quarta-feira, 14 de março de 2012

O FUTURO DAS CIDADES

Informação chegada ao De Rerum Natura.


O Autor, as Edições Minerva Coimbra e a Directora do Museu Nacional de Machado de Castro têm o prazer de convidar V. Exa. para o lançamento dolivro O FUTURO DAS CIDADES, da autoria de José Mendes

A apresentação será feita pelos Profs. Luís Braga da Cruz e Carlos Abreu Amorim, no próximo dia 20 deMarço, pelas 18H30, no Museu Nacional de Machado de Castro (Largo Dr. José Rodrigues - Alta de Coimbra).

O livro: Partindo da análise de sete mega-tendências globais,em “O Futuro das Cidades” o autor elenca um conjunto de desafios que se colocamàs cidades contemporâneas, propondo o conceito “Cidade Incubadora”. Este ensaio pretende demonstrar que, apesar da conotação da ideia de cidade a fatores de insegurança, poluição ou desigualdade, as urbes representam propostas de valo rcom potencial. A ideia desta publicação é tornar-se uma referência bibliográfica para os que pensam e planeiam as cidades atuais. Mais do que um tratado ou exercício futurista, o autor propõe, na sua mais recente publicação, um conceito de futuro para as cidades do presente.


O autor: José Mendes é professor catedrático de Sistemas Regionais e Urbanos na Universidade do Minho, onde ocupa atualmente o cargo de Vice-Reitor para a Inovação. Ao longo da sua carreira, foi consultor para questões do planeamento do território em diversas instâncias nacionais e internacionais, como o Governo Português, o Governo Regional dos Açores, a Agência Portuguesa do Ambiente, a CCDR-Norte, o Gabinete para a Mobilidade Elétrica, dezenas de municípios, a Comissão Europeia, a European Training Foundation, o Natural Environment Research Council (UK),entre outros. Foi docente e investigador convidado na Universidade de Bolonha (Itália), na Universidade de São Paulo (Brasil), na Silesian Technical University (Polónia) e na Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique). É autor de vários livros e de cerca de 70 artigos científicos.

3 comentários:

joão boaventura disse...

Será certamente atempada e oportuna a difusão da matéria sobre o futuro das cidades porque a este propósito, já por diversas vezes, me tem ocorrido a enigmática, ou talvez por isso, a elucidativa e esclarecedora reformulação que li uma vez, num dos trabalhos do sociólogo Manuel Castells:

"Os homens ainda são cidadãos, mas já não sabem muito bem a que cidades pertencem."

Com o que transmitia a ideia de que a sede deste mal-estar resultaria de o cidadão atravessar uma crise da noção de "cidadania", isto é, da dança mediática entre o Estado e os cidadãos, que os vai distanciando cada vez mais.

Acresce ainda que à identidade local juntou-se a de cidadão europeu, e de desadaptação em desadaptação, a do cidadão globalizado ou mundializado.

O alargamento dos espaços geográficos, sociais, políticos e económicos, ainda pesam no citadino, pelo que "repensar o futuro das cidades" acabará por se instalar como um trabalho permanente de Sísifo... porque, além de nada ser estático, o potencial do movimento social é indeterminado.

joão boaventura disse...

A propósito desta matéria reproduzo aqui esta graça, do nosso Rafael Bordalo Pinheiro,
ínsita na revista humorística de caricaturas, “A Sátira”, n.º 4, Ano 1, de 01.06.1911:

«Por decreto do Governo, o tratamento de cidadão só será d’oravante aplicado aos habitantes das cidades, Aos das vilas e aldeias, dar-se-á respectivamente o de “vilãos” e “aldeãos”».

O que só vem confirmar que é, ainda que por sofisma, um trabalho de Sísifo, pelo menos, com o seu centenário bem lavrado.

joão boaventura disse...

Porque ainda a propósito:

Cidade

Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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