terça-feira, 24 de agosto de 2010

A bela Maria Dulce

“É irrepetível e absolutamente efémero.
Isso é que é fantástico, é o mistério do teatro.
Não fica nada, só a memória do público,
que entretanto também vai morrendo.”
Mário Viegas em Entrevista ao Expresso, 1993, 48.

Não tem o De Rerum Natura dado grande destaque àqueles que dão voz e vida às palavras contidas nos textos. Percebi esse esquecimento, quando soube da morte da bela actriz de voz firme e gestos seguros que foi a Maria Dulce.

Estava a estudar no Conservatório, quando António Lopes Ribeiro, viu nela a doce Maria de Almeida Garrett. Com treze anos, entrou, pois, em Frei Luís de Sousa e depois desse filme foram sessenta anos no teatro, no cinema, na televisão, na rádio... Em Portugal e em Espanha.

Fez revista, comédia, drama... Também cantou e disse e gravou poesia, por se ter deslumbado com alguns dos nossos clássicos.

Afirmou a sua classe laboral, reivindicou direitos que lhes eram devidos e criou uma companhia de teatro.

"Tenho orgulho de ser altamente profissional, de nunca me atrasar e de ter os textos todos trabalhados", foi o que ela disse uma vez, para resumir a sua vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que seria da Poesia, se não houvesse quem a lesse ou escutasse?! JCN

"Crise da transmissão e febre da inovação"

Vale a pena ler o artigo de que reproduz a identificação ao lado.   O seu autor, o francês François-Xavier Bellamy, professor de Filosofia ...