Despacho da Lusa, saído no Diário Digital com declarações minhas a propósito do Ano Internacional da Luz:
O cientista Carlos Fiolhais enfatizou hoje a relação da luz com o desenvolvimento das diferentes regiões do mundo, dando o exemplo de África, “quase completamente às escuras” quando vista à noite do espaço.
“O acesso à luz é muito desigual. Os sítios do mundo mais desenvolvidos são onde há luz”, como a Europa, os Estados Unidos, o Canadá, o Japão e uma parte do Brasil, entre outros territórios, disse à agência Lusa o coordenador da Comissão Nacional do Ano Internacional da Luz.
Declarado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO), o Ano Internacional da Luz começou oficialmente na segunda e na terça-feira, em Paris, com um programa em que estiveram representados mais de 100 países, reunindo mais de mil pessoas.
“Trata-se de um evento para unir e ligar as pessoas em nome da paz. Começámos na Cidade Luz, numa altura de trevas”, afirmou Carlos Fiolhais, numa alusão aos recentes atentados do terrorismo ‘jihadista’ que assolaram Paris, o que, na sua opinião, confere “uma carga muito simbólica” ao facto de aquelas comemorações terem começado na capital francesa.
Além da sua importância em termos físicos, em áreas como a ciência, a tecnologia, a arte e a cultura, “a luz também pode significar o bem” no plano filosófico e em diferentes religiões do mundo, referiu aquele catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
“As artes visuais, como a pintura, a escultura, o vídeo ou o cinema, não existiriam sem luz, sem a qual poderíamos conhecer muito pouco do mundo”, adiantou.
Por outro, “nem sequer poderíamos existir sem luz”, tanto os homens como os restantes animais, que precisam das plantas para se alimentarem, enquanto estas, por sua vez, crescem graças à “energia que vão buscar ao sol”, através da fotossíntese.
Carlos Fiolhais espera que as celebrações do Ano Internacional da Luz sejam uma oportunidade para os cidadãos e os estados “ganharem consciência da enorme importância social” da luz.
“Sem a luz, por exemplo, a educação fica muito apagada. É bom que o mundo esteja unido para reconhecer o poder da luz na diminuição das desigualdades”, defendeu o cientista.
Em comunicado, a Comissão Nacional do Ano Internacional da Luz salienta que a luz “revolucionou a medicina, abriu a comunicação mundial via internet e continua a ser central na ligação da vida social, cultural, económica e política da sociedade”.
Estas comemorações “são uma oportunidade única, à escala mundial, para inspirar, educar e ligar as populações de todo o mundo”, acrescenta.
Diário Digital com Lusa
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