sábado, 17 de janeiro de 2009

O CÉREBRO MUSICAL



Minha crónica no "Sol" de hoje (no vídeo a Sonata "Pathétique" de Beethoven, executada por Freddy Kempf):

Charles Darwin, cujo duplo centenário este ano se celebra, escreveu em “A Origem das Espécies”: “Como nem o gozo nem a capacidade de produzir notas musicais são faculdades minimamente úteis para o homem (...), devem ser consideradas as mais misteriosas que ele possui”. Não sei se Darwin tem razão. O gozo da música é extraordinariamente útil. Se acaso a música desaparecesse, a minha vida e a de muita gente ficaria seriamente prejudicada.. Basta ouvir por exemplo a Sonata nº 8, a “Pathétique”, de Ludwig von Beethoven, para concordar. Estou a ouvi-la enquanto escrevo...

A ouvir a mesma Sonata, inebriado, está na capa do seu último livro Oliver Sacks, o neurologista britânico radicado há muitos anos em Nova Iorque (a ficha técnica do livro informa que se trata de uma gravação de Alfred Brendel, o pianista austríaco que se retirou há pouco). O livro, que acaba de sair na Relógio d’Água, intitula-se “Musicofilia” e subintitula-se “Histórias sobre a Música e o Cérebro”.
Por razões que à face da biologia e da medicina ainda são bastante misteriosas, o nosso cérebro é musical. Tem a capacidade de se inebriar com a música e, em casos raros e felizes como o de Beethoven, de produzir melodias inebriantes. Os pássaros podem cantar de modo repetitivo, mas são incapazes de improvisar música e muito menos música que inebrie outros pássaros.

Sacks, que é também o autor de “O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu” e “Despertares” (este livro deu um filme com Robert de Niro), parte da sua prática médica para tentar entender o cérebro musical. Como explicar, por exemplo, que um médico de 42 anos atingido por um relâmpago adquira uma inusitada paixão pelo piano e se torne pianista? O que raio fez o raio na cabeça dele? Ou como explicar que um homem afectado por doença tenha uma memória que não dure mais do que sete segundos excepto quando se trata de música? Hoje em dia as neurociências conseguem espreitar para dentro do cérebro, mas estas histórias da vida real representam verdadeiros desafios para elas...

5 comentários:

maria disse...

Os livros do Oliver Sacks espantam-me sempre e fazem-me ver como a vida é extraordinária e como tanta coisa há ainda por descobrir. Também me fazem sentir um pouco infeliz pois vejo como sou limitada e como sei tão pouco...

perspectiva disse...

Os evolucionistas falam, os criacionistas respondem:


"Charles Darwin, cujo duplo centenário este ano se celebra, escreveu em “A Origem das Espécies”: “Como nem o gozo nem a capacidade de produzir notas musicais são faculdades minimamente úteis para o homem (...), devem ser consideradas as mais misteriosas que ele possui”.

Se aceitarmos Deus é um ser pessoal, com sentimentos, emoções e criatividade e que nos criou à sua imagem e semelhança, como a Bíblia ensina, a música faz muito mais sentido. Ela exprime emoções e sentimentos.



"Não sei se Darwin tem razão. O gozo da música é extraordinariamente útil. Se acaso a música desaparecesse, a minha vida e a de muita gente ficaria seriamente prejudicada."

Gozamos a música porque somos humanos, dotados de sensibilidade.

Nunca tentem ensinar um porco a cantar. Perdem o vosso tempo, e aborrecem o porco.


"Basta ouvir por exemplo a Sonata nº 8, a “Pathétique”, de Ludwig von Beethoven, para concordar. Estou a ouvi-la enquanto escrevo..."

A música faz todo o sentido à luz de uma compreensão criacionista do mundo. Para os criacionistas ela é mais uma evidência da existência de Deus.


"A ouvir a mesma Sonata, inebriado, está na capa do seu último livro Oliver Sacks, o neurologista britânico radicado há muitos anos em Nova Iorque (a ficha técnica do livro informa que se trata de uma gravação de Alfred Brendel, o pianista austríaco que se retirou há pouco)."

Nada na música corrobora a evolução. A execução de uma partitura tem muito em comum com a transcrição, tradução e execução da informação codificada no DNA.

"O livro, que acaba de sair na Relógio d’Água, intitula-se “Musicofilia” e subintitula-se “Histórias sobre a Música e o Cérebro”.

O cérebro é uma maravilha da criação. Uma recente reunião científica em Boston mostrou que os evolucionistas não fazem a mais pequena ideia de como ele poderá ter evoluído por acaso.


"Por razões que à face da biologia e da medicina ainda são bastante misteriosas, o nosso cérebro é musical."

Isso só é um mistério para quem adoptar uma folosofia naturalista e interpretar a música e o cérebro a partir dela. Para quem adoptar uma compreensão criacionista da vida, nada há de misterioso no facto de o cérebro ser musical.

Deus é musical. A música sempre fez parte da adoração a Deus ao longo da Bíblia. Muitas das melhores peças de música de Bach, Mozart, etc., são peças de adoração a Deus.


"Tem a capacidade de se inebriar com a música e, em casos raros e felizes como o de Beethoven, de produzir melodias inebriantes."

Isso só atesta como Deus nos deu recursos para podermos ser felizes. O nihilismo reflecte-se também na música. Recordemos exemplos tão diferentes como John Cage ou Marlyn Manson.

"Os pássaros podem cantar de modo repetitivo, mas são incapazes de improvisar música e muito menos música que inebrie outros pássaros."

Os pássaros cantam por instinto. Porque isso está programado nos seus genes. Ainda assim, os animais têm capacidades maravilhosas, que neles foram programadas por um Criador inteligente e sensível.

Mas o ser humano pode compor sinfonias novas e muito complexas. Isso corrobora a ideia bíblica de que fomos criados à imagem e semelhança de Deus.

"Sacks, que é também o autor de “O Homem que Confundiu a Mulher com um Chapéu” e “Despertares” (este livro deu um filme com Robert de Niro), parte da sua prática médica para tentar entender o cérebro musical."

Podemos entender melhor o funcionamento do cérebro musical se adoptarmos uma visão correcta do mundo.

"Como explicar, por exemplo, que um médico de 42 anos atingido por um relâmpago adquira uma inusitada paixão pelo piano e se torne pianista?"

O ser humano tem uma complexidade inabarcável. E melhor poderia ser, se não tivesse moral e fisicamente corrompido pela queda. Isso também se reflecte na música.

Pense-se nalgumas letras de grupos como ACDC, Led Zeppelin, Alice Cooper ou Marlyn Manson, sem querer, no entanto, demonizar as pessoas envolvidas. Todos somos pecadores.


"O que raio fez o raio na cabeça dele? Ou como explicar que um homem afectado por doença tenha uma memória que não dure mais do que sete segundos excepto quando se trata de música?"

Isso só mostra que o ser humano é mais complexo do que por vezes se pensa. O que corrobora o modelo criacionista.


"Hoje em dia as neurociências conseguem espreitar para dentro do cérebro, mas estas histórias da vida real representam verdadeiros desafios para elas..."

Os neurocientistas estudam o cérebro. Mas foi Deus quem criou o cérebro. Como dizia Carl Sagan, ele é a máquina mais complexa que existe no Universo (embora alguns cientistas afirmem que os rins têm uma complexidade de grandeza equiparável).

Deus ensina que devemos louvá-lo com todos os instrumentos musicais possíveis e imaginários.

Se deixarmos que pensamentos transcendentes dominem a música, mais facilmente produziremos uma música de qualidade transcendente.

cmendes disse...

Já li este livro na edição original e apenas o posso recomendar vivamente. A escrita do autor é fácil e cativante; o livro lê-se de um só "trago". As histórias são fantásticas e surpreendentes. Após a leitura deste livro passei a dar ainda mais valor, se tal é possível, à música e à capacidade que tem de nos tocar a (quase) todos.

Rolando Almeida disse...

Perspectiva,
De vez em quando espreito o canal Infinito na TV Cabo para me divertir com a infinita estupidez humana. Ler um texto seu produz exactamente o mesmo efeito. Será que deus não soube fazê-lo um bocadito mais inteligente?
hehe

Anónimo disse...

o rolando tem a mania k é bom. coitadinho!

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