Mais três poemas sobre animais da autoria de Joaquim Namorado, que constam de um livrinho, não datado e sem depósito legal, intitulado "Zoo", do qual se fizeram 500 exemplares, todos eles rubricados pelo autor e editor:
SERENATA
Metam o burro na gaiola
de douradas grades
e tratem-no a alpista
se quiserem
- é só um despropósito.
Mas esperar dele o trinar
do canário medodioso
é simplesmente tolo.
Joaquim Namorado
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
FÁBULA BEM DISPOSTA
Se uma vez um rei bateu na mãe, pra ficar com um terreno chamado, depois, Portugal, que mal tem que um russo teimoso tenha queimado o te...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Meu texto num dos últimos JL: Lembro-me bem do dia 8 de Março de 2018. Chegou-me logo de manhã a notícia do falecimento do físico Stephen ...
-
Por Eugénio Lisboa Texto antes publicado na Revista LER, Primavera de 2023 Dizia o grande dramaturgo irlandês, George Bernard Shaw, que ning...
1 comentário:
Recordemos este poema retirado do livro da primeira classe dos anos cinquenta:
A guerra na capoeira
Está a capoeira
toda alvoraçada.
Franga poedeira,
de crista encarnada,
achou uma espiga
de milho, dourada.
Logo corre o galo,
a franga pintada
o peru, o pato,
toda a bicharada.
Có-có-ró-có-có!
Cá-cá-rá-cá-cá!
Um grãozinho só
venha para cá.
Qui-qui-ri-qui-qui!
Qui-qui-ri-qui-qui!
Essa espiga toda
venha para aqui.
E a franguita loira
corre, arreliada,
(Lembra dobadoira,
toda ensarilhada)
a esconder a espiga
de milho, doirada.
Vem de lá o galo,
dá-lhe uma bicada.
O pato marreco
dá-lhe uma patada.
Fica a franganita
toda abespinhada!
Tudo salta e grita,
Ninguém come nada.
Põe-se a capoeira
Toda alvoraçada.
E assim se arma a guerra,
por coisa de nada!
Enviar um comentário