terça-feira, 19 de janeiro de 2010
HÁ CEM ANOS 2
Há cem anos, o rei D. Manuel II pagava do seu bolso a um sociólogo francês, Léon Poinsard, para ele estudar em Portugal a "questão social".
Clicar para ver melhor o recorte da "Ilustração Portuguesa", nº 169, 17/5/2009.
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5 comentários:
Que não fez D. Manuel II para, a expensas suas, promover a cultura em Portugal?!... Mesmo até... já fora do país, na situação de exilado. Honra lhe seja, preferências políticas à parte. JCN
UM JOVEM REI NO EXÍLIO
Discreto, como sempre fora em vida,
sem qualquer enxovalho popular,
D. Manuel Segundo, na partida,
portou-se conforme era de esperar.
Leva no peito em sangue uma ferida
que nunca mais havia de passar,
uma chaga recôndita, escondida,
que faz questão de não manifestar.
Entregue aos seus estudos na Inglaterra,
nem por isso, na sua solidão,
deixa de ter em mente a sua terra.
Consigo morre toda a esperança
de persistir a Casa de Bragança
à frente dos destinos da Nação!
JOÃO DE CASTRO NUNES
CEM ANOS DE REPÚBLICA
(Carmen saeculare)
Ao perfazer cem anos de existência
com todas as mazelas que a idade
forçosamente traz por inerência,
impõe-se restaurar-lhe a identidade.
Há que limpá-la da concupiscência
que lhe comprometeu a idoneidade,
regenerá-la da consequência
de uma funesta e vil rapacidade.
De volta aos ideais do seu primado,
de novo surja livre de pecado
e tudo quanto é nobre lhe aconteça!
Com seu barrete frígio na cabeça
e seu vermelho e verde gonfalão,
preserve-a Deus de toda a corrupção!
JOÃO DE CASTRO NUNES
RAZÃO E SENTIMENTO
Não é questão de mera ideologia
optar pela república electiva
ou pela hereditária monarquia
ou qualquer outra forma alternativa.
Cada sistema tem suas virtudes
e suas pontuais perversidades,
estando em causa mais as atitudes
que a natureza das modalidades.
À falta de argumentos concludentes
em contra ou a favor de alguma delas
deixemos de forçar as nossas mentes,
dando a palavra, acima da razão,
perante estas vertentes paralelas,
à voz sentimental do coração!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Bonjour,
je suis l'arrière petite-fille de Léon Poinsard.
Pour avoir lu ses écrits, je sais combien il respectait le peuple du Portugal, et quelle passion il mit dans son métier et dans les progrès de la science sociale.
Bien cordialement.
Bénédicte Poinsard
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