quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Alcançar a perfeição?

Por João Boavida

A maior ou menor dificuldade com que um artista se confronta para encontrar a forma final que o satisfaça, dependerá de muitos fatores, mas dois me parecem essenciais: Em primeiro lugar, o talento do artista, e em segundo o seu maior ou menor grau de exigência, a sua paciência para perder tempo com os pormenores. 

À primeira vista somos tentados a pensar que o artista talentoso encontra rapidamente e com facilidade a forma perfeita, ou quase, e que o menos talentoso tem mais dificuldade em encontra-la e precisa por isso de mais tentativas e de mais esforço. Embora pareça verdade talvez não seja; quanto muito é uma parte dela. 

Há artistas que pelo turbilhão criador em que vivem desprezam um tanto os acabamentos. Em certos casos somos até levados a perguntar se o cuidar mais da forma não lhes teria reduzido a fogosidade criativa e se, portanto, não se teria perdido o melhor deles. É o que talvez aconteça com Agustina Bessa Luís. Em tempos, numa entrevista, ela disse que poderia cuidar mais da sua prosa, mas que isso lhe tiraria tempo para novas obras. Também penso que ela escrevia demais, mas, se fosse mais cuidada na forma, talvez a apreciássemos menos naquela sua fogosidade impetuosa e característica.

Embora haja artistas que à custa de sentirem «em si o borbulhar do génio», como uma vez disse de si mesmo o poeta brasileiro Castro Alves, e à custa desse génio descuidam muitos aspetos, isso, mais tarde, acabará por somar em seu desfavor.

A pressa não é boa conselheira, e é bom não a confundir com escrita rápida ou, com o traço único em que o pintor consegue dizer o que queria e da melhor maneira. 

Uma verdade não impede a outra. A rapidez das descrições pode ser indispensável ao que se pretende descrever.

Neste aspeto, Aquilino Ribeiro era criticado porque lhe faltava, diziam, profundidade e subtileza psicológica, sobretudo por um excesso de preocupação com a forma. Talvez seja verdade, mas a beleza e riqueza da sua prosa compensam-nos disso, e quem vai ler Aquilino não vai à procura do seu maior ou menor psicologismo e dramaticidade.

Já Camilo Castelo Branco, que também se pode acusar de excesso criativo, não dá muito a ideia de grandes preocupações com a forma, mas não deixa de ter um vincado e poderoso estilo. Se as dificuldades económicas não obrigassem Camilo a escrever tanto e tão rapidamente, talvez tivéssemos melhor, embora a sua obra esteja tão cheia de espontaneidades incomparáveis e tramas tão bem urdidas, que até custa dizer isto.

Podemos talvez concluir que o não emendar realça, em ambos os casos, uma vivacidade e fogosidade que dão riqueza à obra, embora nos fique a sensação de que, com tanto talento, um pouco mais de cuidado os tornaria ainda melhores.

Contrariamente, Eça de Queirós, é sabido, emendava tanto que chegava a desesperar os tipógrafos, que às vezes já tinham as páginas compostas e eram obrigados a alterá-las por causa dos seus perfecionismos. 

E, embora muito diferentes, e talvez por isso, podemos dizer que Eça tinha menos talento que Camilo ou que Agustina? Não me parece. 

Uma coisa é certa, o trabalho oficinal de Eça –  onde somos frequentemente confrontados com a ideia da quase perfeição dos seus textos –  é muito esclarecedor sobre a importância, numa obra, do bem acabado da forma. Eça parecia perseguir a perfeição incessantemente, como se em cada passagem houvesse algures a forma insuperável de dizer aquilo, e ele a procurasse sem descanso. E, quase sem darmos por isso, estamos de novo em Platão e nas formas perfeitas do seu mundo inteligível. É na arte – e talvez também na matemática – que sentimos quão perto estamos, afinal, das alegorias do velho filósofo grego. 

Consideremos agora dois dos maiores, senão os maiores escritores russos desse período de ouro do romance que é o século XIX. 

Dostoiévski não emendava nada porque também estava sempre atolado de dívidas e a precisar urgentemente de dinheiro. Percebe-se que algumas das suas obras teriam muito a ganhar se tivessem sido mais trabalhadas no sentido da contenção. Para escrever O jogador, devido à promessa que tinha feito ao editor, que lhe adiantara dinheiro, Dostoiévski ditou-o a uma estenógrafa, Ana Suitkin, com quem depois casou em segundas núpcias, e que muito o ajudou. A verdade é que, lendo o grande escritor russo, temos frequentemente a noção de que esse trabalho lhe fez falta. 

Já Tolstói emendava imenso. Teve a sorte de não precisar muito de dinheiro, pois era conde e tinha grandes propriedades, embora às vezes o dinheiro não abundasse porque tinha uma imensa família. Mas a sua grande sorte foi ter uma esposa que foi para ele um autêntico Anjo da Guarda. Durante os sete anos que durou a escrita de Guerra e Paz, por exemplo, Sofia Andreevna, sua esposa, fez dos seus textos inúmeras cópias porque Tolstói reescrevia muitas vezes partes inteiras e ela tornava a copiar as suas «intermináveis» revisões.

Podemos dizer que Tolstói é melhor escritor que Dostoiéski, apesar de ser mais bem acabada a sua prosa? 

Sim, enquanto prosador propriamente dito, não enquanto escritor “tout court”, porque não só de boa prosa é feito um grande escritor e Dostoiévski é um bom exemplo disso. Já Turgeniev, outro dos grandes da literatura russo de XIX, tão diferente tanto dum como doutro, devia ser artista de muita oficina, e isso não lhe retira génio, talvez até o tempo lho acrescente. A perfeição do artista é, em todo o caso, um bem inestimável.

Costuma dizer-se que Deus está nos pormenores. Outros dizem, pelo contrário, que quem está nos pormenores é o Diabo. Ambos lá devem estar. 

A frase parece querer dizer o mesmo pegando-lhe por pontas opostas. É pelos pormenores bem cuidados e pelas soluções bem encontradas que o artista chega a Deus, ou seja, à perfeição, ou perto dela. É pelos descuidos e desleixos de pormenor que o Diabo leva o artista à perdição.

Em resumo, quer para o bem quer para o mal, é no detalhe que está o segredo do sucesso ou do insucesso. É bom, todavia, não esquecer que qualquer bom artista é diferente de qualquer outro bom artista, e a qualidade de uma obra joga-se em inúmeros aspetos, impossíveis de identificar e controlar completamente.

E se pensarmos, por outro lado, na variedade imensa dos recetores – admiradores ou detratores – de uma dada obra, talvez percebamos a infinidade de variáveis que estão em jogo.

João Boavida

9 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

O que é ter a noção de perfeição? Quem tem a noção de perfeição? Se eu disser que algo é perfeito isso é efeito, ou consequência de eu ter uma noção de perfeição? Se eu disser que algo é perfeito, alguém poderá demonstrar-me que não? Na realidade, a minha noção de perfeição não se refere a nenhum ideal, mas posso referi-la a coisas concretas.
A perfeição só existe como noção, mas existem coisas perfeitas. Não digo perfeitas no sentido de serem aquilo que não são e não podemos sequer imaginar como pudessem ser. Digo perfeitas no sentido em que algo é o que é, nem mais nem menos, porque o mais e o menos não é aplicável.
Um cão é um cão, um gato é um gato, um triângulo é um triângulo, 5+5=10, embora 5 cães + 5 gatos não sejam iguais a 10 cães, nem a 10 gatos, nem a 10 números, nem ao número 10...
E, de qualquer modo, se me parece que, por exemplo, 1+1=2, também me parece que 1:2=2 unidades.
Tudo isto me parece perfeito e toda a obra de arte me parece perfeita, a não ser que possamos concluir que o autor queria ter realizado outra obra (e qual?), mas não o conseguiu, ficando aquém do modelo que se propôs.
Se um autor, ou um leitor, observador, espectador, acredita que, por exemplo, existe uma forma perfeita para expressar, comunicar, algo, isso é um problema de crença que, na minha opinião está errada, no sentido em que essa forma perfeita não existe.
As formas conseguidas, atingidas, conhecidas, realizadas, podem ser as melhores, mas isso não tem a ver com formas perfeitas, tem a ver com formas que cumprem objectivos ou expectativas, ou padrões, num universo de formas relativas, mais ou menos canónicas. Nem que alguém, por hipótese se atrevesse a eleger uma dessas formas como superlativa absoluta, isso teria a ver com forma perfeita, que não existe, como nunca existirá.
No momento em que alguém considerasse que um autor tinha escrito um texto perfeito, estaria a dar um passo para o considerarmos imperfeito. Sem a nossa consideração, ou considerações, a perfeição da obra de arte não existe e, mesmo assim, as nossas considerações nunca poderão fazer com que uma coisa seja aquilo que não é.
Se um escritor escreve mais a correr do que outro ou, por ser mais elaborado e reflectido e revelador de mundos, com grande mestria, se torna mais, ou menos, interessante, impactante, empolgante, admirável, na minha opinião, não está em causa nenhuma questão ou problema de perfeição, ou de mais ou menos perfeição de um ou de outro.
Quando alguém, correntemente, usa dizer “o meu autor preferido é mais perfeito do que os outros”, conscientemente, ou não, está a acomodar a noção de perfeição no entendimento de fazer com perfectibilidade, cuidando de um apurado sentido do gosto e desenvolvida noção do que se diz ou faz, em vista daquilo que resultará dito, ou feito, seja através de criação original, ou seguindo algum modelo. Este entendimento parece-me ser inerente às artes em geral e à literatura em particular.

Ângelo Alves disse...

Não sei se Tolstoi emendava tanto assim. Guerra e Paz, um livro extraordinário, tem algumas passagens desnecessárias (Tolstoi não tinha o raciocínio de um Marcel Proust ou de um Vítor Hugo). Por outro lado, Crime e Castigo e os Irmãos Karamazov são livros ímpares.

Anónimo disse...

Para Carlos Ricardo Soares: Obrigado pelos seus comentários, sempre interessantes. O conceito de perfeição abriga a muitas outras considerações, impossíveis de tratar num só texto. Por muito que se escreva sobre literatura há sempre muitos aspetos que ficam à espreita de novas oportunidades.

Para Ângelo Alves: Obrigado também pela sua opinião. Estou de acordo quando diz que Crime e castigo e Os irmãos Karamazov são livros ímpares. Concordo que Guerra e paz tem partes dispensáveis, mas para a informação de que Tolstoi fazia sucessivas cópias do que escrevia aconselho a leitura de uma livro que acho muito revelador e atual de Alexandra Popoff, Sofia Tolstoi, uma biografia, Livraria Civilização, 2011.

Anónimo disse...

"Que é um grande escritor? Que é um escritor humano?
Resumo a este respeito as ideias de Schiffrin, que foram e continuam sendo as minhas [Franz Hellens].
A noção de grandeza, no escritor e no artista, tanto provémdo carácter, como do espírito ou do estilo. Pretendo que, em princípio, entre dois escritores tão dissemelhantes, opostos mesmo, de carácter e de espírito, o maior é aquele que se revela mais equilibrado, mais são - estes dois termos não excluindo de modo algum a personalidade. Há, num carácter atormentado e num espírito flutuante, um princípio de fraqueza que excluí a plena noção de grandeza. O estilo do escritor de carácter e de mentalidade mórbidos ressente-se necessariamente das falhas e das incertezas desse carácter e desse espírito. Ele dará porventura provas de uma riqueza mais variada, mais contrastada, mas decadente; como certos pôr-do-sol multiplicam as colorações e as põem entre si ao matizá-las até ao infinito. Esta espécie de riqueza é não apenas efémera, mas falaciosa. O estilo tornar-se pesado, vacilante, indeciso; num certo sentido: forçado. Tudo isso prejudica a grandeza que, antes mais, deve ser sóbria, firme e resoluta. Decerto, pode haver grandeza - e há-a com certeza - na febre, na agonia e até na decomposição. Mas essa espécie de grandeza actua no nosso espírito por choques contrários, por aquilo que ela nos recorda de positivo. Ao fim e ao cabo, em vez de elevar, fatiga, em vez de fortalecer o carácter e o espírito do leitor, deixa-o mergulhado na sua agitação."

(continua...)

Anónimo disse...

(... continuação)

"A noção de humano é corolária. Qual é a obra mais humana: a que mostra o homem tal como é, sem concessões, segundo o parecer expresso por Lucrécio num verso célebre, mas com toda a medida que esse parecer comporta; ou aquela que se compraz em exagerar, no homem, os seus vícios e as suas virtudes? É a que mostra ou a que o exibe? que o descreve com vigor e realidade, ou que o exalta complicando-o?
Se nos cingirmos a estas duas definições, é evidente que dos dois escritores russos mencionados, Tolstoi é, ao mesmo tempo, o maior e mais humano, senão o mais sedutor. Tolstoi domina Dostoievski pela força do carácter e a pujança do espírito. E o estilo das suas obras beneficia de uma forma que, por se mostrar mais normal, não é menos absolutamente original. Em Tolstoi, não há menos «achados», invenções que em Dostoievski. Mas essas invenções, poéticas ou outras, são menos divididas, esboroadas, desperdiçadas por assim dizer; em Dostoievski, são faíscas; em Tolstoi, reflexos.
Deste ponto de vista, Tolstoi mostra-se grande e humano de uma ponta a outra da sua obra.
(...)
Ambos os autores possuem o sentido trágico humano. Mas ao passo que em Dostoievski o drama se complica com análises de uma subtileza exagerada, e se atafulha com rebuscos que constantemente fazem com que percamos a pista (sem contar as contradições que um tal discurso é incapaz de evitar), em Tolstoi, pelo contrário, o elemento dramático é comandado não apenas por conflitos de caracteres e ideias, mas também por uma fonte mais geral que indica, no autor, uma concepção do universo mais elevada, mais extensa. (...)"

Carlos Ricardo Soares disse...

Nós acreditamos, eu acredito, que ser racional é diferenciar, reconhecer diferenças, distinguir, estabelecer e reconhecer relações, seja entre luz e sombra, seja entre 2 e 4, seja entre azul e verde, ou entre quente e frio, doce e amargo, etc.. Mas também acredito que é racional identificar, reconhecer semelhanças, não discriminar, encontrar relações, seja entre silêncio e música, seja entre duas palavras entoadas de modo diferente, ou em contextos diferentes, seja entre encarnado e amarelo, ou entre doloroso e aprazível. Mas ser racional não implica necessariamente, embora seja uma possibilidade, que o sejamos plenamente, em toda a dimensão, extensão e profundidade, relativamente ao que quer que seja. Desde logo, somos racionais relativamente a todo o tipo de afloramentos à nossa consciência, mesmo ignorando a sua génese. Exercemos a faculdade da racionalidade sobre todo o tipo de assuntos e de situações, obras, autores, actores, impostores, estupores, valores, amores...Está na nossa natureza viva e saudável fazê-lo. Quando morrermos ou deixarmos de o fazer, a nossa natureza está perturbada por algum desequlíbrio grave.
E também acredito que, ao reconhecer diferenças e distinções, somos capazes de estabelecer as mais diversas relações, por mais incríveis que pareçam. E que o processo nunca mais pára, sobretudo se interessar que continue.
Culturalmente está assumido que é preciso fazer a diferença, não qualquer diferença, mas aquela que merecer o aplauso e a aprovação geral.
Acredito que muitos artistas, escritores, poetas, pintores, escultores, actores, cientistas, políticos, financeiros, gladiadores, jogadores... de inigualável talento, aprendam isso muito bem e mais habilmente o reproduzam.
Depois, há a realidade estranha, fora dos padrões e dos hábitos, culturalmente desafinada, mas não menos interessante, que faz uma diferença notável, que nem é mais nem menos, não é maior nem menor, não é mais nem menos importante, mas é a tal faísca que vai ser tida em conta.
Esta realidade estranha pode ser instaurada por alguém de inigualável talento para aprender a fazer e a proceder em função das condições existentes mas, de quando em vez, é por alguém que, apesar de não ser um discípulo obediente e bom aluno, ou por causa disso, o faz por outras razões prementes, ou por desespero de causa...
Não disponho de dados sobre o assunto, porém, conjecturo que, quem escreve por ofício, ou por vocação, ou por lazer, ou por autopromoção, ou por competição, etc., e quem escreve por autoflagelação, ódio, amor, paixão, sofrimento, queixa, desespero, não estão sujeitos ao mesmo tipo de condicionantes e não exercem o poder da escrita, nem com a mesma intenção, nem com a mesma desenvoltura.
Em todo o caso, perante um texto, independentemente de quem pudesse ter sido o seu autor, com ou sem carácter, com ou sem doença mental, ou outras fraquezas, deveríamos ser capazes de dizer por que razões gostamos desse texto e de justificar por que gostamos menos, ou mais, de outros textos. E isto não tem a ver, propriamente, com a crítica objectiva que se pudesse fazer.
Sem prejuízo de que a escrita é um instrumento, um meio, através do qual se exprimem triunfos e alegrias, derrotas e angústias, e se descrevem experiências, sentimentos, desejos, fantasias, mais ou menos loucas, independentemente do conhecimento e explicação, mais ou menos descritivas de realidades agradáveis, interessantes, monumentais, ou cruéis, deploráveis, de âmbito universal, do património cultural da humanidade, ou do foro íntimo do bandido, e histórias, sem as quais, a vida nada é.
Obviamente, quanto mais inventado for mais valor terá.
De resto, é sabido que há autores de muitos livros que não se notabilizaram, ao contrário de outros que escreveram apenas um.

Anónimo disse...

Górki escreveu: “Dostoiévski certamente é um gênio, mas um gênio malvado. Ele sentiu, entendeu e retratou com prazer duas doenças do russo alimentadas por nossa feia história... a violência sádica de um niilista que perdeu a fé em tudo e o masoquismo de uma criatura oprimida... mas isto não é tudo que temos, existe algo além de bestas e ladrões dentro de nós! E Dostoiévski viu apenas isto.”

Há semelhanças entre Dostoievski e João Boavida!

João Boavida escreveu: "Quem conhece minimamente a história da Rússia, desde o czarismo aos sovietes, sabe que é, e sempre foi, uma sociedade profundamente hierarquizada e violenta, e em que alguém, desde que um tudo nada acima de outro, se arrogava o direito de ser brutal para com ele."

João Boavida também só vê bestas e ladrões no povo russo.

Anónimo disse...

Concordo com muito do que diz. Mas há inúmeras razões para a criação artística, há inúmeras vias criativas, há inúmeros produtos artísticos, há inúmeras formas de criação e há inúmeros criadores. Para as sentir e avaliar serão necessários juízos de toda a espécie, do mesmo modo que todas as faculdades humanas em princípio podem ser solicitadas, porque necessárias. Não há duas obras iguais. Todas são legítimas em termos pessoais, todas em princípio desempenharão funções catárticas, mas só serão válidas esteticamente as esteticamente conseguidas.

Anónimo disse...

Por isso eu disse que a obra de Dostoievski ganharia muito em ter sido mais cuidada. Mas Dostoievski e Tolstoi são dois dos maiores, senão os maiores, da literatura russa do século XIX, que é, de resto riquíssima. Ninguém como os escritores russos para conhecer e amar o povo russo, a sua humildade, a sua riqueza espiritual, a sua humanidade, o seu heroísmo, a sua aceitação de séculos de violência social e política.

NOVA ATLÂNTIDA

 A “Atlantís” disponibilizou o seu número mais recente (em acesso aberto). Convidamos a navegar pelo sumário da revista para aceder à info...