Olha-se para a criança e não se diz que é uma menina, diz-se que é uma mulher. Mas não uma mulher qualquer. Com base nos referenciais que usamos para discriminar o quotidiano, não me parece haver lugar para equívocos: o modelo de “produção” subjacente é “de mulher fatal”.
Jornais, revistas, televisão, internet apresentaram e comentam o caso, convocam-se os direitos dos menores, a profissão e os comentários dos pais, a exploração do trabalho infantil, ouvem-se especialistas, profissionais, pessoas anónimas… o comum.
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Mais uma vez a confusão entre a brincadeira e o trabalho.
A brincadeira das crianças é entre elas, sem interferência (directa) de adultos. São elas que decidem ao que brincar e como brincar... Quando os adultos dizem às crianças o que fazer e como fazer, não é brincadeira e muito menos se daí resultam benefícios financeiros. Neste caso, é trabalho. Mais concretamente, trabalho infantil.
Onde é que está a dúvida? Será que um século – o Século da Criança, que foi o século XX – não bastou para alicerçar este conceito? Ou será que os efeitos de tanto pensar sobre o assunto se estão a esbater?
4 comentários:
Se um filho ajudar a mãe na horta, é exploração do trabalho infantil. Numa capa de revista é giro.
Já não percebo nada. Não admira: sou só um "zeco"...
Atenção! Vem aí outra investida!
http://edition.cnn.com/2011/LIVING/08/10/handwriting.horror/index.html?eref=mrss_igoogle_cnn
Tiago.
Se um miúdo de 14 anos ajudar os pais a servir às mesas num tasco, é trabalho infantil.
Se andar num palco, com um acordeão no lombo a cantar aleivosidades, é...cultura popular!
Ou se andar aos chutos numa bola 3 hrs por dia, 6 dias por semana, é...cultura física!
Mas isto sou eu a pensar, que não percebo nada, sou só (pelos padrões actuais), um "cota" (que ainda usa aspas e tudo...)
Dervich
Se a criança gosta de colocar vestidos de adulta, de se pentear e maquilhar como uma adulta, se demonstra possui "jeito" para a pose fotográfica, se os pais zelam para que a sua personalidade não venha a ser afectada pela expopsição mediática, se a agência de modelos se empenha num trabalho sério, para quê colocar a menina na pose de "mulher fatal"?
Ou será que toda a gente que a rodeia vê nela, unicamente, uma marionete ao serviço da futilidade?!
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