segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ano Novo, Doenças Velhas


Texto de opinião no início do ano de Tiago Mota Saraiva no jornal I, onde sou referido (confesso não perceber bem o final: " a prevenção não desculpa que ainda não se tenha descoberto a cura...?": não há uma só forma de cancro, mas muitas, e os progressos feitos no tratamento e cura de algumas delas são verdadeiramente impressionantes) 

"Começou há um ano, pouco antes do Natal. Descobriu-se um alto na barriga. Sentia-a como uma espécie de borbulha interior. A médica não parecia preocupada. Era pequeno, mas de tirar. Passada a operação veio a notícia para a qual ninguém está preparado: grau III. Passaram-se três meses. Idas e vindas ao médico. Aicmofobia vergada a administrar soro. Medicamentos vários. Até morrer… nos meus braços.

Este foi o primeiro Natal em que não tivemos a gata a saltar sobre os embrulhos de Natal ou a devorar bocados de fitas douradas da árvore de Natal – muitos sentir-se-ão defraudados a partir desta frase, como se o sentimento de perda diminuísse quando envolve animais.

Quero-vos escrever sobre o cancro. Li e reli a troca de argumentos entre Carlos Fiolhais e Paulo Varela Gomes. De uma forma demasiado redutora, sintetizo que o primeiro argumentava pela defesa das metodologias científicas clássicas e o segundo, a partir do seu caso, a favor das medicinas homeopáticas. A troca de argumentos não me sai da cabeça, mas continuo a achar que ambos têm razão sempre que haja um caso de sucesso. O cancro é a principal causa de morte em Portugal para pessoas com menos de 70 anos. Estas mortes poderiam ser reduzidas a partir da melhoria das medidas de prevenção primárias (exposição ao tabaco) e secundárias (diagnóstico precoce). Mas a prevenção não desculpa que ainda não se tenha descoberto a cura ou que se mantenham como tratamentos mais eficazes a amputação ou a administração de substâncias químicas que afectam o funcionamento celular."

Tiago Mota Saraiva

2 comentários:

Francisco Domingues disse...

Acompanhei, com interesse, a disputa sobre a pseudo-ciência que é a homeopatia. E intervim, comentando.
Tenho um amigo médico que vem lutando com vários tipos de cancro que se vão sucedendo. Intervencionado. Quimio e radio terapias. Ainda está vivo! Insisto com ele - bom garfo! - para experimentar uma dieta rigorosa/radical que lhe reporia a saúde sem recorrer aos métodos clássicos. Finalmente, creio que o convenci. Repeti-lhe: NADA de: lacticínios, charcutaria, enlatados, proteínas de origem animal (carnes, peixes, ovos), açúcares ou doces, excepto mel. COMER: toda a espécie de legumes: secos (feijão, grão, ervilhas, etc.), crus e em saladas (cenoura, beterraba, alho, cebola, pepino, tomate, agrião, etc., etc.) ou cozidos; toda a espécie de frutos, em sumo ou directamente (limão, laranja, anona, etc., etc.), sem esquecer os secos (nozes, amêndoas, etc.); algumas especiarias (para tempero, evitando o sal): gengibre, canela, etc.; azeite (ha, que boa que é uma tibórnea beirã ou alentejana: pão torrado na lareira, regado com azeite e barrado com um pouco de alho!) E... a cereja no topo do bolo: um belo de um copo de bom VINHO TINTO, à refeição, caso não tome medicamentos impeditivos! Durante todo o dia, BEBER muita ÁGUA (morna, depois da refeição, para facilitar a digestão)
Ia jurar que o meu amigo vai recuperar, com tal dieta. É que, assim, se aumenta a alcalinidade e diminui-se drasticamente a acidez no organismo, acidez que propicia a cultura das células cancerígenas. Daqui a uns meses, poderá voltar a saborear a gostosa picanha...

Francisco Domingues disse...

Voltei para reparar um esquecimento: os FRITOS! É que, nem vê-los quanto mais saboreá-los! Boa saúde para todos, neste 2015!

UM CRIME OITOCENTISTA

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