Apesar da razão e da ciência,
os maiores trunfos da humanidade,
condescende em ilusões e práticas mágicas
que reforçam o teu auto-engano,
e perder-te-às incondicionalmente!
Mefistófeles no Fausto de Goethe
O primeiro livro de Michael Behe, publicado em 1996 e que dava pelo título sugestivo de «A Caixa Preta de Darwin» (Darwin's Black Box), foi exibido ad nauseam pelos neo-criacionistas como uma obra determinante na demonstração da falência do evolucionismo.
De facto, Michael Behe, professor de Bioquímica no Departmento de Ciências Biológicas da Universidade de Lehigh - que tem uma página institucional devotada a explicar que a posição de Behe não é seguida por mais algum membro do corpo docente da instituição -, era (e este tempo verbal não é engano) um dos nomes sonantes dos homens da ressurreição.
Um novo livro de Behe foi publicado há duas semanas, «The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism». Os meios criacionistas têm mantido um silêncio ensurdecedor sobre a nova obra de Behe, o que poderia parecer estranho mas não o é se considerarmos o que Behe propõe no seu novo livro.
Sabendo que o neo-criacionismo não passa do criacionismo bíblico vestido com umas roupagens mais sofisticadas em que Deus é substituido por um misterioso «designer», não deve ser bem acolhido pelos criacionistas de todas as cores o facto de Behe desdenhar como «patetas» os que leêm a Bíblia como um «livro de ciência». De facto, Behe pretende (infrutiferamente, diria) com o livro reafirmar o carácter científico do Desenho Inteligente que não pode «assentar em livros sagrados ou visões proféticas [uma alusão a Ellen Gould White]».
Para isso, Behe aceita as principais conclusões do evolucionismo (especialmente que partilhamos um ancestral comum com os restantes primatas) assim como os mecanismos propostos para a evolução, nomeadamente a selecção natural. Apenas considera que a mutação aleatória não consegue explicar tudo e insiste na existência de um designer, na realidade um «Great Mutator», que manipula os cordelinhos das mutações.
Considerando a agenda religiosa do Discovery Institute não é assim de espantar o silêncio criacionista sobre este novo livro. Na realidade, Behe - que aparentemente não acredita na teoria dos anjos e demónios - atreve-se a tecer considerações sobre o «Great Mutator», questionando a sua bondade, moralidade e omnipotência no desenho da malária, já que «deliberadamente decidiu matar milhões de seres humanos, incluindo crianças inocentes».
Vale a pena ler a análise do livro pelo evolucionista Jerry Coyne, num artigo intitulado «The Great Mutator», de que um dos parágrafos praticamente resume a apreciação do livro:
«In the end, The Edge of Evolution is not an advance or a refinement of the theory of intelligent design, but a retreat from its original claims - an act of desperation designed to maintain credibility in a world of scientific progress. But it is all for nothing, because Behe's new theory remains the same old mixture of dead science and thinly disguised theology. There is no evidence for his main claim of non-random mutation, and scientists have plenty of evidence against it. His arguments against the Darwinian evolution of complex organisms are flawed and misleading. And there is not a shred of evidence supporting his claim that the goal of evolution is intelligent life. In contrast to the feast of evidence that nourishes evolutionary theory, Behe gives us an empty plate.»
Coyne termina a apreciação com uma citação de Darwin:
«A ignorância gera confiança mais frequentemente que o conhecimento; são aqueles que sabem pouco e não aqueles que sabem muito que asseguram que este ou aquele problema nunca serão resolvidos pela ciência».
E de facto, a ciência tem provas sem pretender certezas enquanto os criacionistas têm certezas sem provas...
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27 comentários:
http://arstechnica.com/articles/culture/ars-takes-a-field-trip-the-creation-museum.ars
"Essa de ter provas sem ter certezas é novidade...Uma novidade fruto do evolucionismo, sem dúvida..."
Para quem desconhece o conceito de metodo cientifico e de facto novidade.
Com a questão das «más companhias» a Palmira decidiu não usar mais o termo «IDiotas» para apodar os criacionistas, e fez bem. Contudo, passou a usar várias vezes a expressão «homens da ressurreição». Esta expressão parece-me errada e abusiva, porque mistura alhos com bugalhos. E voltamos à questão das «más companhias»...
Alef
Os cristãos são tão thin skinned, ofendem-se por dá cá aquela palha. O termo homens da ressurreição é injurioso?
Mas não é injurioso o paparatzi e Cª Lda dizer que a Unicef e a Amnistia Internacional têm uma agenda pró-morte?
Porque consideram que as mulheres violadas que enchem os campos de refugiados de Darfur têm direito a um mínimo de dignidade?
O Vaticano apelou aos católicos para que retirem o apoio financeiro à Amnistia nternacional (AI), isto depois de em 1996, ter feito o mesmo em relação à UNICEF, o fundo das Nações Unidas para a infância, que também acusou de promover o aborto. A UNICEF difundia nos campos de refugiados de todo o mundo uma informação sobre um espermicida pós-coito destinado a jovens mulheres ou adolescentes vítimas de violação.
O financiamento do Vaticano à UNICEF elevava-se na altura a cerca de 2.000 dólares por ano. Nunca deu um tostão furado à Amnistia Internacional...
Por sua vez, Kate Gilmore, subsecretária-geral da AI, afirmou em entrevista à Reuters:
"Defendemos o direito da Igreja tratar de crenças morais. Mas um projecto de direitos humanos é para tratar do Estado, do estado de direito, e para criar um ambiente no qual as pessoas possam fazer escolhas morais como indivíduos" sublinhando que a ONG vai "continuar a fazer campanha pela protecção da Igreja Católica" nas áreas onde houver discriminação religiosa.
a icar dar dinheiro à concorrência? nem pensar! deviam andar mortinhos por arranjar uma desculpa para demonizar a AI assim com demonizam todas as ong's laicas.
já a RATZana criticou o governo alemão por só dar dinheiro para projectos ateus em áfrica, como combater a pobreza e a fome, em vez de o entregar à Igreja para esta «catequizar» áfrica.
sobre o livro do behe, agora que o único cientista de jeito desertou o barco idiota o que é que vão fazer os gajos do discovery institute? bater na tecla da complexidade irredutível vai dar mau aspecto porque o pessoal pode lembrar-se do behe. não sobra nada aos idiotas...
Eu só gostaria de saber quem foi que deu o pontapé na molécula de energia infinitesimal, de que saiu este raio de mundo onde há o plasmodium e um cristão ignorante como eu. É que nem a Bíblia nem a Ciência mo dizem convincentemente.
Recebi este e-mail de Michael Behe, meu amigo desde 1998 quando informei-lhe que a leitura do seu primeiro livro “A Caixa Preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997, havia me despertado do meu sono epistemológico em relação ao fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução
Behe autorizou a tradução e publicação do seu e-mail neste blog:
A primeira resenha do meu novo livro, The Edge of Evolution [O Limite da Evolução], saiu no Publisher's Weekly (vide abaixo)... semana que vem a PW deve publicar um artigo sobre mim e o livro. O livro será lançado no começo de junho.
O ponto principal é que os dados disponíveis na última década das pesquisas de micróbios que ocorrem na natureza em número verdadeiramente astronômicos, tais como o parasita da malária e o HIV, demonstram que o conceito de mutação aleatória é incoerente, e os processos darwinianos são capazes apenas de mudanças triviais de sistemas preexistentes. Alguém ficou surpreso com isso? Extrapolar a partir desses dados permite que limites relativamente exatos e firmes sejam colocados naquilo que é razoável esperar tenha sido feito pelos processos não inteligentes durante o curso da vida na Terra. Resumindo, o design se estende muito profundamente na vida, ultrapassando tais Cadillacs de complexidade como o flagelo bacteriano, muito mais profundo do que eu teria imaginado há uns dez anos atrás.
Mike
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O que outros estão dizendo sobre o novo livro de Michael Behe:
“Com este livro, Michael Behe mostra que ele é verdadeiramente um pensador independente de primeira ordem. Ele examina cuidadosamente os dados da evolução, e em meio a isso argumenta a favor do ancestral comum universal que não fará amigos para ele entre os criacionistas da Terra jovem, e focaliza em novos fatos, especialmente sobre a malária, que não tem feito parte do debate público até agora. Este novo livro vai levar o debate do design inteligente para um novo território e representa uma contribuição única para a pergunta filosófica de muito tempo: A observação do mundo físico pode guiar o nosso pensamento sobre questões religiosas?”
Professor David Snoke, Departamento de Física e Astronomia, Universidade de Pittsburgh
“No livro The Edge of Evolution Michael Behe avalia cuidadosamente a evidência de que o mecanismo de mutação aleatória e seleção de Darwin pode realizar em casos bem documentados, e mostra que até nesses casos que maximizam o seu poder como uma força criadora ele somente tem sido capaz de gerar exemplos muito triviais de mudança evolutiva. Poderia tal força aparentemente impotente e inconsciente ter realmente construído os mecanismos moleculares sofisticados encontrados em toda a natureza? A resposta, ele insiste, é não. A única explicação de senso comum seria design inteligente.”
Michael Denton, M.D., Ph. D., autor de Nature's Destiny
“Em prosa cristalina Behe esfrangalha sistematicamente o dogma central da ciência ateísta, a doutrina de um universo randômico. Este livro, como os fenômenos naturais que descreve tão elegantemente, mostra os sinais inconfundíveis da ação de uma inteligência muito profunda.”
Jeffrey M. Schwartz, M.D., Pesquisador em Psiquiatria, UCLA, autor de The Mind & The Brain
“Até a década passada e a revolução da genômica, a teoria de Darwin se apoiava em evidência indireta e especulação razoável. Agora, contudo, nós começamos a arranhar a superfície da evidência direta, da qual este livro oferece o melhor tratamento possível. Embora muitos críticos não vão querer admitir, o livro The Edge of Evolution é muito equilibrado, cuidados, e devastador. Um livro tremendamente importante.”
Dr. Philip Skell, Professor da Cadeira Evan Pugh de Química, Emérito, Universidade Estadual da Pensilvânia, e membro da National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências] dos Estados Unidos
Não existe nada mais pernicioso em ciência do que uma teoria se arrogar ao status de “Theoria perennis”. Não existe nada mais arrogante em ciência do que certos teóricos se lançarem na busca pela “Teoria do Tudo”, como se nós, apesar de sermos seres inteligentes diferentes das demais espécies, e bota diferença nisso, fôssemos capazes de tal proeza epistêmica.
Nada mais falso, e mera corrida atrás do vento. Por favor, que os darwinistas fundamentalistas de plantão na Academia, me entendam, eu não estou aqui sendo contra a ciência, eu estou sendo simples e gostosamente desconstrucionista a la Foucault, e bem epistemologicamente anarquista a la Feyerabend.
Engraçado, eles mesmos debatem as insuficiências fundamentais do contexto de justificação teórica do darwinismo desde 1859, quer dizer: Darwin não fecha a conta epistêmica. O Mysterium tremendum continua Mysterium tremendum. Todavia, os darwinistas fundamentalistas continuam tinhosos, arrogantes, e visceralmente inimigos dos que discordam deles. E muito mal educados. Sei do que estou falando. A história da ciência não me deixa mentir: um comportamento infame e execrável da Nomenclatura científica. Eles ainda vão “evoluir”...
A maioria dos teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente admite que a teoria da mutação aleatória e da seleção natural de Darwin explica algumas, NOTE BEM, algumas das variações e adaptações que nós encontramos no mundo biológico, mas que a teoria não pode ser extrapolada, como tem sido pelos darwinistas ortodoxos, para explicar tudo sobre a vida numa única teoria de aleatoriedade materialista.
Destaco o novo livro de Michael Behe, “The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism” (O Limite da Evolução: A busca pelos limites do Darwinismo) onde ele tenta definir este limite e definir “o limite da evolução”, a linha de demarcação entre o Darwinismo e o Design.
O primeiro livro de Behe − “A Caixa Preta de Darwin” (Rio de Janeiro, Zahar, 1997 – ) foi fundamental em lançar o movimento do design inteligente, e se tornou desde então em tremenda dor de cabeça para os cientistas: o darwinismo não consegue explicar o maquinário complexo de uma célula em termos darwinianos.
Bem, agora nesta tão esperada seqüência, Behe apresenta mais do que um desafio aberto ao darwinismo: ele apresenta a evidência da revolução genética − a primeira evidência direta dos caminhos mutacionais da natureza − para redefinir radicalmente o debate sobre o darwinismo. QUANTO DA VIDA A TEORIA DE DARWIN EXPLICA? A maioria dos cientistas crê que ela explica tudo: do maquinário da célula a toda a história da vida na Terra.
Neste novo livro, Behe destaca que a teoria de Darwin é uma mistura de diversas idéias não relacionadas, inteiramente separadas, incluindo mutações aleatórias, seleção natural, e ancestral comum. O contexto de justificação de cada idéia deve ser examinado cuidadosamente.
E aqui vai um míssil EXOCET no arraial de Darwin, e posso até ferir a darwinistas “coquetes” de sensibilidade à flor da pele: o mecanismo proposto de mutação aleatória (eles negam peremptoriamente ser assim) e a seleção natural tem sido largamente aceito mais como uma QUESTÃO DE FÉ E DEDUÇÃO, ou na melhor das hipóteses, uma EVIDÊNCIA CIRCUNSTANCIAL.
É tão-somente agora, graças à genética, é que a ciência nos permite PROCURAR DIRETAMENTE A EVIDÊNCIA. Os genomas de muitos organismos já foram seqüenciados, e a maquinaria da célula tem sido analisada em grande detalhe. As respostas evolutivas dos microorganismos aos antibióticos e dos humanos às infecções de parasitas têm sido verificadas ao longo de dezenas de milhares de gerações.
E o que tudo isso implica? Bem, pela primeira vez na história, NOTE BEM, PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, a teoria da e Darwin pode ser rigorosamente avaliada. Os resultados são chocantes. Embora ela possa explicar mudanças marginais na história evolutiva, a mutação aleatória e a seleção natural explicam MUITO POUCO da maquinaria básica da vida. O “limite” da evolução, uma linha que define a fronteira entre a mutação aleatória e não-aleatória, fica muito distante aonde Darwin apontou. Behe argumenta que a maioria das mutações que tem definido a história da vida na Terra tem sido não-aleatórias.
Embora seja controversa e assombrosa para os darwinistas ortodoxos, e especialmente para a galera dos meninos e meninas de Darwin, esta descoberta na verdade encaixa-se num padrão geral descoberto por outras áreas científicas nas últimas décadas: O universo como um todo foi bem ajustado para a vida. Da física à cosmologia, da química à biologia, a vida na Terra se revela como dependendo sobre uma série de eventos improváveis. QED: O universo demonstra design intencional para a existência de vida.
Enézio E. de Almeida Filho
Behe é uma prova de que não é necessário ser criacionista para ver as insuficiências do darwinismo.
Man, agora para além dos alucinados portugueses aterraram aqui os alucinados brasileiros!
Ó seu enézio não sabe que a biologia evoluiu um poucochinho desde Darwin? Falar em darwinismo só mostra a vossa ignorância total no assunto!
è assim a modos que dizer que a mecânica quântica está errada porque se descobriu falhas no modelo atómico de Bohr!
"Todavia, os darwinistas fundamentalistas continuam tinhosos, arrogantes, e visceralmente inimigos dos que discordam deles. E muito mal educados."
Viu, seu Enézio, como você estava errado? Não notou a delicadeza da resposta da Rita?...
Enézio, vc está com muito tempo livre! Vai trabalhar na sua dissertação ou vai acabar levando bomba! Mivart... tenha dó...
Sim minha cara Rita, brasileiros aterraram no "De rerum natura", porque este é um blog que lemos com muito prazer... Mas venho aqui para pedir desculpas em nome dos brasileiros.
Lembro aqui aos amigos portugueses, que o sr. Enézio, NÃO REPRESENTA DE FORMA ALGUMA OS BRASILEIROS, aliás nos envergonhamos de ter uma figura como esta por perto.
Eu como cientista, ecóloga por bacharelado, mestre em geociências e doutora em paleontologia, posso dizer que o estilo jornalístico do sr Enézio de usar TEXTOS VAZIOS, recheados de palavras impactantes como "míssil exocet", "chocado", só servem para dispersam os leitores mal informados. Qualquer um que tenha cabedal de conhecimentos relacionados à ciência pode observar que o sr. Enézio entrou aqui para "bater ponto", ou seja deixar alguma resposta contrária ao do blog MAS SEM ARGUMENTAÇÃO CONVINCENTE. Algo assim como dizer: “-Olha nós criacionistas existimos, viu???” Tanto o texto dele é insípido e vazio, que podemos analisar o texto dele ítem por ítem:
Ele disse: "Não existe nada mais pernicioso em ciência do que uma teoria se arrogar ao status de “Theoria perennis”. Não existe nada mais arrogante em ciência do que certos teóricos se lançarem na busca pela “Teoria do Tudo”, como se nós, apesar de sermos seres inteligentes diferentes das demais espécies, e bota diferença nisso, fôssemos capazes de tal proeza epistêmica."
Eu respondo: Pois então, a Teoria da Evolução não se julga perene, APENAS ESTAMOS ESPERANDO QUE ALGUÉM A CONTRADIGA DE VERDADE, com comprovações baseadas no método científico.
Ora SOMENTE O CRIACIONISMO arvora para si o status de "TEORIA PERENE". Mas o pior é que os criacionistas não contam aos seus adeptos pouco letrados que NÃO BASTA alguém refutar a T. da Evolução, ISSO NÃO COMPROVA o criacionismo. Esse é o ponto que criacionistas e DIstas não conseguem admitir: NÃO BASTA DERRUBAR A T. DA EVOLUÇÃO, POIS ISSO NÃO DÁ AO CRIACIONISMO O "STATUS QUO" DE UMA TEORIA CIENTÍFICA. Em ciência para ser teoria científica é necessário estar comprovada através de método científico e não refutada posteriormente. Pois já começamos do fato de que o criacionismo (e mesmo o DI inventado por Paley) FORAM JÁ REFUTADOS NO SÉCULO XIX, não somente pela biologia, MAS PELA GEOLOGIA, ASTRONOMIA, FÍSICA, etc.
Vamos à outra parte do texto do Sr. Enézio:
Ele disse: “Nada mais falso, e mera corrida atrás do vento. Por favor, que os darwinistas fundamentalistas de plantão na Academia, me entendam, eu não estou aqui sendo contra a ciência, eu estou sendo simples e gostosamente desconstrucionista a la Foucault, e bem epistemologicamente anarquista a la Feyerabend.”
Eu respondo: O sr. Enézio fala da Academia como alguém que a inveja seus participantes. Isso não é de espantar. É muito fácil alguém QUE NÃO É graduado em biologia, NÃO USA MÉTODO CIENTÍFICO achar que pode refutar uma teoria científica como a T. da Evolução... MAS ISSO É IMPOSSÍVEL, sem passar pelo crivo da comunidade científica. Ou seja para se refutar uma teoria científica É NECESSÁRIO ARGUMENTAR COM COMPROVAÇÃO BASEADA EM MÉTODO CIENTÍFICO. Depois disso é necessário publicar em periódicos científicos indexados e não ser refutado pela comunidade científica.
Esse é o problema dele, a Academia não aceita “palavras ao vento”, queremos fatos, experimentos, método científicos, reprodutibilidade, etc.
Já cansei de ler e refutar no Orkut o blog do Sr. Enézio. Sabem qual é a coisa mais comum no blog dele??? DETURPAR ARTIGOS CIENTÍFICOS. Ele é daqueles criacionistas que retiram trechos do contexto de artigos científicos para deturpar o conteúdo.
Ele cita passagens de S. J. Gould, R. Carrol, Eldredge e outros evolucionistas como se estes negassem a evolução. Chegaria a ser risível, se não fosse no mínimo desonesto, distorcer o que dizem os autores que ele cita.
Ele disse: “Engraçado, eles mesmos debatem as insuficiências fundamentais do contexto de justificação teórica do darwinismo desde 1859, quer dizer: Darwin não fecha a conta epistêmica. O Mysterium tremendum continua Mysterium tremendum.”
Eu respondo: O sr Enézio não compreende que na ciência O DEBATE SEMPRE É BEM VINDO. A ciência não debate hoje que evolução é fato, MAS DEBATE DETALHES DE COMO ELA FUNCIONA. E o Mistério só continua TREMENDUM, para quem não estuda, OU PRECISA NEGAR A CIÊNCIA para justificar um fundamentalismo distorcido.
Ele afirma: “Todavia, os darwinistas fundamentalistas continuam tinhosos, arrogantes, e visceralmente inimigos dos que discordam deles. E muito mal educados. Sei do que estou falando.”
Eu respondo: Ah sim! O juiz de Dover foi realmente muito mal educado e antes dele foi muito mal educado o público que riu quando o advogado perguntou ao Sr Behe se, de acordo com o conceito de ciência que ele havia dado, astrologia seria incluída como científica...
Ele afirma: A história da ciência não me deixa mentir: um comportamento infame e execrável da Nomenclatura científica. Eles ainda vão “evoluir”...
Eu respondo: Ora... Comportamento infame e execrável é criticar a ciência e continuar a tomar antibióticos, vacinas e usar computador. Ah me esqueci, o Sr Enézio não sabe que as prescrições de antibióticos e vacinas levam em conta as mutações e a seleção natural e que avanços no estudo da inteligência artificial só vieram a baila nos estudos de modelagem a Teoria da evolução...
Ele afirma: “A maioria dos teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente admite que a teoria da mutação aleatória e da seleção natural de Darwin explica algumas, NOTE BEM, algumas das variações e adaptações que nós encontramos no mundo biológico, mas que a teoria não pode ser extrapolada, como tem sido pelos darwinistas ortodoxos, para explicar tudo sobre a vida numa única teoria de aleatoriedade materialista.”
Eu respondo: PORQUE NÃO PODE SER EXTRAPOLADA? Se os proponentes do DI admitem que ela funciona em alguns casos PORQUE NÃO FUNCIONA EM TODOS OS CASOS?
Para negar que ela funciona em todos os casos É PRECISO ENCONTRAR O MECANISMO QUE SUPOSTAMENTE seria inibitório. Ah daqui a pouco ele vai propor que Deus seria o mecanismo... Depois, quando a gente ri, ainda nos chama de mal educados...
Ele afirma: “Destaco o novo livro de Michael Behe, “The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism” (O Limite da Evolução: A busca pelos limites do Darwinismo) onde ele tenta definir este limite e definir “o limite da evolução”, a linha de demarcação entre o Darwinismo e o Design.”
Eu respondo: Pois é... Ele até TENTOU definir este limite, MAS NÃO CONSEGUIU, nem conseguiu propor um limite inibitório.
Ele afirma: “O primeiro livro de Behe − “A Caixa Preta de Darwin” (Rio de Janeiro, Zahar, 1997) foi fundamental em lançar o movimento do design inteligente, e se tornou desde então em tremenda dor de cabeça para os cientistas: o darwinismo não consegue explicar o maquinário complexo de uma célula em termos darwinianos.”
Eu respondo: Behe nunca foi dor de cabeça para darwinistas. Keneth Miller derrubou completamente todos os argumentos da falsa “complexidade irredutível”. Complexidade irredutível é uma falácia, porque basta encontrar os intermediários entre dois pontos que eles clamam os intermediários entre as novas partes seccionadas.
Ele afirma: “Bem, agora nesta tão esperada seqüência, Behe apresenta mais do que um desafio aberto ao darwinismo: ele apresenta a evidência da revolução genética − a primeira evidência direta dos caminhos mutacionais da natureza − para redefinir radicalmente o debate sobre o darwinismo. QUANTO DA VIDA A TEORIA DE DARWIN EXPLICA? A maioria dos cientistas crê que ela explica tudo: do maquinário da célula a toda a história da vida na Terra.”
Eu respondo: Ele mesmo admite QUE A MAIORIA DOS CIENTISTAS aceita que a evolução explica tudo na biologia porque NÃO TEM OUTRA TEORIA QUE EXPLIQUE MELHOR. E lembramos que NEM DI NEM CRIACIONISMO SÃO TEORIAS, MUITO MENOS TEORIAS CONCORRENTES.
Ele afirma: “Neste novo livro, Behe destaca que a teoria de Darwin é uma mistura de diversas idéias não relacionadas, inteiramente separadas, incluindo mutações aleatórias, seleção natural, e ancestral comum. O contexto de justificação de cada idéia deve ser examinado cuidadosamente.”
Eu respondo: Behe só copiou Mayr quando este afirma em seu último livro, Biologia, ciência única, que a Teoria da evolução é na verdade composta de 5 teorias científica independentes. Cada uma destas teorias vem sendo examinadas e comprovadas. ALIÁS BEHE CONCORDA COM ELAS, INCLUSIVE COM A DO ANCESTRAL EM COMUM.
Ele afirma: “E aqui vai um míssil EXOCET no arraial de Darwin, e posso até ferir a darwinistas “coquetes” de sensibilidade à flor da pele: o mecanismo proposto de mutação aleatória (eles negam peremptoriamente ser assim) e a seleção natural tem sido largamente aceito mais como uma QUESTÃO DE FÉ E DEDUÇÃO, ou na melhor das hipóteses, uma EVIDÊNCIA CIRCUNSTANCIAL.”
Eu respondo,: esse Sr é um embuste. No blog dele, ele menciona o portal de periódicos da Capes, que dá acesso a inúmeros periódicos científicos a partir de computadores das universidades, o que inclui bibliotecas universitárias abertas ao público em geral. Pois bem já que ele tem acesso ao portal da Capes, DEVERIA UTILIZÁ-LO, se não sabe por exemplo dar busca, pergunte à bibliotecária, ela pode te ajudar. Que tal começar a pesquisar por Kimura. Ou já que está em uma biblioteca, sugiro que leia o livro de Ridley, Evolução. Já em português.
Mas podemos responder ao senhor a seguinte questão: Mutações são aleatórias: Depende. Podemos dizer que as mutações são aleatórias porque não sabemos de antemão qual será o mecanismo de mutação que vai ocorrer. Pode ser uma deleção, uma substituição, uma adição. Não sabemos de antemão AINDA, se vai ocorrer em um gene ou em um local inativo.
ENTÃO ATÉ AI TEMOS SIM UMA QUESTÃO DE PROBABILIDADES, que é o que vcs criacionistas chamam de acaso ou mutação aleatória mas que Gould define muito melhor como CONTINGÊNCIA, ou seja, não posso prever o que vai acontecer, mas depois que aconteceu, posso rever os passos do que ocorreu e explicar como ocorreu.
Ele afirma: “É tão-somente agora, graças à genética, é que a ciência nos permite PROCURAR DIRETAMENTE A EVIDÊNCIA. Os genomas de muitos organismos já foram seqüenciados, e a maquinaria da célula tem sido analisada em grande detalhe. As respostas evolutivas dos microorganismos aos antibióticos e dos humanos às infecções de parasitas têm sido verificadas ao longo de dezenas de milhares de gerações.”
E eu respondo: JUSTAMENTE POR TUDO ISSO TEM COMPROVADO A EVOLUÇÃO.
Ele afirma: “E o que tudo isso implica? Bem, pela primeira vez na história, NOTE BEM, PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, a teoria da e Darwin pode ser rigorosamente avaliada. Os resultados são chocantes.”
Eu respondo: Os resultados são chocantes para os Distas e para os criacionistas PORQUE OS RESULTADOS REFORÇAM, CORROBORAM E COMPROVAM MAIS E MAIS A TEORIA DA EVOLUÇÃO.
Ele afirma: “Embora ela possa explicar mudanças marginais na história evolutiva, a mutação aleatória e a seleção natural explicam MUITO POUCO da maquinaria básica da vida. O “limite” da evolução, uma linha que define a fronteira entre a mutação aleatória e não-aleatória, fica muito distante aonde Darwin apontou. Behe argumenta que a maioria das mutações que tem definido a história da vida na Terra tem sido não-aleatórias.”
Behe apontou MAS NÃO COMPROVOU NADA! Onde foi que Behe comprovou mutações não aleatórias produzidas por um ser superior? Ora... Não caia nesse ridículo...
Ele afirma: “Embora seja controversa e assombrosa para os darwinistas ortodoxos, e especialmente para a galera dos meninos e meninas de Darwin, esta descoberta na verdade encaixa-se num padrão geral descoberto por outras áreas científicas nas últimas décadas: O universo como um todo foi bem ajustado para a vida. Da física à cosmologia, da química à biologia, a vida na Terra se revela como dependendo sobre uma série de eventos improváveis. QED: O universo demonstra design intencional para a existência de vida.”
Eu respondo: Esse Sr deve fazer uso de alguma substância alucinógena, pois até o momento NÃO VI NENHUMA DESCOBERTA que levasse a conclusão de um padrão ajustado para a vida.
No fim concluímos que o texto dele COMO SEMPRE, está repleto de frases de efeito, como qualquer falacioso gosta, mas que QUANDO ESPREMEMOS, NÃO PRODUZ NENHUM CALDO CONSISTENTE.
Silvia Regina Gobbo
Ecóloga, Paleontóloga
Peço humildes desculpas pois, depois de postar, reli e encontrei alguns errinhos... Postar assim de pronto, direto na caixa de respostas do blog impediu um revisão mais acurada...
O grande problema na internet é que muita gente que "tinha preguiça de ler livros" começou a vasculhar coisas esparças aqui e acolá e se achar sabida. E o pior, para algo atrair a atenção, tem que ter um clima de intifada, sempre caricaturalizando um homem-espantalho e chegando à baixaria nos ataques a ele. Qualquer coisa mais centrada, poderada e sem auto-indulgência não chama a atenção.
Eu não sou chegado ao "D.I." como movimento. Penso que o grande fraco deles é se agarrar à lacunas e incompletudes da teoria darwiniana.
Por outro lado, o que penso ser uma vantagem deles ("deles" não, pois têm excessões; penso em "muitos deles") em relação aos criacionistas é trabalharem com mais inferências indutivas, ciência positiva e menos petições de princípio. Mas mesmo assim, tem suas falhas.
Mas não consigo deixar de admirar o Behe. O livro da Caixa-Preta poderia ganhar um Nobel em didática, visto a enorme capacidade analógica dele para abordar a complexidade da biologia celular - e destaca-se o refinado senso de humor. Vejo ele como alguém bastante lúcido, e de mente aberta, se destacando assim no "movimento". Também como alguém sem sectarismo.
Estou muito curioso com esse livro dele. Creio que, por duas questões:
1 - o debate com os criacionistas e as investidas políticas desses, que estimulou uma postura defensiva nos evolucionistas e o pensamento binário
2 - a necessidade de se agarrar a um princípio unificado muito restrito, na biologia, para não correr o risco dela ficar mais "flexível" e cair do status de "ciência dura",
inibiu alguns avanços na explicação da evolução da vida. Creio que estaríamos muito, muito avante da Teoria Sintética se não fosse isso.
Quanto ao comentário maluco sobre a malária. Novamente, com vejo, é um comentário muito mais pra pirraçar do que pra debater de forma intelectualmente procedente. Dificilmente alguém assim pode dizer que se porta racionalmente nas controvérsias.
No caso, a tese de Behe, independente do mérito, versa sobre os mecanismos básicos da vida. Isso inclui da Escheria Colli, o mecanismo de regulação da expressão gênica vegetal, etc. Agora, quanto aos dilemas morais, do sofrimento, etc., não é aí que se trata, como Stephen Jay Gould ensinou bem. A pessoa deve procurar em outros âmbitos de discussões, a não ser que ela quer deixar claro que o que a interessa não é a metodologia científica, mas problemas e indagações pessoais.
[i]Esse Sr deve fazer uso de alguma substância alucinógena, pois até o momento NÃO VI NENHUMA DESCOBERTA que levasse a conclusão de um padrão
ajustado para a vida.[/i]
Depende do tratamento que se trata a questão. Se focar a questão teleológica, vai se sempre obnublar. Mas afora isto, podemos ver algo neste sentido, seja do princípio antrópico, seja nos apontamentos do Paul Davies. Agora, é bom, como se faz para com as justificações, explicar como se entende os termos. Deixando de lado uma perspectiva teleológica, como você entende o que seria "um padrão ajustado para a vida"?
Dependendo da resposta, pode-se nunca mesmo encontrar algo assim, ou pode-se encontrar.
Ah, e pra deixar claro que não busco um clima de jihad aqui, grado de Lakatus, Barthes, li muita coisa boa em epistemologia, metodologia e história científica. Não tenho nenhum tipo de "ranço contra a ciência", sou agrônomo, já trabalhei na prática com ela, com biologia molecular ( botânica), propagação vegetal, nematóides entomopatogênicos, na rotina de amostragem, acompanhamento, coleta, sistematização, revisão bibliográfica, análises de variância, teste de Tukey... Ministrava palestras sobre epistemologia e metodologia aplicada à agroecologia, por onde passava desde os pré-socráticos e a physis, o Theeteto por Aristóteles, o cânon indutivo de Mill, Popper, Kuhn, Lakatus, teoria do "caos", Instituto Santa Fé, Prigogine e as Ciências da Complexidade.
Silvia Regina Gobbo
li suas "argumentações" contra o Enézio e Michael Behe, e sinceramente não me comoveu.....
Assim como acontece com todos que tentaram "contra argumentar" o Enézio você caiu no vazio da retórica sofista,Rsrsrsrs....
Aceite Silvia, essa sua religião (Darwinismo) foi desmascarada, ela não é ciência, é uma seita.
Ps.Não sou cristão, não sou religioso, sou apenas alguém que não aceita essa religião tida como ciência!
Saudações!
Os dois livros de Michael Bahe são instigantes, revolucionários e principalmente corajosos. No primeiro, A Caixa Preta de Darwin, ele só falha em não dar uma explicação alternativa para a complexidade irredutível, induzindo à crença do "deus das lacunas". Mas parece que neste segundo livro ele estende suas considerações, demonstrando que só mutações aleatórias não podem explicar a complexidade dos seres vivos, no que concordo plenamente. Bem, o que precisa ser realmente revisto não é propriamente Darwin, que estava em linhas gerais correto em afirmar que o meio ambiente seleciona os mais aptos na evolução, e sim o neodarwinismo que veio muito depois de Darwin, depois de Mendel e da genética e que afirma que todas as mutaçõs são frutos do acaso. O neodarwinismo ou teoria sintética da evolução foi oficializado somente na década de 40 e é uma teoria científica que precisa ser urgentemente revista.
O evolucionismo é a única coisa que de fato evolui, já mudou tanto, que nem Darwin reconheceria seu conteúdo. Caso o evolucionismo fosse uma teoria da física, já teria sido abandonada, pois o empirismo necessário a TE nunca ocorreu.Se sustenta como tese válida porque a outra opção já foi rejeitada pelo método "curto", que a ela mesma (TE), efetivamente exclui. É uma espécie de fé!
Por outro lado, a função da comunidade científica é analisar. Behe não descreve uma postulação fechada e compulsória ao teísmo, se ele esta errado, mostrem onde. O teísmo precinde da evolução para permanecer válido, mas o que se vê e lê, é que os evolucionistas comportam-se como crédulos xiitas, cegos não só às contradições de suas teorias como tambem à robustez dos argumentos contrários, que, é bom lembrar, não são só de Behe mas tambem de centenas de outros cientistas.
marcilio leão
É verdade! só que o modelo atômico de Bohr já foi abandonado, já a evolução continua como conto de fadas científico. Contudo alucinação não tem pátria, como teu caso bem provou!
marcilio leão
O livro de Behe só seria de alguma forma útil caso conseguisse demonstrar que as lacunas e equívocos deixados por Darwin são, de fato, concebidos por algum 'designer', mas nem com um microscópio Michael chega tão longe quanto chegou Darwin com suas observações.
Darwin já foi abandonado pelos DARWINISTAS, hoje a teoria da síntese pouco tem de Darwin excepto a ideia de sofisticação contínua - um argumento em desacordo com os fatos: entropia e degeneração de todos os sistemas
marcilio leão
gente que não leu a "Cx. Preta", diz que Behe não demonstrou a ação de um designer!
E se o "misterioso designer" forem extraterrestres?
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