sábado, 10 de março de 2012

"O mais belo de todos os sentimentos humanos"


José Gomes Ferreira escrevia no seu livro Calçada do Sol: diário desgrenhado de um homem qualquer nascido no princípio do século XX (Morais, 1983, p. 44-45):
Às vezes só na Estefânia me lembrava que me esquecera de fazer o exercício para a nota final do período, ou onde diabo teria eu deixado o lápis?
Mas apesar de tudo, a cabulice cheirava bem. A flores e, sobretudo, a liberdade...
... que sentia profundamente neste respirar do mundo.
Incompleta como sempre
O caso apresentava-se assim: desde o primeiro dia de escola que me impediam de ser livre. Por outro lado, certas bocas tentavam inculcar-me com discurso e prédicas, que a liberdade era o supremo bem da existência.
De onde eu concluía a seguinte verdade fria: a liberdade absoluta era impossível. E por isso o mais belo de todos os sentimentos humanos.

1 comentário:

Anónimo disse...

LIBERDADE




Eu quero a liberdade, toda inteira,
escrita com maiúsculas na base
dos monumentos sem nenhuma frase
que a desvirtue por qualquer maneira.


Eu quero a liberdade na soleira
da minha porta para quando entrar
saber que ela se encontra no meu lar
sem trela e, desde logo, sem coleira.


Eu quero a liberdade como Deus
ao ser humano a deu quando o criou
para o amar na vastidão dos céus.


Eu quero a liberdade sem mais nada
exactamente assim como brotou
para entre todos ser compartilhada!


João de Castro Nunes

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