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No entanto, isto constitui um desafio - ou, pelo menos Galileu fez com que assim se tornasse, pretendendo que as observações feitas com a luneta (canocchiale) eram uma prova contra a ideia de uma terra central estacionária e a favor da consideração de terra como um planeta. Neste ponto, e apesar da integridade da disciplina, a astronomia geométrica viu-se obrigada a prestar atenção, já que a suposição de uma terra estacionária era fundamental para o seu trabalho. O telescópio pretendia revelar verdades novas e nunca vistas sobre os céus; desafiava a competência da astronomia e, para além disso, tornava instável a distinção, cada vez mais difícil de manter, entre a astronomia geométrica e o estudo físico dos céus."
Referência: Bennett, J. (1999). O estatuto dos instrumentos científicos. F. Gil (Coordenação e apresentação). A ciência tal qual se faz. Lisboa: Edições Sá da Costa, páginas 203-213.
3 comentários:
O óculo produzido e aperfeiçoado por Galileu, em 1609, era capaz de fazer “as coisas vistas com dele parecerem quase mil vezes maiores e mais de trinta vezes mais próximas”.Eis como se apresentava o céu a 7 de Janeiro de 1610 e se apresenta hoje, em Portugal: http://w3.ualg.pt/~jlongras/seccao_sempre_aprender.html#4 .
O céu visto nessa altura
pelo sábio Galileu
exibe a mesma figura
que hoje tem, suponho eu.
JCN
JCN
Não me custa imaginar
o Pontífice Romano
a pretender espreitar
também o céu pelo cano.
Digo-o com todo o respeito,
como é bom de calcular:
isto é somente o meu jeito
de gostar de ironizar!
JCN
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