terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nós, os suecos


Com a devida vénia, publicamos a crónica de Manuel António Pina no Jornal de Notícias de ontem:

A ideia de acabar com os chumbos não é da ministra Isabel Alçada, é de algum eduquês desconhecido que anda pelo Ministério pelo menos desde o tempo de Roberto Carneiro.

E que há-de ser um grande vendedor de ideias pois a generalidade dos ministros aparece com a original ideia de acabar com os chumbos menos de um ano depois de ter tomado posse.

Só os argumentos vão variando. Desta vez é fazer como "na Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca" onde, "em vez de chumbar, os alunos com mais dificuldade têm apoio extra".

É certo que, na Noruega (12 alunos por professor no Básico e 8,2 no Secundário, contra 28 a 30 em Portugal), 40% das escolas básicas "são tão pequenas que crianças de diferentes idades têm aulas juntas" e que, na Suécia, cerca de 60% das escolas do 1.º Ciclo funcionam com menos de 50 alunos.

Por cá, a ministra que quer apoio personalizado para os "alunos com dificuldades" é a mesma que fecha as pequenas escolas de proximidade e manda as crianças de camioneta para mega-escolas anónimas e indiferenciadas nos grandes centros. Mas por algum sítio temos de começar para sermos suecos, não é?

Manuel António Pina

3 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo na Suécia há quem critique. Não basta ser assim na Suécia para devermos seguir... Significa que lá a corrente "eduquês", neste momento, manda. Há dias vi uma eurodeputada sueca a queixar-se de que lá o ensino ia muito mal e, a certa altura, saiu-se com esta: os alunos quando saem do ensino nem sequer sabem escrever sueco sem erros. Parece que aprendeu os queixumes com os portugueses.

Fernando Martins disse...

Aconselho a leitura do seguinte post<>, para ajudar a perceber mais uma barbaridade dos "eduqueses":

http://www.ensinobasico.com/ser-bom-aluno/649-a-destruicao-das-escolas-primarias-tem-dois-momentos-1974-e-2006

Anónimo disse...

Isso está muito mal visto. Examinemos. Fecharam muitas escolas, muito bem. Quais os resultados? O analfabetismo desceu drasticamente e o número de crianças que ficava sem escola foi reduzido a zero. Conclusão? Que continuem a fechar escolas!!

"Crise da transmissão e febre da inovação"

Vale a pena ler o artigo de que reproduz a identificação ao lado.   O seu autor, o francês François-Xavier Bellamy, professor de Filosofia ...