. ID nem que instruções lhe deu a meu respeito. Mas que são patuscas, nos resultados obtidos, são. Os amigos de Putin são piores do que tontos, são ridículos. A sua única compensação é as mordomias que recebem como bons funcionários da política, mas não chega a ser uma atenuante, porque o que fazem tem um perfil não muito dissemelhante ao de bufos e caluniadores.
Eugénio Lisboa
Sr. Eugénio Lisboa,
Nos partidos Socialistas do mundo inteiro existe uma corrente de social-chauvinismo, criada pelos oportunistas.
O Sr. Eugénio Lisboa pertence a esta corrente, é socialista nas palavras e chauvinista na prática.
José Saramago, prémio Nobel, foi e continua a ser vítima do Sr. Eugénio Lisboa por essa sua vertente chauvinista.
O Sr. Eugénio Lisboa não quer ser um burguês, a alternativa é ser um oportunista saido do movimento operário.
Aceite lá, sem reclamar, pertencer à burguesia, Sr. Eugénio Lisboa, que mal não lhe assenta.
Esclarecimento: Em boa verdade, nem nas palavras o Sr. Eugénio Lisboa se revela um socialista. É um homem iminentemente entusiasta do sistema capitalista.
É o facto do Sr. Eugénio Lisboa dizer frequentemente que é de 'esquerda' que cria essa ilusão e leva ao engano.
O Sr IDias mão sabe o que é ser socialista nem o que é ser capitalista. Eu serei, segundo ele, um capitalista que... nunca teve capital! Vivo de uma reforma bem modesta, tendo sempre tido cargos tecnicamente elevados. O que não sou é provinciano como ID, que não consegue referir-se a Saramago sem invocar o Nobel, como se, sem esse apêndice, ele não existisse!
Não, Sr. ID, não sou capitalista e jamais defendi tal sistema, que acho predador e altamente perigoso . Mas também jamais defendi regimes que querem impor o céu na Terra e só implantam o inferno, a opressão, a recusa dos mais elementares direitos humanos, a prisão por delito de opinião, como no Estado Novo, e por aí fora. Não, não tenho nem nunca tive mordomias, quem as tem são os detentores do poder em regimes que ID preza e defende. Chega a ser grotesco que, no ano de 2022, ainda haja grotescas figuras que defendam regimes infames cujos bastidores e resultados estão hoje à vista. Ninguém, com um mínimo de decência, pode defender regimes de inquisidores assassinos, sem qualquer escrúpulo e cuja filosofia política mostra como Maquiavel sabia do que falava. Sr. ID, faça um retiro de autocrítica, seja humilde e, sobretudo, tenha muita vergonha de estar sempre a falar do que não percebe. No tempo do Estado Novo, nunca me verguei. Mas não o fiz para depois saltar da frigideira para o lume. As ditaduras, de direita ou de esquerda, são iguaizinhas: o povo é um pretexto, do que se trata é de poder e de oligarquias. Passe bem!
Eugénio Lisboa
《A “conservadora” Margaret Thatcher – como o “conservador” Passos Coelho – quis misturar água com azeite, isto é, conservantismo e extremismo. Claro que não dá.》[Carta Aberta de Eugénio Lisboa ao primeiro-ministro de Portugal - Setembro de 2012]
Sem o extremismo o conservadorismo já dá para o Sr. Eugénio Lisboa.
O que não dá é o Sr. Eugénio Lisboa dizer que é de 'esquerda'.
O Sr. Ildefonso Dias continua a não saber ler um texto, o que ilustra a decadência do nosso ensino. Onde é que eu digo, no texto citado, que o conservadorismo, desde que não extremista, já é bom ou mesmo aceitável.? Digo só que o verdadeiro conservadorismo (que por acaso não sigo) não costuma ser extremista. Isto é lisinho, menos para espíritos enviesados. Para que perde ID tempo a argumentar, se não sabe ler? Dizer que o conservadorismo de Thatcher não é o mesmo de MacMilan é pura análise, não é apologia do modelo não extremista. Caramba, porque gasta tanto espaço a este DRN, em vez de aprender a ler? (Aviso: não quero ser seu professor de leitura: afigura-se-me trabalho inglório)
Eugénio Lisboa.
"O problema, com este governo a que V. Exa. preside, é ser constituído por políticos amadores e vastamente incultos: faltando-lhes cultura (histórica e não só), tendem a não ter perspectivas e a não mergulhar nas experiências milenares que a História regista para com ela aprendermos." [Segunda carta aberta de Eugénio Lisboa ao primeiro-ministro de Portugal- Outubro de 2012]
Afinal o problema não é ideológico, 'esquerda' e 'direita' tanto faz para o Sr. Eugénio Lisboa!
"A economia já é uma ciência relativa (“comportamental”, lembra, e muito bem, o sensato e competente Dr. Bagão Félix), (...)" [Segunda carta aberta de Eugénio Lisboa ao primeiro-ministro de Portugal- Outubro de 2012]
Também pode ser um "conservador" a governar desde que seja competente! Que isso nada incomoda o 'esquerdista' Eugénio Lisboa.
Sr. Eugénio Lisboa seja honesto consigo e assuma que é de esquerda e é de direita consoante os seus interesses particulares.
Não engane é o povo.
O Sr. Eugénio Lisboa foi o "mestre" do muito 'conservador' Marcelo Rebelo de Sousa.
"A outra menção do chefe de Estado foi para Eugénio Lisboa, ensaísta de 86 anos homenageado nesta edição do festival – sendo-lhe dedicado um dossier na revista Correntes D’Escritas –, com quem tem em comum a terra natal, Lourenço Marques. Referindo-se ao escritor como seu "mestre", Marcelo lembrou como este foi não só uma figura cultíssima como irreverentíssima, superlativos que mantém em sentido mesmo com a sua avançada idade. O presidente deixou ainda uma nota pessoal de afecto, agradecendo o facto de nos volumes das memórias que o ensaísta tem publicado ("Acta Est Fabula", na editora Opera Omnia), recordar a sua mãe, Maria Fernandes Duarte, e lembrou como foi pelos olhos da sua mãe que primeiro aprendeu a admirar Eugénio Lisboa. Recordou os vários encontros numa livraria na capital moçambicana, e confessou que tinha o hábito de vigiar os títulos que o ensaísta comprava para conhecer "as escolhas do mestre"."[jornal Sol - 25/02/2017]
Exactamente! Tudo isso é verdade. A Mãe do actual Presidente da República, sendo casada com o Governador Geral de Moçambique, era conhecida por não ser adepta do Estado Novo. Deixou um rasto de grande afectividade em Moçambique, Samora Machel nunca permitiu que o nome dela fosse retirado das creches que a tinham como patrona. O próprio Baltazar Rebelo de Sousa era altamente estimado pela população negra de Moçambique e , quando já estava no poder, Samora Machel convidou o antigo governador de Moçambique, para uma visita, estendendo-lhe o tapete vermelho de uma homenagem. Contava-se em Moçambique que Samora Machel dizia, sem nenhum complexo, que se houvesse eleições naquele país e Baltazar fosse seu rival, que este ganharia as eleições... Era a brincar, mas era uma brincadeira significativa de apreço elevado. Já vê, Sr. ID, que é perigoso julgar pelas aparências. Convém documentar-se melhor. A verdade é sempre mais complexa. Mas os caluniadores ficam-se sempre pela superfície, porque ir ao fundo das coisas não rende. Pode continuar à vontade a escarafunchar em papéis, como bufo profissional que é. Mas garanto-lhe que está sujeito a surpresas como esta. Eu, pela minha parte, não tenho qualquer interesse no passado, no presente ou no futuro do Sr. Ildefonso Dias. Nunca tive vocação para bufo e nunca gostei de bufos. .Além disso, o tópico tem pouco interesse.
Eugénio Lisboa
P. S. - Quando, há poucos anos, foi criado um prémio literário para ficcionistas moçambicanos, um júri de escritores moçambicanos escolheu, por unanimidade, o meu nome para patrono desse prémio. E sabe porquê? Por ali ter deixado uma reputação de sempre dizer o que pensava e nunca ter dado pancadinhas paternalistas nas costas de ninguém.. O caráter até compensa.
Eugénio Lisboa
O que se pode concluir:
1 - O Sr. Eugénio Lisboa não é nem de esquerda nem é de direita. Defende apenas os seus interesses mais imediatos.
2 - O Sr. Eugénio Lisboa, porque tem grandes qualidades humanas, aceitaria ter sido um dos ministros do Estado Novo, um regime facistae criminoso, se para isso tivesse sido convidado.
Já dei demais para este peditório. A paciência tem limites. Por mim, a conversa acabou. Parece que a patetice não tem cura.
Eugénio Lisboa
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