terça-feira, 31 de agosto de 2010

UMA CARTA SOBRE A AVENTURA DA EDUCAÇÃO

Transcrição do Jornal i de 2010/08/24

"iCorreio - UMA AVENTURA

Face à facilidade com que se adquire no mercado o 9.º ou o 12.º ano de escolaridade (este último comprava-se por 500€... mas devido à crise o seu preço baixou já para os 400€ - isto se não conseguir um centro Novas Oportunidades que na "excelência" de "produzir" mais certificados tenha um ou dois formadores graciosamente a coisa), não se entende muito bem o porquê de tanta algazarra por o Ministério da Educação ir encerrar mais 701 escolas do 1.º ciclo!

Afinal elas estão abertas para quê? Para os professores terem de passar a garotada independentemente de eles saberem ler, escrever, saberem ser ou estar?

O Ministério da Educação, em vez de andar a rabiscar "uma aventura ... às mijinhas", devia era encerrar de vez a totalidade das escolas do 1.º e 2.º ciclos, e, em vez de prometer aos recém-nascidos um cheque de 200 euros, fornecer-lhes, no acto do registo, um diploma (a rosa ou azul-bébé) atestando os seus conhecimentos, que pouco menos serão que aqueles que viriam a adquirir se frequentassem as tais "escolinhas"!

Sarcasmos à parte, porque a educação é um dos pilares máximos de uma sociedade moderna e desenvolvida, é desmotivador e preocupante olhar para toda uma elite de iluminados e vê-la entretida, na maior das escuridões, a tentar juntar as peças de um puzzle que não faz a mínima ideia do que seja!

O secretário de Estado talvez imagine uma paisagem corriqueira de Punta Cana a quinhentas e tal peças! A senhora ministra, um cenário helvético de neve e relógios de cuco a outras tantas peças!

E o primeiro-ministro, embora indiferente a quase tudo, talvez vislumbre "o menino que chora" (aquela deprimente visão de Giovanni Bragolin que uma vez na vida a todos calhou em sorte no sorteio anual da Comissão Fabriqueira) a mil e muitas mais!

Enfim: no meio de tanta dissensão, resta aos portugueses o consolo de olhar para o seu timoneiro e ver que, apesar de tudo, através de novas oportunidades, se pode chegar sempre mais além!

António Carvalho - Gouveia (email)"

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"Crise da transmissão e febre da inovação"

Vale a pena ler o artigo de que reproduz a identificação ao lado.   O seu autor, o francês François-Xavier Bellamy, professor de Filosofia ...