sexta-feira, 9 de março de 2012

O QUE FAZER NA EDUCAÇÃO NACIONAL


Em entrevista ao VER, Frans de Viljder, professor de Governance e de Dinâmicas de Inovação nos Sectores Sociais, na Universidade de Arnhem-Nijmegen (Holanda), que recentemente esteve em Portugal na Fundação Gulbenkian, a convite do Forum para a Liberdade de Educação, para falar sobre o sistema educativo holandês, disse o seguinte, sobre o que fazer na educação em Portugal:

"P- Como sabe, Portugal vive a pior recessão dos últimos trinta anos. As escolas privadas são dispendiosas e recebem poucos financiamentos estatais. Já as públicas têm de lidar com orçamentos baixos, um número crescente de alunos e professores desmotivados. Não se podendo comparar as situações portuguesa e holandesa, o que aconselharia Portugal a fazer em matéria de educação?

R- A crise pode ser o momento e a oportunidade para se melhorar o sistema. Sem conhecer bem o sistema, sugeriria o seguinte: o estabelecimento de um custo de financiamento por aluno (tendo em conta a sua origem social) em todas as escolas públicas e a introdução de mais escolas privadas financiadas com fundos públicos, para trazerem maior dinâmica ao sistema público português. Simultaneamente, a introdução de um sistema de prestação de contas mais rigoroso e transparente sobre os resultados das escolas e projectos educativos. Pais, alunos, cidadãos começariam a querer ter voz e a querer saber porque algumas escolas produzem bons resultados e outras, sistematicamente, maus resultados.

Depois, legislaria no sentido de um reforço da gestão e administração das escolas, que passariam a tratar de toda a gestão de pessoal nas mesmas. Incentivar estas administrações escolares para fazerem a distinção entre bons e maus professores dignificaria socialmente a profissão e seria um estímulo para que estes se sintam incentivados.

Se o custo por aluno for correctamente estabelecido e as medidas de prestação de contas e transparência rigorosas, o sistema de serviço público melhorará e no seu todo poderá ficar mais barato do que o actual."

Para ler mais da entrevista, clicar aqui.

3 comentários:

Cláudia S. Tomazi disse...

Publílio (Publilius Syrus) - século I a.C

Qui amant ipsi somnia fingunt.
Quem amam sonha de olhos abertos o que pensa.

Joaquim Manuel Ildefonso Dias disse...

Ao ler a entrevista do senhor Frans de Viljder (especialista em financiamento de políticas sociais) pareceu-me estar em presença de um espírito superior de pessoa-bem, - tal e qual - como aquela de que nos fala Bento de Jesus Caraça (Escola Única).

Considero por isso que são bem merecedoras das palavras de BJC; e que eu lhe reservo.

“Mas, como a franqueza no defender de uma injustiça, é coisa de que poucos têm já a coragem, antes a moda está para arrebicados de embalagem a disfarçar o avariado da mercadoria, não faltam argumentos doutra feição, mais subtis, mais engenhosos, (…)”

Joaquim Manuel Ildefonso Dias disse...

Ainda algumas das palavras do professor Frans de Vijlder;

“Em primeiro lugar, cumpre destacar que a liberdade de escolha é uma consagração de um Direito Humano Universal, antes de mais.”

Eu quero dizer a respeito desse Direito Humano Universal o seguinte;

Eu não tenho médico de família, assim como muitos milhares de portugueses, que hei-de fazer quando estiver doente, exerço o meu direito universal e dirijo-me ao hospital privado da Luz…

O meu filho têm aulas num contentor monobloco, que hei-de fazer, exerço o meu direito universal e dirijo-me a uma escola (colégio) privada com todas as condições…

Há crianças que vão para a escola sem o pequeno-almoço, que devem os pais fazer, exercer os seus direitos universais,…

Etc…

Ainda outra frase;

“O argumento mais forte e sólido é o de que a escolha da escola é uma condição para a manutenção do Estado Social e da democracia, por si só.”


Não são por isso caricatas as palavras deste professor especialista?

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