Nas experiências de Asch participavam um «sujeito ingénuo» e um grupo previamente instruído para responder erradamente às questões colocadas. Após várias experiências, Asch chegou à conclusão de que, se isoladamente interrogados, os «sujeitos ingénuos» responderam correctamente 99% das vezes. No entanto, quando em grupo e respondendo depois dos restantes, 37% dos ingénuos seguiram a opinião errada dos outros membros do grupo. Asch comentou a propósito que: «Este resultado levanta questões sobre o modo como somos educados e sobre os valores que guiam a nossa conduta».
Desde então, vários investigadores têm sugerido que a conformidade ajuda as pessoas a ganhar aceitação social e a sentir confiança em que as suas percepções ou opiniões estão correctas. De facto, outras experiências têm indicado que levantar uma voz discordante causa ansiedade e confusão.
Um artigo recente na Neuron, sugere um papel para o nosso «brain's reinforcement learning system» na determinação do comportamento de rebanho. No artigo «Reinforcement Learning Signal Predicts Social Conformity», Vasily Klucharev, um neurocientista social da Radboud University na Holanda, confirma estudos prévios que indicavam que determinadas zonas do cérebro, áreas que se pensa fazerem parte do nosso sistema de aprendizagem, se activam quando as pessoas fazem previsões erradas em jogos e despoletam uma alteração de estratégia. Klucharev e colegas mostraram que as mesmas áreas são activadas quando a escolha de um indivíduo não se conforma à opinião do grupo.
Vale a pena ler o que o Mundo da Ciência tem a dizer sobre o trabalho de Klucharev:
Although a grammatically challenged advertisement exhorts us to “think different,” most of us tend to look to group opinion to guide our own ideas and actions. This tendency is called conformity. Now, scientists say they have found the brain activity underlying this sort of herd mentality.
“We often automatically adjust our opinion in line with the majority opinion,” observed Vasily Klucharev of the F.C. Donders Center for Cognitive Neuroimaging in The Netherlands, lead author of the study published in the Jan. 15 issue of the research journal Neuron.
Klucharev and colleagues scanned brain activity in people whose initial judgments of the attractiveness of faces were open to influence by group opinion. They examined two brain areas called the the rostral cingulate zone and the nucleus accumbens. The first is thought to play a role in monitoring behavioral outcomes, the second in the anticipation and processing of rewards and in social learning.
The study authors found that a conflict with the group opinion led subjects to change their own rating of a face. The conflict also elicited a response in the brain similar to one found in previous studies, and known as “prediction error” signal. It comes from a difference between expected and obtained outcomes and is thought to point an organism to a need for a behavioral change.
Further, the magnitude of the individual conflict-related signal in the nucleus accumbens correlated with differences in conforming behavior, the group found. The researchers employed the widely used brain-scanning technique functional magnetic resonance imaging.
“Our results also show that social conformity is based on mechanisms that comply with reinforcement learning,” Klucharev said. Conformity “is reinforced by the neural error-monitoring activity which signals what is probably the most fundamental social mistake—that of being too different from others.”
3 comentários:
As acções e os comportamentos que dependem da vontade e dos desejos estão relacionadas com o normal funcionamento de certas áreas do cérebro e da acção desinibidora de áreas homólogas do hemisfério contralateral. Em pacientes estudados com lesões dessas áreas, eles executam acções que escapam à sua vontade, tendo consciência disso. Um dos exemplos é o paciente imitar os gestos do examinador sem querer, mesmo quando o examinador lhes diz para apenas verem os gestos mas não os imitar. Há um mecanismo de “affordance” (influência de padrões do meio através da visão) que se sobrepõem aos circuitos da vontade que não funcionam normalmente.
A partir destes casos tem-se tentado derivar a compreensão dos mecanismos de reforço externo destes mecanismos através de exercícios experimentais de persuasão, simulando o que se passa com o processo educativo espontâneo das crianças na vida quotidiana. Estas acções conseguem modificar e modelar as conexões sinápticas dos circuitos das áres referidas, demonstrado por imagens de ressonância magnética funcional.
O facto de o nosso sistema da vontade, nestes casos, escapar à consciência, a ponto de não sermos capazes de detectar certos erros até um determinado limiar, que varia de pessoa para pessoa, deve-se provavelmente a razões de parcimónia do sistema neuronal envolvido. Para estarmos certos de tudo, o cérebro tinha de dispender uma enorme quantidade de energia, e mesmo assim para fazer a correcção de todos os pequenos erros, seria inundado por uma enorme quantidade de informação impraticável de processar. Esta inundação de informação levaria a uma consequente lentificação, o que acabaria por provocar um bloqueio.
"factos objectivos"
O que é isto?
A escola serve essa formatação - é o apregoado "saber estar". As crianças que opinam, que defendem pontos de vista diferentes da maioria são rapidamente rotuladas de insolentes ou teimosas ou rebeldes.E das duas uma - ou não se perturbam com o rótulo, vão levando na cabeça e ganhando robustez para seguir em frente ou adotam o formato que lhes é imposto para não terem problemas.
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