sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vasco Pulido Valente e a nossa "má sina"


Texto recebido de Augusto Küttner de Magalhães:

Vasco Pulido Valente (VPV) tem dias, no que escreve no Público. Como já todos sabemos, nunca diz bem, diz sempre mal, mas, por azar nosso, quase sempre está repleto de razão. E hoje uma vez mais está, na sua crónica "Má sina", quando, depois de ler a História de Portugal cooordenada por Rui Ramos (RR) e escrita pela próprio RR e por Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Monteiro, onde há uma descrição minuciosa do Portugal Moderno, concluiu “e sempre foi assim”. Sublinha que não se trata de um simples desabafo, mas realmente de reconhecer que “sempre foi assim”. Diz VPV: "Desde o "liberalismo" que o país viveu precariamente e, quando se "modernizou" um pouco, só se "modernizou" com a ajuda da Europa e nem por isso se conseguiu livrar de um "atraso" atávico". No final escreve VPV que continuaremos sempre assim: "não parece provável que uma “classe média do Estado”, que ainda por cima monopoliza o poder, faça uma revolução contra si própria."

Tudo isto é mais do que uma evidência, e nem é indispensável ler esta História de Portugal para chegar a esta mesma conclusão. Como é evidente, se tudo continuar ao ritmo das últimas décadas, incluindo o tempo de Salazar, vai continuar a ser mais do mesmo. Não sendo necessária uma revolução com consequências desastrosas, é sem dúvida necessário revolucionar a maneira de “se estar” no país, de “se encarar a governação”, de se estar “no poder“. Tal não tem acontecido uma vez que, quer se queira quer não, tem havido sempre uma continuidade – com alguns pequenos sobressaltos mais de forma do que de conteúdo -, tem havido sempre uma certa paz podre. Com isto de modo algum se deseja uma guerra. Não, de forma alguma, mas torna-se imprescindível revolucionar os pensamentos, a forma de estar e actuar. É claro que a José Sócrates, que agora quase foi trucidado na praça publica, alguém se seguirá, do mesmo ou de outro partido, que irá proceder de forma igual ou parecida. Haveria necessidade de um corte com o que tem fluído sempre da mesma maneira e encarar a governação não como um local onde se chega e está, onde se tem sempre o mesmo, onde se faz sempre o mesmo, onde se entra para logo a seguir se sair. É necessário cortar esta continuidade, para sermos positivamente diferentes, não tanto na forma, mas principalmente no conteúdo. Para deixarmos de nos vitimizar, haja quem o consiga fazer, sem ser o D. Sebastião!

Augusto Küttner de Magalhães

20 comentários:

Anónimo disse...

Dois discos diferentes... tocando a mesma música!

JCN

Fartinho da Silva disse...

"necessário cortar esta continuidade, para sermos positivamente diferentes, não tanto na forma, mas principalmente no conteúdo."

O nosso enorme problema é sem dúvida o primado da forma sobre o conteúdo e não me parece que se altere esta situação nos próximos anos...!

O BAR DO OSSIAN disse...

Portugal é uma espécie de Índia, com o seu próprio e singular sistema de castas, em que uma pretensa classe franco-germânica governa um fundo mesquinho islâmico na sua massa anónima: o zé portuga boateiro, forreta, indisciplinado e mandrião.
E depois há um Portugal a haver, em que nos redescobramos como Ibéricos, regressemos à nossa matriz, eduquemos o nosso povo, melhoremos o seu nível de vida e corramos com os nossos «arianos» para fora de fronteiras. Pode ser em direcção ao Império Colonial da Europa Comunitária...

António Conceição disse...

Claro está que a proclamação da necessidade imperativa de mudar de mentalidade que Augusto Küttner de Magalhães aqui faz também tem sido uma constante na História portuguesa dos últimos 200 anos. Sempre e em cada momento há alguém a dizer que temos que mudar de mentalidade e de atitude. De um modo geral, aponta-se logo a seguir a educação como a via segura para essa mudança.
Obviamente, nada muda nunca.
Na leitura que eu faço de Vasco Pulido Valente (cuja tese subscrevo inteiramente), o que ele diz é que é uma tonteria andar por aí a proclamar a necessidade de mudança. Nós não vamos mudar. Pelo menos, com a rapidez que os pregadores da mudança imaginam necessária. Logo, a refelexão necessária não é o trilionésimo e inútil anúncio da necessiade de mudança, mas a que nos permita responder à seguinte questão: o que é que de bom se pode fazer com a imutável mentalidade que temos?

Anónimo disse...

Portugal é precário desde antes do liberalismo, que era uma bagunçada e uma exploração descarada.
Com o liberalismo é que surgem as comparações com os outros, com o exterior e ai percebemos o nosso atraso!

O nosso problema é que as elites políticas sempre foram mediocres, regra geral sempre tivemos e temos pessoas de competência nula em cargos de elevada responsabilidade e decisão.

Esse tem sido o nosso mal, os que sabem e os que são sérios afastam-se da política e na política só ficam os aldrabões, com muita conversa e pouco trabalho, é esta a nossa situação actual.

Querem um corte com o passado? Pois bem, afastem e proibam todos os que estão neste momento na política e nos cargos públicos de governarem este país, faça-se um corte, afaste-se de vez a malta que anda na política desde o 25 de Abril a "escavacar" isto tudo e afastem os boys também, só gente nova, que dizem? Já agora extingam os partidos actuais porque eles não servem para nada!

Anónimo disse...

Que viva Ibéria!

José Meireles Graça disse...

Diagnósticos muitos, terapêuticas nada. E quanto aos sintomas, digamos que o exame foi a despachar: na década de 60 do séc. passado Portugal tinha o dobro do crescimento da média europeia. Os analistas explicam a coisa com a adesão à EFTA, as remessas dos emigrantes e a "base baixa" de que se partia. Se porém nos lembrarmos que o orçamento chegou a estar comprometido em 40% com a guerra colonial, e que apesar disso o endividamento do País não cresceu significativamente, então aquela década é prenhe de ensinamentos, para a recolha dos quais não se faz mister ser salazarista. Mas o discurso do post vai mais para a lamúria e a profundidade histórico-filosófica. Não tenho vagar.

Nuno M Silva disse...

Há uns dias, ali para os lados do Saldanha, quase fui às lágrimas enquanto via o último filme de Eastwood, «Invictus». E o que me entristeceu? O facto de o filme ser particularmente triste? Não, de modo algum. Entristeceu-me sim um sentimento estranho e de difícil explicação, como que uma certa inveja, ou melhor, como que uma nostalgia por algo que o filme mostra e que eu, nos meus 36 anos de português, não me lembro de ter visto algum dia por estas paragens: uma liderança política inspiradora. Levanto-me, saio do filme, olho à esquerda, olho à direita, olho para trás e (desgraça maior!) olho para a frente mas não vejo nenhuma. Sabem dela? Se a virem, por favor, avisem-me.

Anónimo disse...

JMG disse:

"Mas o discurso do post vai mais para a lamúria e a profundidade histórico-filosófica. Não tenho vagar."

concordo plenamente consigo, acrescentaria mais, isto é tudo uma treta, tal como o mito do sebastianismo, inventado por pseudo intelectuais e bebido muito em intrepertaçoes erradas de autores como Pessoa.

Isso são tudo tretas, lamurias e invenções para se irem escrevendo uns pasquins por ai!

Permita-me apenas retirar o histórica da prufundidade, porque a história tem sido objectiva, avalia os factos e não anda a opinar, já a filosofia, se me souberem dizer a utilidade da mesma actualmente, tal como ela é elaborada e ensinada..

É que essa coisa, meu amigo corre o risco de se tornar ou fóssil ou pseudo ciência, mas isso são outras conversas..

Anónimo disse...

A TEMPO E HORA

Uma hora existe sempre para tudo:
uma hora para César exaltar,
outra para na cúria o apunhalar,
desprevenido... sem qualquer escudo.

Hora de sim dizer ou dizer não,
conforme as circunstâncias determinem
e os augurais presságios nos ensinem
qual deva ser a nossa decisão.

Sem D. João Segundo estar ao leme,
insegura se sente a marinhagem
que ante o Adamastor se encolhe e treme.

Altura é de escrever-se outra "Mensagem"
que refundindo o que o Poeta diz
aponte novos rumos ao país!

JOÃO DE CASTRO NUNES

Anónimo disse...

Que seca, sempre a falarem mal do meu querido Portugal!
Portugal é um país excelente para se viver, devemos estar entre as 30 melhores economias mundiais, num total de umas 180, e nalgumas coisas somos os melhores, ou dos melhores.
Qual é o país evoluido onde as pessoas ainda vão almoçar um pratinho económico ao restaurante, todos os dias, em vez das sandes, que podem ir ao café todos os dias (porque pagam 60 cêntimos e não 2,5 euros), e onde se trabalha nas calmas, sem grandes stresses?
Há montes de coisas boas em Portugal, somos uns gajos porreiros, sempre nas calmas, temos piada, comemos bem, temos bons carros e telemóveis, etc.
Claro que somos culturalmente pobretanas, somos parolos nalgumas coisas, mas pronto, não se pode ter tudo. Além de que temos uma dimensão que não nos permitirá nunca ter uma NASA, mas não adianta ter inveja disso, temos que nos limitar a fazer uns biscates para a ESA, que se lixe.
Quem quiser emigrar para a Suécia, para gozar as sandes e as idas semanais ao café, mais ski e muita ordem, é livre de ir para lá, as fronteiras estão abertas.
Porque é que o Vasquinho não ficou em Oxford Estava lá tão bem, até era motivo de orgulho para nós termos lá um historiador, só nos dava jeito podermo-nos gabar disso, somos tão pobrezinhos!
Mas não, voltou para Lisboa. Pois, é que Lisboa é uma das cidades mais bonitas da Europa, mas de longe, come-se peixe fresco como em nenhuma outra (ai Londres, ai Paris, chupai no dedo!), e mais barato, pode-se ir à praia durante quase 6 meses, etc.
Como dizia o MEC, se não me falha a memória: viver em Lisboa é um luxo. E é verdade.
Deixemo-nos de tretas, temos que ter orgulho nas nossas coisas.
Claro que podemos evoluir e vamos evoluir, mas calma, temos já aí a geração nova a zimbrar, a dar cartas, putos espertos e estudados que não são como a geração atrasada onde ainda havia 30% de analfabetos e onde os outros eram culturalmente paupérrimos.
Calmex, não adianta stressar, deixai lá os ingleses gramar as sandes diárias e os stresses.
Já vistes algum tuga reformar-se no UK para gozar as delícias de um país tão evoluido? Pois não, mas eles bem gostam de vir cá parar, essa é que é essa.
luis

joão boaventura disse...

Caro João de Castro Nunes

Perdi o seu contacto porque, entretanto, houve um desvio de percurso quando nos encontrámos na “rua das pontes para um mesmo território”, e eis que, depois de passar por outras ruas, becos e avenidas, encontrei-o na “avenida obra de galileu traduzida em Portugal”, em alegre convívio poético com Galileu, em 11 de Fevereiro..

Pedi então desculpa aos dois, ao João e a Galileu, por me intrometer, mas a nossa conversa tinha ficado suspensa, sem certezas e pejada de dúvidas, mas contei com a sua compreensão para me instruir sobre as origens lusitanas do falecido José Stalin que me prometeu quando tivesse “mais pachorra”.
O Galileu não gostou da minha interrupção e afastou-se de braço dado com o João. Fiquei aturdido mas não perdi a esperança de o reencontrar noutra rua. Um blog é como uma cidade nova a crescer em prédios e ruas e acabamos por nos perdermos uns dos outros.
Finalmente, encontro-o na rua “Vasco Pulido Valente e a nossa ‘má sina’”, e espero que desta vez possa atender a minha curiosidade sobre a ascendência lusitana de Iosif Sjugashvilli, aliás José Stalin, se este é o momento em que o apanho com pachorra.

Sobre o apelido Djugashvilli, ficou esclarecido que no idioma georgiano significa “filho de judeu” (djuga=judeu+villi=filho). Logo, não significa filho de português.

Quanto à origem lusitana de José Stalin ou Iosif Djugashvilli, desconheço. Apenas os pressupostos de que na sua ascendência figuraria uma família integrada numa colónia de judeus portugueses que se teria radicado na região georgiana. O que é pouco ou vago para descortinar-lhe origem lusitana.

Dada a conotação judaica do nome, Djugashvilli, Iosif optou por Stalin que nada teria de judaico, afastando daí qualquer má vontade de quem o quisesse ver como judeu, apesar de ter casado com uma judia, e outras que se lhe seguiram.

Como o conhecimento é universal, gostaria de ler o que mais sabe sobre a matéria, já que me espicaçou a vontade de ficar esclarecido sobre qual teria sido o avô, bisavô, trisavô… de Iosif Djugashvilli.

Se acaso ainda não o encontro com a “pachorra” necessária para me ajudar a esclarecer esta dúvida, compreenderei o seu silêncio, e tentaria mais tarde a minha sorte.

Cordialmente,

joão boaventura

Anónimo disse...

Meu caro interlocutor João Boaventura:
Dado o seu interesse na matéria e não desejando protelar o esclarecimento solicitado e prometido, apresso-me, embora um pouco sobre o joelho, a fornecer-lhe a fundamentação essencial do meu comentário, a saber:
Entre as famílias judaicas residentes no país e que, por razões de fidelidade às suas crenças ancestrais, não aceitaram a integração na comunidade lusa, proposta pelo Rei D. Manuel, figurava una, muito arraigada a nós, a qual decidiu abandonar o território continental e fixar-se algures sob a bandeira das quinas, pois a expulsão não abrangia as possessões ultramarinas. A terra escolhida foi a Índia portuguesa e, mais conretamente, a ilha de Diu, one acabaram por se instalar e continuar a gerir os seus negócios, pois era gente abastada.
Quando, porém, a Inquisição se instalou em Goa Goa, com todo o rigorismo que se lhe conhece, essa família apavorou-se e, com armas e bagagens, fez-se ao caminho e, atravessando a Turquia, foi dar à Geórgia, onde definitivamente se fixou e onfe era conhecida como oriunda de Diu. Ora aí tem: Djughaswilli (filho ou proveniente de Diu), designação que passou a constituir apelido familiar, uma espécie de cordão umbilical com a nossa identidade. Ora aí tem. V. Exª andou perto, mas não chegou a pôr o dedo na ferida.
No seu nome de origem não há qualquer alusão à sua hebraicidade, que ele até nunca terá ocultado, nem carecia disso como senhor absoluto dos destinos do povo russo, que no fundo destestava. A adpção do alterónimo Stalin obedece a outros pressupostos, como uma séria advertência de que com ele não se brincava. Era um homem de aço, designação que não foi buscar à língua germânica, mas ao próprio idioma georgiano, tão indo-europeu ou ariano como o alemão. Tinha, aliás, um paradigma na designação onomástica da primeira figura do regime: Lenin (oriundo do lago Lena, em cujas margens viveu temporariamente durante parte do seu exílio.
Isto é claro como água, não me cabendo a mim as primícias da investigação, mas aos Drs. Piteira Santos e Joaquim de Montezuma de Carvalho, que oportanamente terei o gosto de pôr à sua disposição. E por hoje... é tudo!
Muito cordialmente. JCN

joão boaventura disse...

Caro João de Castro Nunes

Fiquei inteirado da versão dos Drs Piteira Santos e Joaquim de Montezuma, o que desde já me apresso a agradecer.

Agradeço a gentileza do empréstimo da(s) referência(s) mas, assim como não gosto de emprestar obras a ninguém, para não as perder, tampouco de as pedir emprestadas pela mesma razão.

Como a minha curiosidade pelo mundo não tem fundo, bastaria, se não abuso, a indicação completa das referências que entretanto irei investigar já que, ambos autores são bem conhecidos.

Sinceramente grato o
joão boaventura

Anónimo disse...

JUDEUS DE PORTUGAL

À memória do Prof. Joaquim de Carvalho

Judeus de Portugal... são difetrentes
dos restantes judeus do mundo inteiro:
estatura meã, condescendentes,
são traços do retrato verdadeiro!

Fazendo de Espinosa um bom padrão,
cabelos pretos e feições morenas,
são-lhes comuns, em termos de expressão,
as maneiras contidas e serenas.

Modestos no viver e no trajar,
são hábitos que sempre mantiveram
mesmo depois de terem de emigrar.

No seio das nações, regra geral,
humanisticamente se impuseram
ou não fossem... judeus de Portugal!

JOÃO DE CASTRO NUNES

joão boaventura disse...

Caro João de Castro Nunes

Enquanto aguardo as referências das obras de Piteira Santos e de Joaquim de Montezuma, lembrei-me de outros pormenores sobre o execrando José Stalin.

Sobre o judaísmo de Stalin, Avraham Milgram, especialista do Museu do Holocausto Avraham Milgram declarou uma vez que:

"Quando algum “judeu” faz algo de bom é “judeu”, e quando faz algo de mau é um cidadão do mundo".

Ignoro se daqui posso deduzir que a mudança de Djughaswilli (bom judeu) para Stalin (cidadão do mundo), se pode ajustar, já que a distância história do homem se perde na penumbra das suposições.

Sobre o signo "stahl" refere JCN que teria origem na própria terminologia geogiana sem necessidade de recorrer ao alemão.

A versão que lhe transmiti li-a na obra do jesuíta Leonel Franca, "A crise do mundo moderno" (ed. Pro Domo, Lisboa, 1945, p. 6).

Se resto como o alemão e o georgiano são línguas arianas, embora já tenha lido que os georgianos não a consideram ariana, não sei se para serem mais originais, permaneço totalmente dependente ou expectante dos pratos da balança.

Cordialmente

É uma praga o velhinho disse...

Quem não saiba Georgiano talvez fique convencido... Enfim, coisas da «demência»...

Anónimo disse...

Por experiência própria... vossemecê lá sabe! JCN

Anónimo disse...

Não será a sua... uma das suas modalidades?!... Tudo faz supor! Ningué se enxerga! JCN

Anónimo disse...

Meu caro João Boaventura:
Encontrar o "ensaio" do Dr. Montezuma de Carvalho sobre a origem portuguesa da família judaica em cujo seio nasceu José Estaline ao cabo de vinte gerações após a sua saída do país não vai ser tarefa fácil, dado o estado de confusão que reina nos meus papéis, incluindo a abundante correspondência epistolar (quase diário) trocada com aquele probo e abundoso investigador que, em carta, igualmente abordou comigo esse curioso tema a propósito da incompatibilidade entre a tirania e a poesia. Foi nessa altura que dei à estampa os meus "Versos vermelhos". É nesse ensiao que ele reivindica para si a prioridade da investigação, entretanto apropriada pelo Dr. Piteira Santos sem indicar a respectiva fonte. O que para já lhe posso dizer é que o tal artigo do Dr. Montezuma saiu no jornal "O Primeiro de Janeiro", no suplemento "das Artes das Letras", que deixou de publicar-se há coisa de dois anos.
Por mim, continuarei as minhas buscas, que espero cheguem a bom termo.
Quqanto à questão da origem do apelido Stalin usada, a partir de dada altura, pelo ditador bolchevique, talvez eu não me tivesse expressado com a suficiente clareza quando lhe disse que ele o poderia ter tirado do georgiano. É que, nessa altura, o idioma falano na Geórgia, por força das circunstâncias políticas, era o russo, língua tão indo-europeia ou ariana (termo caído em desuso) como o alemão. Pelo que respeita ao georgiano propriamente dito, entretanto reposto como idioma nacional,
trata-se de um falar que parece remontar ao homem solutrense, do paleolítico superior", com fortes afinidades com o basco. É a versão mais recente, defendida pelo Prof. António Tovar, com quem tive a honra de trabalhar na Universidade de Salamanca, onde ele foi reitor. E por hoje, novamente... é tudo.
Muito cordialmente. JCN

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