terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Os vizinhos de cima na tabela periódica


Para além das bactérias com arsénio, outra possibilidade espectacular, embora meramente especulativa, são as formas de vida baseadas no silício em vez de carbono. À partida parece um bom candidato: tem o mesmo número de electrões na camada exterior e pode formar o mesmo tipo de ligações químicas do que o carbono.

A vida como a conhecemos aparentemente não se fez com elementos ao acaso, nem exclusivamente pelo seu potencial de ligação química. Fez-se essencialmente com os elementos mais abundantes, que tendem a ser os mais leves (uma vez que os núcleos dos átomos se formam por fusão de núcleos mais leves, a partir do hidrogénio). Os quatro elementos mais abundantes nas organismos vivos (hidrogénio, carbono, azoto e oxigénio) tem números atómicos (n.a.) abaixo de 8. E o fósforo 15.

O arsénio (n.a. 33) e o silício(n.a 14) são mais pesados e logo menos abundantes que os seus respectivos vizinhos de cima na tabela periódica (fósforo e carbono).

3 comentários:

António Piedade disse...

Excelente.
Sucintamente, tocaste num ponto chave.
Olhemos para a tabela periódica e identifiquemos elementos na e da vida...Porque estes e não outros? E no resto (infinito para a nossa escala) do Universo? As abundâncias elementares também são as mesmas?

António Piedade

Anónimo disse...

Mas que grande trapalhada
nesta questão das bactérias:
em tão difíceis matérias
anda a gente baralhada!

JCN

António Piedade disse...

Em relação ao carbono versus silício, é interessante e curioso verificar que 2/3 da composição do planeta Terra (manto e crusta) é feita maioritariamente de uma mistura de silicatos (compostos de óxido de silício com outros elementos tais como Mg, Fe, Al, Ca). Desta forma aprisionado na composição mineral terrestre, diga-se hoje que mais inorgânica, o silício terá estado menos disponível para combinações de vida.
O elemento carbono, igualmente tetravalente, ficou disponível para outras combinações, menos vítreas, mais orgânicas como diríamos hoje.

António Piedade

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