O "Jornal de Leiria" disse-me:
"O exame nacional de Português para os alunos do 12º ano teve, este ano, o pior resultado em 14 anos de prova, com uma média de 8,9. Também Matemática A voltou aos resultados negativos. Depois de, no ano passado, a média do exame nacional de Matemática ter sido de 10,8, este ano baixou para os 9.2. Em reacção, o novo ministro da Educação, anunciou o reforço nas horas lectivas dedicadas à Matemática e ao Português, disciplinas que Nuno Crato considera “estruturantes” para o desenvolvimento dos alunos. Para o governante, que durante anos foi presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, as dificuldades reveladas pelos alunos a Português e a Matemática “não devem ser escondidas simplificando drasticamente os exames ou qualquer outro mecanismo”, mas têm de ser enfrentadas com “mais horas de trabalho para o Português e para a Matemática”.
Que comentários lhe merece o assunto?"
E eu respondi, nos poucos caracteres disponíveis:
"Os resultados dos exames nacionais continuam a ser muito preocupantes, apesar das comparações com anos anteriores não serem fiáveis. Como o GAVE não consegue fazer provas com grau de dificuldade semelhante, o ministro da Educação estará a pensar numa alternativa. A educação nacional constitui um enorme desafio para todos. Mais horas de trabalho na escola são decerto precisas. Assim como mais trabalho dos alunos em casa. E, nesta altura, é sobretudo necessário restaurar a confiança dos professores, muito abalada por um perverso sistema de avaliação docente."
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA
A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
A “Atlantís” disponibilizou o seu número mais recente (em acesso aberto). Convidamos a navegar pelo sumário da revista para aceder à in...
5 comentários:
Senhor Prof. Carlos Fiolhais:
Restaurar a confiança dos professores e também a confiança nos professores, na sua competência científica e pedagógica, muito abaladas pelo total descontrolo no processo da sua formação, com a pulverização de instituições de formação (inicial e contínua) em que encontramos de tudo, das mais competentes às incompetentes (funcionando segundo lógicas mercantilistas).
É uma ilusão pensar-se que aumentar as horas de LP e de M só por si resolve o problema, mais, só não se revelará contraproducente se tal aumento for enquadrado numa alteração de um conjunto de outros pressupostos.
Os problemas de que padece o ensino são de varia ordem, depois de devidamente identificados deve actuar-se um pouco em todos eles, de forma progressiva mas determinada.
Outra ilusão foi centrar a crítica ao ensino em dois ou três aspectos apenas, por mais importantes que sejam, esquecendo todos os outros.
E por aqui me fico, expectante.
Corrigenda: «...são de vária ordem...»
Felizmente, foram os caracteres suficientes para produzir uma excelente resposta.
Fosse essa resposta pronunciada bem alto e (multiplicada) por todo o lado.
E dela se extraíssem corajosa, lúcida e atempadamente as devidas consequências.
Como o GAVE não consegue fazer provas com grau de dificuldade semelhante...e puqué que uma estrutura tão pesada não consegue fazer tal?
e ñum é solamente a matemática
a bem dizer desde a química à biologia
passando pela vertente mais literata
já pra nã falar daquelas tretas psicológicas
e a simplificação das cruzinhas/escoja multiple
também não é grande coisa
dá menos trabalho nas correcções
uniformiza etc...tc
Muito obrigada, Professor Carlos Fiolhais.
MPP
Enviar um comentário