em 48 anos, tivemos 25 ministros da educação, com destaque para três deles:
Maria de Lurdes Rodrigues, pelo autoritarismo com que liderou, pelo atual modelo de avaliação e quotas que implementou e que, hoje, impedem a progressão na carreira;
Tiago Brandão Rodrigues, que nada fez e
Nuno Crato, pelos corpulentos cortes no orçamento, que atiraram para o desemprego milhares de docentes, devido ao aumento do número de alunos por turma e ao encerramento das escolas com menos de 21 alunos.
“Entre reformados e desiludidos, Portugal perdeu mais de 28.000 professores numa década”.
“Vale mais passar um dia com um bom professor do que estudar com afinco durante 1000 horas.”“A parte que diz respeito à profissão emociona-me sempre.”“Eu sou muito feliz a dar aulas, eu sou muito feliz no contacto com os alunos, porque apesar de não ter certezas do que me vai acontecer todos os anos, quando estou, estou feliz.”
Falta de professores, horários por preencher ou alunos sem aulas? Tanto faz, o que está em causa é muito mais do que aquilo que o atual ministro quer deixar transparecer. Está em causa a valorização de alguém que, por ser professor, não tem obrigação de fazer mais do que qualquer outro profissional. E todos sabemos que muitos fazem, porque estão conscientes que o valor do ensino é mais alto do que o prejuízo profissional e, muitas vezes, pessoal.
É o caso de uma professora (entre milhares de outros) que, há anos, se desloca 555km, na esperança de um dia ingressar no quadro e aproximar-se da sua residência. Deixa, no final de cada fim de semana, marido e filho para trás.
A pergunta que se impõe é: porque insistem, sucessivos governos, em desvalorizar, destratar e ignorar o que está à vista de qualquer um que queira ver e que esta reportagem tão bem espelhou?
Os professores movem os jovens, cultivam o saber e elevam a sociedade, per se. Não precisam de sofisticadas tecnologias, de grandes inovações, nem de modelos de avaliação do outro mundo. Precisam que os deixem ser professores, o que envolve o mesmo respeito, as mesmas condições laborais, a mesma valorização salarial do que qualquer outra carreira.
Por isso, façam-nos um favor, deixem-nos ser, simples e humanamente, isso mesmo: PROFESSORES!
4 comentários:
"Os professores não precisam de modelos de avaliação do outro mundo".
"Precisam que os deixem ser professores", com liberdade para ensinar as matérias científicas e pedagógicas que aprenderam nas universidades.
Os "modelos de avaliação do outro mundo" são perversidades inventadas para infernizar (de inferus, inferior) a vida dos professores. O Ministério da Educação pode, se quiser, alcançar o objetivo do sucesso educativo pleno dos alunos da escolaridade obrigatória, seguindo um caminho muito mais honesto e direto: o Senhor Ministro da Educação faz publicar um despacho em que determine que os alunos serão todos aprovados, com honrosas classificações, ao longo de todo o seu percurso escolar.
Manter a atual situação, com avaliações infernais, é persistir na farsa e na fraude.
Farsa e fraude são dois inimigos terríveis da consciência profissional. Os professores que têm essa consciência sofrem tormentos (como noutros momentos críticos da educação escolar). MHDamião
Digo muitas vezes aquilo que Anónimo referiu, o de publicar um despacho que contemple a passagem administrativa de todos os alunos.
Aliás, bastava acrescentar ao texto a que se refere o n.º 9, artigo 32.º da Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de agosto (portaria que procede à regulamentação das ofertas educativas do ensino básico), cito:
“9 — No 1.º ano de escolaridade não há lugar a retenção…”
Passando a ler-se;
9 – Do 1.º ao 12.º ano de escolaridade não há lugar a retenção…
Simples!
https://correntes.blogs.sapo.pt/sao-as-politicas-e-nao-o-absentismo-ou-3633142
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