sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

OS ERROS DA FCT NA NEWSLETTER DO SNESUP

Da Newsletter do SNESup:

FCT - ERRO RECONHECIDO?

Foi ontem notícia o possível reconhecimento da FCT dos erros que afetaram o processo de avaliação das Unidades de Investigação e Desenvolvimento. É algo que merece a atenção do Ministério Público, porque demonstra que o SNESup tinha razão na sua denúncia. Reconhecer seria positivo, mas não basta e o processo enunciado na notícia não resolve o problema. De qualquer forma, parece confirmar-se a reunião mantida entre a tutela e os reitores, que teve como pano de fundo a possível intenção de várias unidades avançarem com ações judiciais relativas a esta matéria. A tentativa de impedir que estas ações avancem demonstra a debilidade óbvia de todo o processo de avaliação. A FCT e a tutela estão numa aporia, acenando com os seis milhões que restam. O CRUP deve ter consciência do perigo de assumir o papel de elo de transmissão da FCT, sendo que os reitores começam a perceber que será difícil dar uma saída honrosa a quem se isolou em tal beco. O autismo na avenida D. Carlos I continua a sonhar com uma soberania que toma os demais por menos. Os diretores das unidades de investigação têm a palavra, na defesa da dignidade. Repor a justiça vai passar por eles. Hoje, mais do que nunca, o exercício da cidadania é feito de gestos. O verdadeiro heroísmo está nas mãos de quem foi tomado como irrelevante.
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FCT - CONCURSO = ERRO + REDUÇÃO
Como habitualmente nos últimos concursos da FCT mantêm-se os erros e falhas. O processo faz recordar o personagem de uma célebre comédia britânica que afirmava "Computer says no!". Algumas notas sobre as tendências apresentadas neste último concurso e que vão para além da já costumeira ineficácia e polémica nas apreciações.
 
Por um lado a redução sistemática do número de bolsas atribuídas, em particular ao nível das bolsas individuais de doutoramento (BD), mantendo-se a tendência que teve em 2013 um ano dramático, com uma redução de 66%. Esta tendência de redução encontra-se também presente nas bolsas de pós-doutoramento (BPD), que apresentam valores perto de metade dos que existiam no período pré-crise em 2007. Por outro lado, o decréscimo do número de candidatos, quer ao nível de Doutoramento, quer ao nível de Pós-Doutoramento. Nesta questão era necessário compreender melhor a forma como o descrédito e a desilusão podem estar a produzir efeitos de desencorajamento ao ingresso em carreiras científicas e de investigação. Trata-se de algo que terá custos no médio e longo-prazo, com os problemas de rejuvenescimento do sistema científico nacional, bem como de um fenómeno de progressiva frustração geracional.
 

Note-se que este é um declínio que atravessou toda esta fase de governação. Uma nota importante para o futuro, porque temos de estruturalmente inverter um dos períodos mais negativos da história recente da ciência em Portugal.

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