quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Há 100 anos

Há cem anos, um jornal de uma das nossa vilas - Fafe - dava uma notícia que era na altura comum em final de ano lectivo: o sucesso em exames de estudantes do ensino liceal e universitário.

"Fez exame de todas as cadeiras do 1.º anno de direito, na Universidade de Coimbra, em que ficou approvado, o distincto academico snr. Leopoldo Martins de Freitas, filho do vereado da camara snr. José Alves de Freitas.
Ao nosso amigo, que já se encontra entre nós, reiteramos as nossas felicitações e as mesmas endereçamos a sua ex.ma família.
Concluiu o 1.º anno de direito, na Universidade de Coimbra, o snr João Ribeiro Vieira de Castro e Freitas.
Também concluiu o 2.º anno da mesma faculdade o snr João Leite da Silva, de Medello.
Fizeram exames do 5.º anno do curso dos lyceus os snrs. Gervásio Martins Campos de Carvalho e Amadeu d`Oliveira, d`esta villa.
Os nossos parabens."

Felizmente, este tipo de notícia deixou de o ser, sinal de que muitos têm acesso ao ensino superior e que todos têm acesso ao ensino secundário, além do básico, claro.

Trata-se de uma grande responsabilidade esta que assumimos, de ensinar, segundo os padrões que temos por mais elevados, tantas crianças, jovens e adultos. E é uma responsabilidade que nos tem de mobilizar.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ainda há relativamente poucos anos estas notícias (conclusão de licenciatura) eram habituais nos jornais de âmbito local ou regional (e até com direito a fotografia).
António Carvalho

Anónimo disse...

É uma grande responsabilidade, sim. Agora se os padrões são elevados, já é mais de duvidar. Pelo menos, pelo que vejo, ouço e constato, começando pelas medidas do Estado, passando pelos pais, alunos e professores... duvido mesmo da elevação de muitos dos padrões. Alguns até os podem ter por elevados, mas outros deixam-nos rasar a mediocridade.

António Daniel disse...

Recebo da Câmara Municipal de Fafe, no âmbito do centenário da República, réplicas dos jornais locais da altura. Uma excelente iniciativa que nos mostra que o conhecimento do passado é importante para analisarmos o presente, como está bem presente nas palavras de Helena Damião. Aliás, até há trinta anos atrás, como diz António Carvalho, essas notícias eram comuns, o que demonstra a grande transformação, embora tardia, que o ensino tem protagonizado.

joão boaventura disse...

Precisão

O que me tranquiliza
é que tudo o que existe,
existe com uma precisão absoluta.
O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete
não transborda nem uma fracção de milímetro
além do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tudo o que existe é de uma grande exactidão.
Pena é que a maior parte do que existe
com essa exactidão
nos é tecnicamente invisível.
O bom é que a verdade chega a nós
como um sentido secreto das coisas.
Nós terminamos adivinhando, confusos,
a perfeição.

Clarice Lispector

O corpo e a mente

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