terça-feira, 12 de julho de 2011
Ciência no jardim-de-infância: de pequenino se torce o destino
Deixo aqui o resumo da minha intervenção no Congresso da APEI - Associação de Profssionais de Educação de Infância, realizada em Lisboa no sábado passado.
É hoje consensual que a cidadania nos tempos de hoje envolve uma preparação científica básica. Apesar de ter havido alguns avanços nos últimos anos, ainda existe entre nós um enorme défice do ensino das ciências nos primeiros anos de escolaridade: no jardim de infância e no 1.º ciclo do ensino básico. Se no início do século XX o nosso problema era o analfabetismo, no início do corrente século é, em larga medida, o analfabetismo científico. Esse fenómeno, que se deve mais à pouca familiaridade com a ciência dos educadores e professores desse grau de ensino do que a falta de meios materiais, está na base do nosso défice de ciência na escola que apontei no meu recente livro A Ciência em Portugal, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que se expressa por exemplo em avaliações realizadas em anos posteriores de escolaridade. Para o ultrapassar há que promover melhor formação de educadores e professores e propor a realização de mais experiências no jardim de infância e na escola básica com materiais simples e acessíveis: o êxito da colecção Ciência a Brincar, publicada pela editora Bizâncio, que já vai em dez volumes (um deles, o número quatro, escrito em colaboração com o matemático e actual Ministro da Educação, Nuno Crato, e com os físicos Constança Providência e Manuel Paiva), mostra que há uma grande receptividade à “ciência para pequeninos”. As crianças, claro, mostram-se muito curiosas e interessadas em actividades científicas, pelo que não são seguramente o problema.
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2 comentários:
Não gosto da designação Ciência a Brincar. Cheira a eduquês...
Eu nunca me apercebi
que o eduquês tivesse cheiro,
segundo aquilo que li
no respectivo letreiro!
JCN
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