terça-feira, 26 de junho de 2007

GRANDES ERROS


Numa recente Feira do Livro comprei "Antologia da Asneira do século XX", de Jêrôme Duhamel, Publicações Europa-América, 1997. Como o próprio nome diz, é uma boa fonte das maiores asneiras. Transcrevo sem comentários as entradas sobre Einstein:


"EINSTEIN (Albert)

Einstein não possui cultura matemática suficiente para avaliar exactamente o significado dos cálculos nem para interpretar e discutir os resultados. Não passa, volto a dizer, de uma grosseira imitação da ciência.
J. LE ROUX, Ouest-Éclair (2 de Abril de 1923)

A propósito de ciência, li artigos nos jornais sobre esse alemão que se chama Einstein e a sua relatividade. Está actualmente na moda e parece que não há nada para compreender. Ouvi um senhor que está muito a par destas coisas dizer que isso não resistirá aos factos e que, quando são oito horas numa estação, não são oito hiras menos cinco no comboio, mesmo se o comboio for muito depressa.
Raymond QUENEAU, Les Derniers Jours [1936]

A teoria de um universo relativista é o resultado do trabalho hostil dos agentes do fascismo. É a revoltante propaganda de uma ideologia moribunda e contra-revolucionária.
Astronomical Journal (URSS), citado por The American Mercury (Março de 1940)

As pretensas teorias de Einstein são pura e simplesmente os delírios exalados por um espírito poluído pela inépcia liberal e democrática; por conseguinte completamente inaceitáveis por um homem de ciência alemão.
Dr. Walter ROSS, chefe-de-fila da "ciência nórdica" do Terceiro Reich, citado por The American Mercury (Março de 1940).

Ele era um misógino. Não tinha coração. O seu filho mais novo estava internado numa clínica psiquiátrica. Não só nunca o ia visitar como se recusava a escrever-lhe. Tinha uma filha ilegítima. Não quis conhecê-la. Espancava a primeira esposa que teve e enganava-a com a própria prima dela. Logo que se casou com a prima, espancou-a e enganou-a por sua vez. Nunca se lavava. Só pensava na sua glória e apanhava todas as mulheres que passavam ao seu alcance. (...) De noite, levantava-se para tocar violino, pouco se importando se isso ia despertar os vizinhos (...)"
DELFEIL de TON, Le Nouvel Observateur (5 de Agosto de 1993)."




9 comentários:

Anónimo disse...

O último paragráfo não tem nada de disparatado ou errado. Einstein não era um santo. Newton também não o foi. O que, no entanto, pouco terá a ver com a qualidade do seu trabalho científico.

Azul Neblina disse...

Nunca me constou que Einstein tivesse surrado as suas mulheres ou que não tomasse banho... Mas se, na altura, o Nouvel Observateur acha que isso era relevante... Isso sim, é um belo dislate.

Anónimo disse...

Caro Azul:

Tem razão.Falta saber em que contexto foi retirada essa citação.

Anónimo disse...

Caro Azul:

Tem razão.Falta saber em que contexto foi retirada essa citação.

Rosa Maciel disse...

O que é a realidade?
O que é a verdade?
O criticismo jamais contribuiu para para a aproximação quer de uma quer de outra. RM:~)

Anónimo disse...

Se mesmo sem tomar banho, o Einstein, tinha tantas mulheres, ainda bem que não tomava. Se tomasse, estaríamos a falar de outra coisa, provavelmente não teria tido espaço-tempo para a relatividade.

guida martins

Anónimo disse...

Será que o odor que ele emanava toldaram-lhe a visão ponto de concluir pela não-existência do éter?! Esta dúvida persegue-me....

José Trindade

Anónimo disse...

Cada vez estou mais convicto que o estilo de vida e os valores morais de nada interessam. Apenas o nível de competência relativa é importante: se alguém é o melhor pouco lhe pode acontecer de mal. Einstein, sendo o que está escrito neste texto verdade, é um grande exemplo disso. É incrível a idolatração a Einstein com tantos outros cientistas igualmente distintos e, provavelmente, mais nobres por onde escolher (eu cá, prefiro Poincaré).

Anónimo disse...

Na verdade, Delfeil de Ton é um humorista particularmente sarcastico do Charlie Hebdo, Hara-Kiri e outros... Ou seja, asneira na recolha de asneiras!

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