Para além das bactérias com arsénio, outra possibilidade espectacular, embora meramente especulativa, são as formas de vida baseadas no silício em vez de carbono. À partida parece um bom candidato: tem o mesmo número de electrões na camada exterior e pode formar o mesmo tipo de ligações químicas do que o carbono.
A vida como a conhecemos aparentemente não se fez com elementos ao acaso, nem exclusivamente pelo seu potencial de ligação química. Fez-se essencialmente com os elementos mais abundantes, que tendem a ser os mais leves (uma vez que os núcleos dos átomos se formam por fusão de núcleos mais leves, a partir do hidrogénio). Os quatro elementos mais abundantes nas organismos vivos (hidrogénio, carbono, azoto e oxigénio) tem números atómicos (n.a.) abaixo de 8. E o fósforo 15.
O arsénio (n.a. 33) e o silício(n.a 14) são mais pesados e logo menos abundantes que os seus respectivos vizinhos de cima na tabela periódica (fósforo e carbono).
3 comentários:
Excelente.
Sucintamente, tocaste num ponto chave.
Olhemos para a tabela periódica e identifiquemos elementos na e da vida...Porque estes e não outros? E no resto (infinito para a nossa escala) do Universo? As abundâncias elementares também são as mesmas?
António Piedade
Mas que grande trapalhada
nesta questão das bactérias:
em tão difíceis matérias
anda a gente baralhada!
JCN
Em relação ao carbono versus silício, é interessante e curioso verificar que 2/3 da composição do planeta Terra (manto e crusta) é feita maioritariamente de uma mistura de silicatos (compostos de óxido de silício com outros elementos tais como Mg, Fe, Al, Ca). Desta forma aprisionado na composição mineral terrestre, diga-se hoje que mais inorgânica, o silício terá estado menos disponível para combinações de vida.
O elemento carbono, igualmente tetravalente, ficou disponível para outras combinações, menos vítreas, mais orgânicas como diríamos hoje.
António Piedade
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