Extracto de um longo artigo publicado no jornal Público de hoje sobre declarações muito apreensivas de Berners-Lee Tim Berners-Lee, que será o fundador da World Wide Web ao jornal The Guardian:
«... a extensão dos poderes de vigilância estatal a praticamente todos os domínios da Internet é uma “destruição dos direitos humanos” e que irá tornar vulnerável a uma eventual exposição pública uma grande quantidade de informação íntima.
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“Se passar a ser possível monitorizar a actividade de Internet, a quantidade de controlo que se passa a ter sobre as pessoas é incrível. Fica-se a conhecer cada pormenor... De certa forma fica-se a conhecer pormenores mais íntimos sobre a vida de alguém do que as pessoas com quem esse alguém fala todos os dias, porque muitas vezes as pessoas confiam na Internet quando procuram informações em sites médicos... ou por exemplo quando um adolescente procura na Internet informações sobre homossexualidade...”, descreve o engenheiro informático.
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“A ideia de que, rotineiramente, devemos guardar informação acerca de pessoas é obviamente muito perigosa. Isso significa que passará a informação que poderá ser roubada, adquirida através de funcionários corruptos ou operadoras corruptas e usada, por exemplo, para chantagear pessoas do governo ou do Exército. Arriscamo-nos a que haja abusos se armazenarmos estas informações”, alertou o especialista.
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Tim Berners-Lee considerou ainda que, se o governo considera ser essencial armazenar todo o tipo de informações sensíveis acerca dos seus cidadãos, então é necessário criar um “organismo fortemente independente”, que averiguaria - de forma isenta - se as informações recolhidas são ou não válidas em termos de ameaça à segurança nacional.»
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2 comentários:
Não é só na Net. Numa instituição, por exemplo uma escola, ao utilizarmos o computador (ir à Net, fazer impressões, etc.) podemos estar a ser espiados a qualquer momento. Existem programas que permitem que às pessoas que gerem o sistema aceder aos dados pessoais dos outros utilizadores e ficar a saber o nome dos documentos que abriram, que imprimiram, que sites visitaram, que páginas do facebook abriram, etc. Não é preciso muita imaginação para perceber que essa informação pode ser muito mal utilizada, ao arrepio de quaisquer direitos individuais. O Big Brother é múltiplo e está - realmente - em quase todo o lado.
Se houvesse alternativas poderíamos ter uma Internet paralela e nada restringida.
Se houvesse um conjunto de países que se afirmasse por disponibilizar satélites sem controlo ou vigilância, poderíamos ter servidores terrestres em que nem a polícia teria que meter lá o bedelho.
Ou melhor ainda, com a crescente miniaturarão dos dispositivos poderemos num futuro não muito longínquo ter redes particulares privadas de telemóveis ou Internet com aparelhos que dessem longo alcance sem necessitar satélites e outras antenas muito potentes mas sempre pertença das multinacionais e outros interesses corporativos.
A Internet é dominada pelos EUA e está a ser utilizada como instrumento político e onde a política se mete..
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