quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
A SINFONIA INACABADA DE EINSTEIN 1
Filme sobre a vida e a obra de Albert Einstein. Texto em português da Europa:
Enfermeira: Professor Einstein? Professor Einstein? Bom dia Professor Einstein.
Einstein: Enfermeira… As minhas notas?
Enfermeira: Professor, eu… Está bem… mas por pouco tempo.
Einstein: Muito obrigado.
A vida de Albert Einstein, o maior cientista da nossa era aproximava-se do fim. No seu passado arquitectara teorias extraordinárias, mas no seu leito de morte continuava a trabalhar naquela que ele esperava vir a ser a sua teoria mais grandiosa.
Prof. Micho Kaku (City University, New York): Seria o Santo Graal da ciência, seria a Pedra Filosofal, seria a mais fantástica de todas as descobertas científicas, desde que o Homem surgiu na Terra...
Há mais de trinta anos que ele trabalhava nesta última grande teoria. Contudo, durante esse período muitos cientistas pensavam que ele estava a desperdiçar o seu tempo.
Prof. Michel Janssen (Uni. Minnesota): Nos seus últimos anos, a comunidade científica via Einstein como alguém que perdera completamente o contacto com a investigação moderna, quase como um velho tonto, uma relíquia.
(Enfermeira entra no quarto e verifica se Einstein está a respirar)
A tragédia era que, na opinião de muitos, a última grande teoria de Einstein estava destinada ao fracasso mesmo antes de ser formulada. E tudo isto devido aos seus preconceitos. Ele não aceitava que os frutos do seu próprio trabalho colidissem com a sua crença do modo como o Deus construíra o nosso Universo.
A odisseia de Einstein começou aqui, em Berna, em 1905, em vésperas de publicação dos seus maiores triunfos científicos. Foi nesta pequena cidade suíça que ele começou a fazer descobertas fantásticas.
Dr. Peter Smith (Uni. College, Londres): Todos os dias saía deste apartamento para trabalhar, e passava sob a famosa Torre do Relógio de Berna. É interessante especular se esta extraordinária Torre, com as suas representações da Lua e do Sol, não o teria inspirado, quem sabe subliminarmente, a explorar e a revolucionar os conceitos de espaço e de tempo.
O mais extraordinário deste período da vida de Einstein é que ele se tinha afastado completamente da vida académica. Nenhuma universidade lhe dava emprego. Em lugar disso, trabalhava como oficial de 3.ª classe na Repartição de Patentes, avaliando os inventos mais recentes.
"É espantoso pensar que Einstein trabalhava numa Repartição de Patentes em aplicações tão variadas como descascadores mecânicos de vegetais ou dínamos. Ao mesmo tempo, nos seus tempos livres, trabalhava em teorias que iriam mudar a forma como vemos o universo.”
Trocando impressões com um círculo restrito de amigos começou a escrever artigos científicos. Procurava respostas para perguntas que nunca teriam sequer ocorrido à maioria das pessoas. Chamava-lhes as minhas experiências mentais.
Dr. Brian Cox (Univ. Manchester): Umas das experiências mentais de Einstein era: o que veria se me deslocasse junto de um raio de luz? Einstein disse um dia que não estava interessado neste ou naquele fenómeno mas que gostaria de saber se eu fosse Deus como criaria o Universo?
Em poucos meses, a partir da Primavera de 1905 começou a redigir as ideias científicas mais extraordinárias sobre a natureza do Universo que culminaram num dos artigos mais famosos da história da ciência.
E aqui está ele, com o título "Sobre a electrodinâmica dos corpos em movimento".
Não citava referências e lia-se como num encadear de pensamentos. Era o início da sua Teoria da Relatividade Restrita que iria revolucionar, nada mais nada menos, do que o modo como todos viam o tempo.
Einstein: A minha pulsação está boa?
Antes de Einstein pensava-se que a passagem do tempo era imutável. O tempo passaria da mesma maneira, qualquer que fosse o local do Universo onde estivéssemos ou qualquer que fosse a velocidade a que viajássemos.
O tempo e o espaço eram conceitos incrivelmente simples, conceitos que reconhecemos na nossa vivência do dia-a-dia. O espaço era o recinto em que os acontecimentos ocorriam e o tempo limitava-se a fluir. Assim, onde quer que estivéssemos no Universo, fosse qual fosse a velocidade a que nos deslocássemos o nosso relógio avançava ao mesmo ritmo.
Mas Einstein descobriu que o tempo não era imutável, o ritmo a que ele passava dependia da velocidade a que se viajava.
"Einstein pensava que o tempo seria mais como um rio, que acelera, abranda e descreve meandros através do cosmos. Por outras palavras, o meio-dia na Terra não é necessariamente meio-dia em todo o Universo. "
Portanto, enquanto toda a gente pensava que a passagem do tempo era a única coisa invariável em todo o Universo, Einstein proclamava o contrário. Ele acreditava que a velocidade da luz é que era sempre constante. Mas, se isso fosse verdadeiro significava algo muito bizarro. A única maneira, segundo as leis da física, de a velocidade da luz parecer sempre a mesma é se tudo o resto mudar de acordo com a velocidade, incluindo o tempo. Por outras palavras, a passagem do tempo, aquilo que todos pensavam que era constante, era relativa. Significava, por exemplo, que quanto mais depressa viajássemos, mais devagar o tempo passava.
Referência: Bartusiak, M. Einstein's (2005). Unfinished Symphony: Listening to the Sounds of Space-Time. National Academies Press.
Compilação: Sara Ferreira
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6 comentários:
EINSTEIN
Para falar com Deus na intimidade,
em tom familiar,sem reticências,
há que deixar de lado as excelências
e dialogar com naturalidade.
Sendo-nos dada a oportunidade
de ter acesso às suas audiências,
importa que nas nossas confidências
usemos da maior sinceridade.
Como o sábio judeu leu nas estrelas,
a mente do Arquitecto do Universo
é simples, se calhar, como são elas.
Dá-me, Senhor! o dom de me expressar
como se eu fosse apenas o reverso
da tua natureza... elementar!
JOÃO DE CASTRO NUNES
OS ESCRÚPULOS DE EINSTEIN
Chegaste um dia à conclusão que Deus
não foi feliz no mundo que engendrou,
a começar por tantos fariseus
de que escusadamente o povoou.
Passou-te pela mente a presunção
de conseguir fazer coisa melhor,
ou seja, sem nenhuma imperfeição
e, por assim dizer, superior.
Se não levaste essa quimera a efeito,
não foi por falta de conhecimento,
mas por mera questão de preconceito.
JOÃO DE CASTRO NUNES
É que, fiel, no fundo, à tua crença,
implícita no velho testamento,
não farias a Deus... tamanha ofensa!
SINFONIA SIDERAL
Os astros, Einstein, quando tu nasceste
romperam numa augusta sinfonia
que ressoou na abóbada celeste
com sobrenatural categoria.
Sob a batuta pessoal de Deus,
para escutá-la, deve ter parado
todo o universo, incluindo os fariseus
que se escusaram a embalar teu berço.
Estava escrito nos anais do céu
que Deus iria dar-te o privilégio
de ver como é que tudo aconteceu
na condição, porém, de em tua mente
o segredo guardares piamente
sob pena de incorrer em sacrilégio!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Cheguei a este Blog através de indicações do Twitter. Que bom ter chegado, parado e lido: depois extasiado !
Parabéns pelo trabalho de todos(as) vocês.
não entendi nada
eu achei o poema um pouquinho esquisito,se fosse um pouquinho mais simples ia ser lindo.
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