O problema filosófico fundamental é saber qual é exactamente a relação entre a observação e a teoria, em ciências como a física ou a biologia. Ao contrário do verificacionismo ingénuo que muitas pessoas sustentam, não há uma relação directa, pois praticamente qualquer teoria pode ser sustentada face a quaisquer observações que aparentemente a refutam, mudando ligeiramente certos aspectos inessenciais da teoria.
Esta banalidade lógica gera muita parvoíce, como a que constantemente nos infecta este blog: o nosso criacionista de serviço, que raia a loucura e cujos comentários tenho tido o gozo de apagar nos últimos dias, argumenta sistematicamente com base na ideia de que é possível compatibilizar o criacionismo judaico-medieval com as observações aparentemente recalcitrantes. E é. Só que isso não basta para ser racional sustentar uma dada teoria. Saber o que basta ou não é o tema do artigo.
1 comentário:
Obrigado pela dica. Há também um post interessante do Carl Zimmer no site Year of Science 2009 comentando sobre "como a ciência funciona de verdade".
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