quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Opel solar?

Em Agosto, dei conta que o consórcio Joint Solar Silicon, constituido pelas empresas Evonik e SolarWorld, abriu uma fábrica de produção de silício «solar» em Rheinfelden, na Alemanha, com capacidade de produção de 850 toneladas de silício «solar» por ano.

Hoje ficámos a saber que a SolarWorld pretende comprar a Adam Opel GmbH - quatro fábricas da Opel na Alemanha e o centro de pesquisa em Ruesselheim -, e transformá-la «no primeiro consórcio automóvel ecológico europeu».

Numa Corporate News enviada à Bolsa de Frankfurt, a empresa alemã afirma que está em condições de pagar 250 milhões de euros em dinheiro e que pretende obter mais 750 milhões de euros através de uma linha de crédito a obter com um aval do governo alemão.

O anúncio surge dois dias depois de uma reunião em Berlim do governo alemão com responsáveis da Opel em que foi debatida a atribuição de um aval do governo à empresa, que está a ser afectada por uma acentuada quebra nas vendas. Merkel prometeu uma resposta do executivo antes do Natal, mas pôs a condição de qualquer ajuda à Opel reverter apenas para a empresa na Alemanha, e não para a casa mãe em Detroit, a General Motors que está em situação particularmente difícil e pode invocar brevemente o capítulo 11 da lei da falência americana.

A SolarWorld tem como condição prévia para a OPA sobre a Opel a completa separação da empresa da casa-mãe e exige ainda uma compensação de 40 mil euros por posto de trabalho preservado. Como a Opel tem cerca de 26 mil trabalhadores na Alemanha esta compensação seria de valor igual ao preço de compra, ou seja, se o governo alemão aceitar a proposta, a Solar World adquiriria assim a Opel a custo zero.

Os porta-voz da chanceler Angela Merkel, dos ministros da Economia, Michael Glos e das Finanças, Peer Steinbrueck, afirmaram aos jornalistas que a proposta não foi ainda formalizada mas que de qualquer forma o primeiro passo deve ser dado pelo GM.

Por enquanto não são conhecidas as reacções da GM, mas o porta voz da Opel, Joerg Schrott, recusou responder às questões postas pela Bloomberg sobre este anúncio. No entanto, como comentou à Bloomberg Nigel Griffiths, da IHS Global Insight:
«The scope of possible options widens if there's a bankruptcy in the U.S., but at the moment I think strategically this is something that GM wouldn't contemplate right now. It's basically giving the company away for nothing.»

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