Foi divulgado há poucos dias um relatório da OCDE intitulado Perspetivas da Política da Educação 2015: Concretização das Reformas. Em Portugal, a comunicação social deu-lhe destaque e o Ministério da Educação e Ciência comentou-o publicamente.
Na introdução essa entidade destaca os custos fnanceiros que a educação acarreta para os países que lhe são afectos: em média, 12% da despesa pública. E relembra-se que esses custos se traduzem diferentemente em eficácia, pelo que os dados apresentados deverão ajudar que tem responsabilidades em matéria educativa, nomeadamente os decisores políticos, a gerir o melhor possível o dinheiro de todos nós.
O que parece não estar a correr muito bem pois, afirma-se, 1 em cada 5 alunos de 15 anos de idade não revela as competências mínimas para se integrar adequadamente na sociedade atual.
Ainda que eu não se perceba bem o que se quer dizer com competências mínimas para integração adequada na sociedade atual, cruzando esta expressão com dados de investigação que julgo fiáveis sobre a aprendizagem da língua materna, da matemática e dasciências, parece-me um dado muito preocupante.
Seguidamente, dá-se conta da análise feita a 450 reformas educativas levadas a cabo entre 2008 e
2014 nos mais diversos países da OCDE. Essa análise assenta, como não poderia deixar de ser, nos documentos disponibilizados por esses países, todos mostrando, por palavras vagas e sedutoras, uma realidade mais dourada do que ela é na realidade.
O relatório salienta Portugal pela positiva no que respeita ao investimento que tem feito em programas de educação e formação de carácter profissionalizantes, que estabelecem uma ponte entre escolas e empresas. Quem conhece a realidade, certamente, dirá que se trata de um bom exemplo da distância entre o que acontece e o que esses documentos estabelecem.
A essência da OCED - recordo Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico - permite entender a recomendação feita aos sistema de ensino para investirem em cursos relevantes para o mercado de trabalho. Entendendo que a economia não pode ser tudo na vida de cada um, nem na sociedade, nem na manutenção dos padrões de humanidade, só posso discordar desta orientação.
E mesmo as que se seguem - mudança de práticas na sala de aula, de maneira a centra-las na aprendizagem e formar os professores nesse sentido - se reduzidas a essa recomendação serão um pobre remendo na educação ocidental.
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