sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Retirar a literatura é um crime terrível

Um segundo extracto da entrevista a Alice Vieira da autoria de João Céu e Silva, publicada no Diário de Notícias de dia 8 do corrente mês (página 29).


Uma das piores coisas que se está a fazer na Educação é exactamente o facto de retirarem do ensino livros imprescindíveis para a cultura de qualquer pessoa. Estão tirar a literatura quase toda, ficando reduzido à gramática e às coisas frias. E, depois, dizem: «Eles não gostam». Que coisa terrível, porque devemos encontrar maneiras de gostarem.

(…) eles apreciam a leitura, é preciso é saber como se lha dá; como é que se os leva até lá. Quando vou às escolas, há professores que me dizem: «Não lhes damos esse seu livro porque é muito difícil e eles aborrecem-se». Ou seja, antes de se aborrecer, nem lhes dão oportunidade de isso acontecer. Retirar a literatura é um crime terrível.


4 comentários:

Cláudia S. Tomazi disse...

Na história da humanidade o homem está ligado intimamente ao tempo e a comunicação, esta que proporciona toda disposição da causa. Causa acerca do andamento evolutivo ao próprio organismo, adequando ordenações e longevidade, elevadas pela qualidade de estímulos. Eis que a criança reflete como fruto da mudança feminina sob o contexto comportamento e mundo, concepção é expectativa, que por vezes a pré-formação diante da troca entre a disposição da mãe assimilando seu desenvolvimento na diferença ou o salto para existi-la (criança), caracterizado na dinâmica de interação e motivação orientada anterior ao nascimento. Sendo que o tempo e tão seguramente apenas o tempo de gestação (maturação) até o nascimento, mas diante do que oferece a comunicação e estímulos e o que perdeu seu ínterim fora a ingenuidade. A natureza dos movimentos infantis absorveu a ansiedade pela dinâmica sem esta pausa neural, portanto sem acomodação dos sentidos e que futuramente compromete a conversão da satisfação pela descoberta. Pois através da consciência da mãe a criança já nasce com o ponto a mais para uma rotação, e fica difícil desacelerar. A literatura é justamente este desacelerar, para organizar as idéias e despertar a criatividade.

Portanto a literatura enquanto ciência, e é uma ciência a literatura, tem de aprender a chegar mais cedo ser referencial e flexível na vida das crianças adequando novas realidades, até porque a literatura não é definitiva, e resulta da capacidade humana! Sendo que seja, elaborada de forma estratégica como estímulo! Pois a literatura tem seu forte registro melancólico onde é penalizada na atualidade, mas e esta nova geração não sabe e não deve ser preparada para o impacto da tristeza ou frustração sob experiências de sentimento, pois as crianças já nascem socializadas e contra a própria natureza que clama a identidade de seus elementos expressando o desenvolvimento angustiado pela frieza que aí esta, sob forma do distanciamento do que é humano ou dos valores de família. E as crianças como resposta do tempo de sua causa esta (defesa-ataque) expressão da maturação natural por descoberta do mundo contra o processo inverso acelerado, que a joga no mundo. Para tanto a função da “literatura descoberta dos sentidos” é imprescindível e fundamental ao despertar a experiência para a causa deste ser social, mas como responsabilidade tem que chegar antes, de forma que o rebento esteja predestinado a construir o fruir do seu sentido já no aprendizado da leitura, quando a ferramenta de ensino da leitura seja a própria literatura, ao ensinar o caminho e desenvolver uma educação que “saiba” elaborar defesa e avanço com estas mesmas variáveis dos novos tempos, convertendo para estímulos positivos e orientados.
É vergonhoso (escandaloso e medonho) sacrificar a geração que aí está por incompetência administrativa do saber.

Anónimo disse...

Tirando a literatura,
um povo perde a noção
de existir como nação
por carência de cultura!

JCN

Anónimo disse...

Se não fosse por Camões
com seu génio singular,
Portugal entre as nações
nem sequer tinha lugar!

JCN

Cláudia disse...

Camões é esta chama acesa,
é mistério por vosso paraíso!
Sê valores, na sarça a proeza
tem a videira o fruto do juízo.