1. Em vez de se encararem as críticas ou, pelo menos, algumas delas como uma possibilidade de análise e de correcção de eventuais erros, descredibiliza-se, menoriza-se, acusa-se, calunia-se quem as faz.
À pergunta de Wong "a opinião publicada tem colocado reservas à INO. Muitos dizem que esta só serve para dar diplomas. É assim?” o senhor acima referido responde: "Surgem críticas, mentiras e afirmações de quem não quer mentir mas fala do que não sabe".
Quem critica só pode, pois, ser mentiroso. E se não for mentiroso será ignorante!
Mais adiante, respondendo a outra pergunta - "Porque é que não se fez antes esta mudança?" - acrescenta: "A democratização de acesso implica verdadeira abertura social e de mobilidade, o que cria pressão junto de determinadas elites que não deixaram de reagir. Há uma democratização mal tolerada do acesso aos diplomas escolares".
Quem critica é, portanto, necessariamente, preconceituoso e anti-democrata...
2. Em vez de se esclarecem dúvidas que se colocam a quem está de fora, mas que legitimamente quer conhecer e compreender, recorre-se a arrazoados a redundâncias que nada esclarecem, antes confundem... ainda mais.À pergunta de Wong “uma das críticas é que os adultos não aprendem disciplinas formais”, o mesmo senhor responde: “Desminto. Há regras a cumprir que têm a ver com o cumprimento dos procedimentos necessários.”Se “há regras a cumprir”, que regras são essas que não podem ser claramente referidas?... Se "têm a ver com o cumprimento dos procedimentos necessários”, que procedimentos são esses, que não podem ser enunciados?
3. Em vez de se sistematizarem racional e objectivamente argumentos, recorre-se a crenças, a convicções individuais ou colectivas (não, isso não é filosofia da educação!).
À pergunta de Wong "Nessa velocidade não se perde qualidade?", o dito senhor responde: "O primeiro pilar da qualidade é a quantidade. Digo-o com toda a convicção. Sabemos que alunos de determinadas vias de ensino aprendem a fazer exames e a tirar notas, mas não sabemos se sabem alguma coisa quando acabam."4. Em vez de se recorrer a conhecimento pedagógico sólido e aos meios que faculta ao ensino, à formação, à aprendizagem... recorre-se a sensiblidades de mercado e a opiniões que, acresce, serem opiniões em causa própria.
À insistência de Wong na pergunta "no processo de RVCC, as pessoas são avaliadas pelo que sabem e não pelo que aprenderam. Concorda?", o senhor em causa responde: "Há dois grandes indicadores que mostram que as pessoas saem mais capacitadas, preparadas para os desafios: a adesão das empresas à INO e os testemunhos das pessoas".
8 comentários:
é terrível esta conversa de chacha. e o mais terrível é que há cada vez mais gente a falar assim. uma novilíngua?
O ponto 3 lembra-me Estaline "Quantidade tem sempre uma Qualidade em si propria"...
JCSilva
OS DOIS SEBASTIANISTAS
Como quem cumpre uma sina,
dois velhinhos, a tremer,
do alto de Santa Catrina
vão todos os dias - ver...
Passaram há muito a conta
dos oitenta, e entanto ainda
nos olhos de eles aponta
a esperança moça e linda !
Enquanto os mações franceses
andam por aí a mandar,
eles, suspirando às vezes,
pões os olhos no mar.
E silenciosos, e sem
uma palavra trocarem,
os velhos, como a esperarem,
olham o mar, para além...
Oh ! a Nau empavezada,
quando há de apar'cer ela,
a gloriosa caravela
por entre a névoa dourada?
Sempre calados... Inda hoje
não chegou o Encoberto.
Mas a esperança não foge
e a Manhã há de vir perto!
Enfim, como num segredo,
despedem-se em termos tais:
-Amanhã venha mais cedo,
para conversarmos mais.
Afonso Lopes Vieira
1915
Actualização:
Onde está,
na 3.ª quadra: os mações franceses
Deverá ler-se: as Novas Oportunices
Com as minhas desculpas ao poeta
Afonso Lopes Vieira
Aí estão os novos explicadores do séc. XXI com o nome de executores.
Ou os Benefícios do Não Estudar
:::::::::::::::::::::::::::::::::
ANÚNCIO
Executam-se trabalhos - Novas Oportunidades — Porto
• Localização: Porto, Porto, Portugal
• Data de publicação: Outubro 6
Professores com experiência de 2 anos na àrea, executam trabalhos para alunos das novas oportunidades.
Se não tiver tempo de concluir o seu trabalho, nós fazemos por si.
Para mais informações contacte:
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Ver aqui.
O sociólogo Capucha tem razão, as Novas Competências (dos executores, claro) dos Novos Oportunistas, escondem a verdade.
Mas, como um sociólogo não é obrigado a perceber de pedagogia, conclui-se que, pelas NO, obteve as competências para conferir e atestar novas competências a novos oportunistas.
Posto isto, e ele sabe do que falo,ele representa o ideal-tipo de Weber, na área que ora se vem desenvolvendo.
A melhor forma de vender um livro é dizer mal dele.
E nós vamos fazendo o mesmo: a melhor propaganda das Novas Oportunidades, é criticá-las, e falar muito delas.
Nem sei que diga! resta-me agradecer o artigo de H. Damião!
eguindoa lógica do crânio da INO seria desejável , num futuro próximo, criar uma iniciativa Novas Oportunidades para os estudantes universitários que, por diversíssimas razões, não acabaram os seus cursos. Certamente que apreceriam o valor social do diploma.
O 1.º Ministro dá o exemplo...
Palavras para quê?
Há alguém que precise mais esclarecimentos?
Quem quiser que enfie a capucha!
Adorei a crença no valor da quantidade: "O primeiro pilar da qualidade é a quantidade."
A arrogância desta gente é inquietante.
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