dizia, sempre sem papas na língua,
que os humanos são antropofágicos,
mesmo, de amantes, havendo míngua.
Elas são todas bastante iguais,
quando o desejo é o que mais ordena:
acaba tudo com gritados “ais”,
tanto faz ser loira ou morena.
Mesmo a mais sossegada donzela,
quando a pressão da panela é alta,
se inclina a perder a cautela
e, nela, logo tudo sobressalta!
Assim fazem todas, Mozart dizia,
com língua não sofrendo atrofia!
Eugénio Lisboa
No dia em que passa num dos nossos canais televisivos a ópera de Mozart COSI FAN TUTTE.
N. B. : O autor deste soneto limita-se a parafrasear o criador da melhor música que jamais se produziu, sem, de modo nenhum, se comprometer com a abrangente filosofia dele sobre as mulheres. O “TUTTE” parece-lhe um grande exagero…
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