"Se querem uma universidade de tipo medieval podem tê-la, mas com níveis medievais de financiamento." (no original, “If you want to have a medieval kind of university, then you can have one, but at medieval levels of funding” )
Isto foi dito, encontrei na Net, no Parlamento britânico em 2005 por Sir Howard Newby, vice-chanceler da Universidade de Liverpool, podendo ler-se nos Documentos do Parlamento que estão, ao contrário dos homólogo portugueses, on-line).
De facto, a frase não era dele, embora concordasse com ela, pois estava a citar Charles Clarke, Secretário (isto é, Ministro) da Educação do governo de Tony Blair, formado pela Universidade de Cambridge em Matemática e Economia. O original encontra-se num discurso muito polémico em 2003 na Universidade de Worcester no qual o ministro se referiu à investigação pura, tendo as suas palavras sido vistas por alguns como um ataque aos estudos de história, em particular à história medieval.
Há várias versões sobre o que ele disse, mas julgo que a mais fiel é esta:
"A Universidade de Worcester tem uma transcrição de sua gravação do seu discurso.
Isso mostra que ele citou um vice-reitor com o pelouro da investigação, que argumentava "que devíamos voltar a um conceito medieval da universidade como uma comunidade de estudiosos despreocupados com as dificuldades e problemas da sociedade em geral".
Clarke comentou:
"Ele, na minha opinião, não fornece uma explicação ou justificação para o modo como como o Estado fornece os recursos para as universidades no mundo moderno.
"Eu tenho que me interrogar como guardião desses recursos porque o Estado deve financiar as universidades e qual é o valor que daí resulta."
Mais tarde acrescentou:
"O que eu descrevi como o conceito medieval de uma comunidade de estudiosos que buscam a verdade não constitui em si uma justificação para o Estado colocar dinheiro para isso. Podemos fazê-lo a um nível de financiamento de um centésimo do que fazemos hoje, e teremos uma universidade de buscadores da verdade medievais, que pensamos serem muito bons, para os financiar como um adorno da nossa sociedade, mas não acho que vamos ter os níveis de financiamento que temos hoje para as universidades, a menos que o possamos justificar de alguma maneira "
Isso mostra que ele citou um vice-reitor com o pelouro da investigação, que argumentava "que devíamos voltar a um conceito medieval da universidade como uma comunidade de estudiosos despreocupados com as dificuldades e problemas da sociedade em geral".
Clarke comentou:
"Ele, na minha opinião, não fornece uma explicação ou justificação para o modo como como o Estado fornece os recursos para as universidades no mundo moderno.
"Eu tenho que me interrogar como guardião desses recursos porque o Estado deve financiar as universidades e qual é o valor que daí resulta."
Mais tarde acrescentou:
"O que eu descrevi como o conceito medieval de uma comunidade de estudiosos que buscam a verdade não constitui em si uma justificação para o Estado colocar dinheiro para isso. Podemos fazê-lo a um nível de financiamento de um centésimo do que fazemos hoje, e teremos uma universidade de buscadores da verdade medievais, que pensamos serem muito bons, para os financiar como um adorno da nossa sociedade, mas não acho que vamos ter os níveis de financiamento que temos hoje para as universidades, a menos que o possamos justificar de alguma maneira "
Foi um escândalo na época que o próprio não conseguiu apagar. A citação é hoje ainda usada na discussão sempre recorrente sobre os fins da Universidade e os meios de que ela deve dispor para os atingir. Os financiamentos da Universidade portuguesa ainda não são medievais para para lá caminham e lá chegarão se o aperto continuar por muito tempo.
2 comentários:
A Universidade tem que mudar, tem que adaptar-se à era da informação, tem que deixar de formar desempregados, nos moldes em que existe só serve os professores.
Seria uma atitude tola, por não dizer mesquinha atribuir a Universidade pelo declínio e inclíno de proporcionar mais vagas de trabalho, ocupações, ofícios e principalmente de assuntos acções da desigualdade.
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