terça-feira, 12 de junho de 2007

Histórias da aviação

A contemplação do céu exerceu desde sempre um fascínio na humanidade que durante muitos séculos sentiu uma atracção pelas alturas que pretendeu primeiro entender e depois dominar. As «asas da imaginação» permitiram ao Homem, que criou divindades como Mercúrio (ou Hermes) que tinha asas nos pés ou Thor, representado com um elmo alado, e heróis como Belerofonte, dono de Pégaso o cavalo voador, transpor a limitação que o condenava ao chão. Como ilustram as asas de Ícaro, as máquinas voadoras de Leonardo da Vinci ou a Passarola de Frei Bartolomeu de Gusmão, muitos foram os que tentaram concretizar o que permaneceu um sonho até ao século XVIII e aos balões de ar quente dos irmãos Montgolfier.

Dédalo e Ícaro, sobre os quais as opiniões se dividem serem figuras reais ou mitológicas, foram os primeiros homens a desbravar uma capacidade até aí reservada a deuses, semi-deuses e demais figuras mitológicas. Embora o feito de Ícaro (e as suas consequências) e de Dédalo seja muito provavelmente mitológico, parece não existirem dúvidas em que a primeira máquina voadora foi construída há mais de 2400 anos por Arquitas de Tarento, um filósofo grego, considerado o mais ilustre dos matemáticos pitagóricos, o pai da (engenharia) mecânica e um dos precursores da robótica e da aviação.

Em 425 a.C., Arquitas construiu o «pombo», como lhe chamou, uma máquina voadora que conseguia voar cerca de 200 metros e que se pensa ter sido propulsionada por um sistema de ar comprimido. Sobre Arquitas, de quem se perdeu a maioria das obras, destaca-se o facto de ter sido pioneiro a propor que as crianças deviam ser instruídas num quadrivium formado por aritmética, geometria, música e astronomia e como tal ser o responsável pelo facto de a matemática se ter tornado matéria básica na educação. Matéria básica que adeptos mais radicais de algumas correntes pós-modernas contestam, contrapondo algo que dá pelo nome de etnomatemática...

2 comentários:

Unknown disse...

Estes pós-modernos são loucos!

J. Norberto Pires disse...

Arquitas de Tarento é um dos heróis esquecidos da nossa história. Mas fez coisas fabulosas. Por exemplo, o POMBO foi demonstrado em público e impressionou a assistência.
:):)

Um dos primeiros a usar robôs a par de Ctesibius (tb grego). Tudo cerca de 300-400 AC. Para quem achava que a robótica era uma coisa do século XX, pode ser um choque, mas grandes desenvolvimentos se fizeram na grécia antiga, e na zona que hoje é o Iraque (50 AC), etc., com realizações verdadeiramente fabulosas.

:-)

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