sexta-feira, 15 de junho de 2007

Apocalipse Now

Os quatro cavaleiros do Apocalipse de Albrecht Dürer.

Os mitos de destruição escatológica, que se traduzem na crença num apocalipse seguido de um julgamento final para alguns, são característicos de religiões sortidas, dos Maias aos Hindus. A ideia de que uma força maior efectivará a vingança das provações dos «justos», que aqueles que vemos como os nossos opressores sofrerão horrores inimagináveis, nem que seja no fim dos tempos, tem um apelo evidente para muitos.

Considerando a conjuntura internacional e o ressurgir anacrónico de fundamentalismos sortidos não é de espantar que alguns crentes considerem próximo o fim do mundo e a volta do Messias que julgará os vivos e os mortos. Na realidade, este alguns são muitos milhões apenas nos Estados Unidos, 170 milhões segundo uma reportagem de 2002 da revista Época, que indicava ainda cifrar-se à data em 36 milhões o número de cristãos brasileiros seguidores de seitas carismáticas cuja mensagem principal é a iminência do Juízo Final (esta página é uma sátira ao júbilo manifestado por alguns fanáticos americanos que julgaram ser um sinal da proximidade do «arrebatamento» o conflito entre Israel e o Líbano).

Há um ano foi lançado um jogo que fez furor nos Estados Unidos, «Left Behind: Eternal Forces», em que o jogador é «um soldado de um grupo paramilitar cujo objectivo é transformar a América numa teocracia cristã e estabelecer a visão mundana do domínio de Cristo sobre todos os aspectos da vida» que tem como missão «converter ou matar católicos, judeus, muçulmanos, budistas, homossexuais, todos os que advoguem a separação do estado e da Igreja, especialmente cristãos moderados 'de café'».

O jogo, de cujo grupo de «conselheiros» faz parte um dos colaboradores do pastor Rick Warren, - segundo a Time, o pastor evangélico mais influente nos Estados Unidos em 2005, fundador da Purpose Driven Church -, é baseado nos livros «Left Behind», um fenómeno de vendas comparável ao «Código da Vinci» com mais de 65 milhões de cópias vendidas. Os autores dos livros são o pastor criacionista puro e duro Tim LaHaye, fundador do Institute for Creation Research - para além de fundador da American Coalition for Traditional Values, da Coalition for Religious Freedom e da organização anti-feminista Concerned Women for America - e Jerry Jenkins, ligado ao Moody Bible Institute.


De igual forma, é um crente no apocalipse versão islâmica o autor do tijolo criacionista enviado ao Paulo, Harun Yahya, na realidade Adnan Oktar, líder do grupo Bilim Arastirma Vakfi, BAV (agradeço à Rita as informações inestimáveis que nos forneceu nos comentários, nomeadamente a ligação para este artigo indispensável do The Economist). O BAV é um grupo fundamentalista designado em 2001 pela Science como «um dos movimentos anti-evolução mais fortes do mundo fora da América do Norte».

Há pouco mais de seis meses Ehsan Masood escrevia na Nature:

«The prominent Turkish writer and columnist Mustafa Aykol [porta-voz do BAV] has creationist views and publishes translations of US proponents of intelligent design. He has been building alliances with US faith-based groups such as the Discovery Institute in Seattle, Washington state. In an article for the US National Review last year [disponível na página do Discovery Institute] he wrote: 'Intelligent Design can be a bridge between these two civilizations. Muslims are discovering that they share a common cause with believers in the West.'

In the late nineteenth century, Darwin's On the Origin of Species had a favourable reception in Muslim countries. But that is history, as books, pamphlets and films on creationism are now more popular in Muslim countries, and pro-evolution scientists are afraid to speak out. Adults in Turkey, for example, are even less accepting of evolution than are those in the United States.»

Harun Yahya, para além de espalhar tijolos criacionistas e realizar conferências anti-evolução em que são convidados especiais os mais «eminentes» criacionistas americanos, utiliza a Internet como meio privilegiado para espalhar a sua ideologia fundamentalista e convicções criacionistas. O material apresentado na página de Yahya está disponível em várias línguas, inclusive português, nomeadamente estão disponíveis traduções em português dos livros «Jesus Regressará» e «As Maravilhas da Criação de Deus», feitas pela Sociedade Criacionista Brasileira.

Uma pesquisa no Youtube com o seu nome devolve-nos cerca de 2 410 entradas, onde, para além de ataques sortidos ao evolucionismo - obra de Satã e dos seus seguidores, os ateus - e exaltação de um criacionismo puro e duro com os mesmissimos argumentos dos seus análogos americanos, que aliás o financiaram, se encontram vários vídeos sobre o Mahdi e os sinais que indicam estar próximo o dia do juízo final.

Nesta versão islâmica do Apocalipse, o Yawm al-Qiyamah, o dia do Juízo Final em que os crentes serão ressuscitados e os infiéis enviados para as profundas do Inferno, será precedido pelo Armagedão e pela volta do messias, Mahdi - para os shiitas o décimo segundo iman* em animação suspensa, ou antes, ocultação divina, desde finais do século IX.

O Mahdi derrotará Dajjal (o anti-cristo) e estabelecerá o império de Allah na Terra. Uma versão muito semelhante à escatologia cristã, a única diferença, para além da identidade do messias e da versão das religiões do livro que dominará a Terra, reside em quem são os «justos» que serão arrebatados e quais os infiéis castigados.

No tijolo criacionista é afirmado que «A raiz do terrorismo que atormenta o nosso planeta não é nenhuma das religiões divinas, mas o ateísmo, e a expressão do ateísmo nos nossos tempos (é) o darwinismo e o materialismo», afirmação peremptória (e sem qualquer fundamento, nunca ouvi falar em terrorismo em nome de Darwin) que secunda o que é afirmado pelos adeptos do Desenho Inteligente e me recordou uma citação de Robert G. Ingersoll, «Não atacarei as vossas doutrinas nem as vossas crenças se elas me concederem liberdade. Se elas afirmarem que o pensamento é perigoso - se disserem que a dúvida é um crime, então as atacarei uma a uma, porque escravizam a mente do Homem».


*No shiismo mais radical a crença na vinda do Mahdi tornou-se um dos aspectos centrais da fé, tendo o termo Mahdaviat, «a crença e o esforço de preparação para a chegada do Mahdi», assumido proporções preocupantes no Irão, nomeadamente entre os membros da Hojjatieh Society que pretendem dar uma ajudadinha a Allah no estabelecimento das condições propícias ao regresso do Mahdi.

Os membros da Hojjatieh, Hojatiyeh ou Hojatiyeh Mahdaviyeh Society, antes da revolução islâmica a Anjuman-í-Tablighat-í-Islami, acreditam que o regresso do 12º imam pode ser apressado pela «criação do caos na Terra». Esta associação, fundada em 1953 essencialmente para combater os Baha'i - para os Baha'i, Mahdi é Báb o percursor de Baha'u'llah, o fundador da religião- , foi banida no Irão nos primórdios da Revolução Islâmica, em 1983.

Não é do conhecimento de muitos que o actual presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad que financiou um Instituto dedicado a estudar e antecipar a chegada do Mahdi, é um crente nesta versão apocalíptica, embora seja de conhecimento comum em fontes iranianas, e tenha sido referido na imprensa internacional, do Washington Times ao Christian Science Monitor.

Embora a Hojjatieh permaneça semi-clandestina, Ahmadinejad tem deixado claro o seu respeito pelo Ayatollah Mohammad Taghi Mesbah-Yazdi, - que alguns consideram mesmo ser o seu líder espiritual - ligado à escola teológica Haqqani, uma escola Hojjatieh em Qom. De igual forma, desde que tomou posse praticamente todos os seus discursos estão recheados de referências à volta do 12º iman, nomeadamente o discurso na ONU em Setembro de 2005, encerrado com uma prece pela antecipação do evento: «Oh Senhor Todo-Poderoso, eu vos peço que antecipeis a chegada do vosso último enviado, o Prometido, o ser humano puro e perfeito, o que trará justiça e paz a este mundo.»

32 comentários:

Joana disse...

A Palmira já tinha escrito sobre os apocalipticos islâmicos e cristãos no DA mas não sabia desta ligação verdadeiramente apocaliptica com o criacionismo.

Faz sentido: não há assim tantos alucinados no mundo.

Só me faz confusão que tanta gente continue a dar uma de avestruz e a querer ignorar a ameaça dos criacionismos.

Bruce Lóse disse...

Pal,

Fica-me uma dúvida. Ou já leu os clássicos todos (e eu alago-me agora mesmo em lágrimas) ou anda a perder tempo precioso com esta escatologia. Sendo este o caso, sugiro-lhe que passe ao menos os olhos pelas minhas memórias.

Pois eu bem me recordo! - disse o velho Bruce - Ao contrário do que é meu hábito, castrense de corpo e alma, aqui me deixei uma vez e por instantes relaxar num torpor imprudente, a minha balsa a embalar-me nas conversas de fundo como gaivotas - oh, tépido descanso! - de repente um clarão brusco tomou-me de assalto e sem mais me achei no estômago da Palmira de gambiarra na mão.
Não conto mais. Brevemente em audiolivro.

R disse...

Preocupante... não a iminência do apocalipse mas a presença dos apocalípticos.

Anónimo disse...

Em vez de estar a copiar partes de posts, a Palmira podia pôr os links para os posts que escreveu no Diário Ateísta. 4, com o título Apocalipse Now que reuniu neste.

Ficava mais claro para todos a agenda ateísta materialista dos evolucionistas.

Anónimo disse...

Os nossos fervorosos religiosos, amantes da Idade Mérdia, amigos do "Clube do poeta caçador" e restantes respeitáveis lambe carpos, metacarpos e dedos cá do burgo, seria bom que lessem este post com atenção, percebessem o seu sentido e a informação que ele nos transmite e se deixassem de andar pelos cantos destas caixas a lastimar de ofensa e perseguição e a chorar as suas elevadíssimas dúvidas metafísicas pessoais.

Mas isto já sou eu a ter mais olhos que barriga, o coração maior que a caixa e até a ser mais papista do que a papa de cereais ou outra.

Afinal podemos sempre perguntar porque é que o poder económico (e não é só o negócio das armas), o poder religioso, cristão, alão ou outro e o poder político são a causa do terrorismo?

Podemos sempre seguir o exemplo do Bushinho e a sua atitude em relação à Salvação do planeta, dar três piruetas sobre a bola, abraçar a causa do Defeito de estufa que pudemos estar certos que o politicamente correcto nos garante louvores, abraços e palmadinhas nas costas até das organizações ecologistas.

Chiça, ai jesus que eu não sou deste filme! Nem com contrato assinado e honorários garantidos.

Artur Figueiredo

Bruce Lóse disse...

Pal,

Não sei se é abonatório, mas acabo de levar um raspanete da minha mulher, por "andar a escrever parvoíces na internet [sic]".

:: rui :: disse...

A Palmira diz que nunca ouviu falar em terrorismo em nome de Darwin. Terrorismo baseia-se no que Darwin escreveu, pois como diz o livro dele "A origem das espécies por via de Selecção Natural ou A PRESERVAÇÂO DE RAÇAS FAVORECIDAS NA LUTA PELA VIDA" Primeiro, a definição de Selecção Natural não é exactamente a que Darwin descreve, depois Darwin procura que se preserve raças favorecidas. A palavra "raças" no subtítulo levou a muitas inequidades sociais entre os líderes e os seus seguidores e entre grupos étnicos causando muita distinção de classes, todas justificadas na base da nova ciência biológica. Darwin usou a palavra "raça" para significar variações entre as espécies, mas isto eventualmente veio a incluir o homem e levantou a questão "Quem é que a Natureza deseja preservar? Brancos ou negros? Cristãos ou Judeus? Protestantes ou católicos? Isto tudo foi a base do Social Darwinismo em que a estrutura de classes foi fixada pelas leis da natureza. Todos os movimentos humanistas estão dentro da "New World Order" que procura muito subtilmente apelar a uma unidade mundial, muito dentro da classificação uniformitarianista dos evolucionistas. (http://educate-yourself.org/nwo/)E quando começarem a colocar chips no interior do corpo das pessoas para controlar quem é quem e o que faz (não será um fundamentalismo?), então aí se verá se não valerá mais a pena acreditar que Deus criou o universo e dá liberdade às pessoas para escolher como viver, sempre para a Sua glória.

Anónimo disse...

De ME Callapez.
Acabo de receber este email. Talvez acrescente algo ao debate. "Historians and sociologists of science are amongst the best placed to contribute thoughtfully to the current debate raging across the English-speaking world regarding the place of religious accounts of creation within the school curriculum. Those whose job it is to intrepret the rich and complex discussions within science over the place of the supernatural and its relation to the material over the past two centuries have contextualised the complex and changing relations between religion and science.

The papers published by the Faraday Institute (available at http://www.st-edmunds.cam.ac.uk/faraday/Papers.php)
indicate that the most of its members could be described as 'theistic evolutionists,' a long way removed from 'young earth creationists.' For a good introduction to the wide spectrum of belief which has been mistakenly lumped together, see Eugenie Scott's 2001 article at the National Center for Science Education, available at http://www.ncseweb.org/resources/articles/6366_science_religion_and_evoluti_6_19_2001.asp
or, for just a graphic representation of the range of belief, see http://www.ncseweb.org/graphics/continuum.gif

Historians of science could collectively offer a more considered response to the latest developments in creationism, perhaps some report for media use and/or educational resources for use in those schools experiencing pressure from parents or governors to teach creationism within science lessons. A former colleague, Angela Cassidy, and I developed some classroom activities in 2004 (available at http://www.ls.manchester.ac.uk/chstm/outreach/) but this is already out of date given the pace of the movement's growth in the UK.

I would happily coordinate an email list or meeting to discuss how me might say something sensible about the growth of the creationist movement. Please contact me off-list if you are interested.

Regards
Emm
---
Dr Emm Barnes
Centre for the History of Science, Technolgy, and Medicine University of Manchester Simon Building Oxford Road Manchester
M13 9PL
UK
emm.barnes@manchester.ac.uk"

Unknown disse...

Fico com dúvidas sobre o que seja o racionalista radical de que tem tanto medo a hellena corvo. Estou farta de dar voltas ao miolo e não consigo imaginar um racionalista moderado...

Será assim a modos que 50% racional e 50& irracional?

Unknown disse...

Hitler e Estaline - porque será? - são usados por todos os criacionistas como argumento que o «darwinismo» é errado porque os maiores monstros da humanidade eram darwinistas.

Dois tiros nos dois pés. Hitler era criacionista como vimos.

Em relação a Estaline qualquer biólogo durante o curso ouviu falar em Lysenko. os que têm medo do racionalismo radical não sabem que durante o regime estalinista muitos cientistas, que rejeitavam o Lamarckismo em favor da selecção natural de Darwin (biologia reactionária, burguesa, capitalista, etc.. para Estaline), foram enviados para gulags ou simplesmente desapareceram ...

Stalin and Lysenko rejected evolution and genetics for ideological, not biological, reasons. (Stalin was quite ignorant of science in general.) The class struggle of Marxism contradicts the individual competition implied by natural selection. More importantly, genetics, implying that traits were fixed at birth, contradicted the ideal of moulding and improving traits. Stalin proclaimed genetics a capitalist pseudo-science.

Anónimo disse...

David Crugle disse: " A escatofilia não poderá nunca concluir sobre os relacionamentos prepunciais do escalonamento biologicamente consequente".
Eu não percebo muito bem o que isto quer dizer, mas parece-me que se coaduna com o tema em discussão. Não vos parece? Acho que nos deviamos debruçar sobre este tema, que, aliás, é de grande importância, julgo eu.
Obrigado, dêem-me a vossa opinião, por favor.
António F. Parente - Coimbra

Unknown disse...

O António Parente ficou incomodado por eu não ter deixado passar as mentiras dos criacionistas?

Quer dizer, acha bem a beatada vir para aqui com a conversa do costume, que o evolucionismo é a fonte de todos os males, do racismo, do anti-semitismo - foi Darwin que inventou os churrascos de judeus, não a Inquisição - mas mostrar que são mentiras descaradas já é escatofilia?

Vamos lá a ver, o criacionismo não é patetada porque o Hitler era criacionista; é patetada porque é patetada.

Eu sou vegetariana, não fumo e não bebo e não tenho problemas por o Hitler ter sido vegetariano, não fumar nem beber!

Só que não há saco para aturar as insinuações e o revisionismo histórico dos criacionistas que há falta de ciência se devotam a deturpar a História às suas conveniências!

Unknown disse...

há muita falta de ciência no criacionismo, aliás não há ciência no criacionismo mas no comentário acima deve ler-se "histórico dos criacionistas que à falta de ciência se devotam a"

Anónimo disse...

O Hitler cristão? Tenho de rever os meus conhecimentos de História.
"Weltanschauung"? Tenho de rever os meus conceitos de Filosofia. (Aprendi Weltenschauung.) Welt - mundo; Schauung (visão, percepção); "en" - preposição de ligação.

:: rui :: disse...

Rita, agradeço que não trate as outras pessoas que não conhece como o faz. E andar a insinuar coisas relacionadas com o criacionismo sem conhecer o contexto, é realmente acentuar a sua falta de conhecimento de causa. Para que não haja dúvidas sobre isto, é melhor apresentar as suas bases de entendimento sobre as questões, e como se baseia para lá chegar. Andar simplesmente a debitar palpites sobre as questões não leva a lado nenhum.

Unknown disse...

Daniel de Sá:

Basta ler o Mein Kampf ou os discursos de Hitler para confirmar o catolicismo do senhor.

ALguns exemplos:

«Assim, nós assumimos a luta contra o movimento ateísta, e não apenas com algumas declarações teóricas: nós eliminámo-lo»
Adolf Hitler, discurso em Berlim, 24 de Outubro de 1933.

O Governo do Reich, que considera o cristianismo a fundação inabalável da moral e do código moral da nação, considera do maior valor as relações amigáveis com a Santa Sé, e está empenhado em as desenvolver...»
Adolf Hitler, discurso no Reichstag em 23 Março de 1933

«Escolas laicas não podem alguma vez ser toleradas porque escolas dessas não têm instrução religiosa; uma instrução moral sem fundação religiosa é construída no ar; consequentemente toda a formação de carácter deve ser assente na fé»
Adolf Hitler, discurso de 26 de Abril de 1933.

«Imbuídos do desejo de garantir para o povo alemão os grandiosos valores religiosos, morais e culturais enraízados nas duas confissões cristãs, nós abolimos as organizações políticas mas fortalecemos as instituições religiosas»
Adolf Hitler, discurso no Reichstag, Berlim, 30 de Janeiro, 1934.

«Porque os seus interesses [da Igreja] não podem deixar de coincidir com os nossos na luta contra os sintomas de degenerescência no mundo de hoje, na nossa luta contra a cultura bolchevique, contra o movimento ateísta, contra a criminalidade e na nossa luta por uma consciência de comunidade na nossa vida nacional». Adolf Hitler, discurso em Koblenz, 26 de Agosto de 1934.

E os católicos da época não tinham dúvidas:

«Os crentes e aqueles que cuidam das suas almas, devem submeter-se incondicionalmente ao Führer e ao grande estado germânico. A batalha histórica contra a ilusão criminosa do bolchevismo e para a segurança da Alemanha, por trabalho e pão, para o poder e honra do Reich e pela unidade da nação germânica, têm manifestamente a bênção da Divina Providência»
Cardeal Theodore Innitzer, arcebispo de Viena

«The descendents of those who hated Jesus, who condemned him to death, who crucified him and immediately persecuted his pupils, are guilty of greater excesses that those of their forefathers .... Satan helped them invent Socialism and Communism .... The movement for freeing the world from the Jews is a movement for the renaissance of human dignity. The Almighty and All-wise God is behind this movement.»
Padre Franjo Kralik «Why are the Jews Being Persecuted» artigo na Acção Católica croata, Maio de 1941.

«Deus, que dirige o destino das nações e controla o coração dos reis, deu-nos Ante Pavelic e inspirou o líder de um povo amigo e aliado, Adolf Hitler, para usar as suas tropas vitoriosas para dispersar os nossos opressores. Glória a Deus, a nossa gratidão a Adolf Hitler e lealdade ao nosso Poglavnik, Ante Pavelic.»
Carta Pastoral de 1941 do Arcebispo de Zagreb Aloysius Stepinac, beatificado pelo Papa João Paulo II em 1998.

O Episcopado alemão proclamou em 24 de Dezembro de 1936: 'O Führer e Chanceler Adolfo Hitler viu vir de longe o Bolchevismo, e consagrou-se a afastar este perigo terrível para o nosso povo alemão e para todo o Ocidente. Os bispos alemães entendem que lhes cumpre ajudar o Chefe do Reich alemão com todos os meios sagrados de que dispõem'».

Unknown disse...

Folgo em saber que o Alef acha que não são fanáticos os cristãos que dizem fazer a roda de felicidade por Beirute estar a ser destruída, cujo coração rebenta de felicidade por cada missíl disparado e que se interrogam se faltará muito para Damasco totalmente destruída.

Assim fico mais descansada...

Unknown disse...

Mas parece-me que o Alef confunde cristianismo com a sua versão do catolicismo.

Os avariados dos neurónios que consomem o Left Behind são exemplo que há mais escatologias que a do Alef

Anónimo disse...

Rita
Vê como se pode ter uma discussão num plano elevado sem ser aparentemente antipática, como me pareceu ter sido com aquele senhor brasileiro?
As suas citações provam apenas a desonestidade intelectual de Hitler. Ele estava num tempo de construção da sua imagem, e poucos se aperceberam do niilismo moral que o movia. Se puder ler o livro "Address Unknown", de Kathrine Kressmann Taylor, (que em Português creio que está traduzido como "Endereço desconhecido") vai perceber, não no livro propriamente mas na história do livro, como o mundo se deixou enganar pelo ditador, que era admirador de Nietzsche, como sabe. É que o livrinho só teve sucesso depois da guerra, quando se percebeu a premonição horrível que lá se continha, mas de alguém que entendera a maldade visceral do nazismo.
Quanto às citações de entidades católicas, infelizmente correspondem a uma mentalidade inqualificável. A perseguição aos judeus foi algo de irracional através dos tempos. Aqueles "Contos de Cantuária", que a Prof.ª Palmira Silva tem trazido aqui, provocaram perseguições tremendas na Inglaterra, e depois na França, quando foram traduzidos.
João Paulo II teve coisas admiráveis, mas uma das suas fraquezas foi haver beatificado e canonizado demasiada gente. Por isso, e por algumas coisas mais, é que, numa dessas entrevistas-tipo que nos tocam de vez em quando, eu respondi que a personalidade do século XX que eu mais admiro é o Gorbachov.
A Igreja Católica não conta apenas com santos (apesar de alguns terem sido declarados como tal sem talvez o serem), mas tem muitas pessoas que merecem ser admiradas a quem o Mundo deve muito. Só um exemplo: cerca de 25% da ajuda aos doentes com SIDA na Ásia é prestada por organizações católicas. (Mas claro que isto não desculpa os maus exemplos, de agora e de sempre. Conheço bem a História da Igreja, e sei do que falo, portanto. E nenhum historiador católico esconde as páginas negras da sua religião. Basta citar um dos nomes mais conhecidos: Daniel Rops.)
Espero que possamos trocar mais ideias sem termos de ser grosseiros entre nós.
Aceite, por favor, os meus cumprimentos.
Daniel de Sá

Anónimo disse...

Um tipo recorrente de atitude perante o medo que as dúvidas ou ignorância nos possam provocar é acrescentar mais medo com cenários ou visões.

Outro é iludirmo-nos e difundirmos algo que nem sequer percebemos bem, mas aceitamos que é uma verdade e consequentemente isso reconforta-nos, utilizando-a quando nos convém. Quantos mais acreditarem nela, mais segurança a ilusória verdade nos transmite.

Facilmente chegamos a deus porque as dúvidas que possamos ter sobre a origem da vida serão sempre muitas. E as anteriores deduções não têm nada de profundo, muito elaborado ou complexo. No entanto, o recorrente nestas reflexões é a presença da ignorância.

Estes senhores do apocalipse e outros são mestres em manipular a ignorância e, sedentos de confiança pretendem demonstrar que a sua verdade ilusória é a única e no fim será triunfal. Processos semelhantes terão no passado definhado e conduzido civilizações ao desaparecimento. Nem tão pouco lhes interessam os credos, eles próprios reconhecem e se regozijam pelo facto de o objectivo ser sempre o mesmo.

Claro que nós sabemos que hoje em dia existe um cristianismo soft de capelinha da aldeia e outro cristianismo hard de Kentucky e similares, é obvio que nós notamos a diferença entre o islão de cócoras e o islão das bombas humanas mas a origem é sempre a mesma.

Os criacionistas e similares agarram-se a um Livro, a uma Verdade e renegam a ciência porque não lhes dá jeito nenhum que esta, com a rapidez que vai sendo possível, vá esclarecendo dúvida a dúvida as causas que poderão ter estado na origem e desenvolvimento das formas vivas. Mas na realidade, estes clubes e seitas não acrescentam coisa nenhuma limitando-se a declarar que se manifesta deus ou uma qualquer inteligência que não conhecem, não percebem, não têm provas e que se limitam a difundir.

O combate a todas as ignorâncias é o único caminho possível para que estes senhores percam espaço onde possam difundir as suas ilusões. E é por isso que, estratégias como a validação dos erros (que em três tempos nos põe cada um a falar a sua língua e portanto incapazes de comunicar, trocar conhecimentos ou discutir ideias) se poderão vir a mostrar extremamente perigosas.

Artur Figueiredo

Unknown disse...

A Igreja Católica não conta apenas com santos (apesar de alguns terem sido declarados como tal sem talvez o serem)

O Stepinac não foi um erro de JPII, depois da beatifição do facínora o Vaticano conseguiu o que queria desde a I Guerra Mundial: um estado católico no bastião da Igreja ortodoxa. Não caiu bem no rescaldo da guerra da Jugoslávia a canonização de um dos facínoras Ustase.

Ante Pavelic, lider dos católicos Ustase e do Estado Independente da Croácia pretendia exterminar um terço dos sérvios (ortodoxos), expulsar outro terço e converter ao catolicismo os restantes. Tudo sob o ar benévolo do Vaticano, que desculpava os massacres cometidos como sendo apenas "teething troubles of a new regime" secretário de estado do Vaticano, Monsenhor Domenico Tardini dixit.

Os teething troubles foram o massacre de 600 000 sérvios, 30 000 judeus, e 26 000 ciganos, a maioria no campo de concentração de Jasenovac, dirigido até 1943 pelo franciscano Miroslav Filipovic-Majstorovic, o Frei Morte no lúgubre testemunho dos sobreviventes ortodoxos sérvios. Ante Pavelic nunca enfrentou um tribunal de guerra: o Vaticano ofereceu-lhe santuáriono mosteiro de San Girolamo, donde o enviou para a Argentina como conselheiro de segurança de Juan Peron.

Mas há mais:

Pedro Arbues de Epilae, um dos inquisidores mais famosos de Espanha a par com o seu contemporâneo Torquemada. santo pela mão do anti-semita (e beato) Pio IX.

O cardeal Bellarmine, S. Roberto Belarmino para os católicos, mandou para a fogueira Giordano Bruno e Galileu para prisão domiviliária - canonizado em 29 de Junho de 1930 por Pio XI.

Alef disse...

Rita, em que ano é que o Cardeal Bellarmino (não Bellarmine) condenou Galileu a prisão domiciliária?

Alef

Anónimo disse...

O cardeal Roberto Bellarmino morreu uma dúzia de anos antes da condenação de Galileu. Os jesuítas nunca foram inquisidores.
O pontificado de Pio IX foi um dos mais controversos da História do papado. No caso de Pedro Arbues há mesmo uma posição bem diferente do Vaticano no tempo deste, que esteve em risco de ser excomungado, como o foram os inquisidores de Toledo e quase os de Évora, severamente advertidos, por causa da crueldade com que tratavam os judeus.
Espero que a Rita e outros não me façam perder tempo a defender a memória de Pio XII que, ao contrário do mito criado por uma simples peça de teatro, salvou a vida a muitos judeus.

Anónimo disse...

Rita, muito obrigada pelo seu comentário. Não, a única coisa de que eu tinha medo (e confirmou-se) era de que alguém aqui não entendesse o recurso à ironia. Também não sei o que é um "racionalista radical" ou um "radical radical", e pela mesmíssima razão não sei o que é o "shiismo radical" que o texto que suscitou esta conversa refere. "Radical" é um conceito da Química, ou é uma palavra a usar, só, num contexto retórico: ajuda, emocionalmente, a desvalorizar a posição adversária. E normalmente, como noutros contextos argumentativos, revela o poder atrás do texto - por isso hoje são os "cristãos" ou os "islâmicos" os radicais possíveis. "Fundamentalismo" é uma palavra equivalente.

De resto, felizmente não é preciso ser biólogo para ter "ouvido falar" de Lysenko ou de Lamarck. Podemos mesmo ler - encontra-o na net com ligação a partir da wikipédia :) - a versão inglesa do relatório de Lisenko de Agosto de 1948 a uma Academia de Ciências soviética em que logo o primeiro capítulo se encontra (como não, depois dos elogios de Engels?) recheado de louvores a Darwin. Que estava "ultrapassado" mas tinha sido fundamental. "Apreciável" pois, como eu disse (e já agora, disse exactamente que nenhuma conclusão se poderia tirar do facto de Estaline o fazer).

Tudo isto para dizer, então, que um texto sobre um senhor (e esse eu não conhecia :)...) com o improvável nome de Harun Yahya conduz a comentários (de comentadores) ofensivos ao catolicismo, religião não referida pelo autor do texto (e aparentemente não, também, pelo Sr. Harun). E se há uma coisa que deve caracterizar a racionalidade - que é anterior à ciência - é a ausência de berros.

Por outro lado, francamente não entendo porque é que é de temer que se acredite no fim dos tempos, no regresso do Mahdi ou no regresso do Jedi. Entendo que se tema a proibição, e o poder de proibir. Mas nunca é demais distinguir as duas coisas.

Os meus cumprimentos.

Unknown disse...

O pontificado de Pio IX foi um dos mais controversos da História do papado.

Mau, mas afinal o homem não é já beato e não anda um monte de católicos numa roda viva a chamar jacobinos e revisionistas históricos aos que objectam e obejctaram (o JPII queria fazê-lo santinho numa das revoadas, a ele e ao papa naxi, Pio XII) à sua canonização?

Que não senhor, ele tinha raptado a tal criança judia devido à bondade do seu coração e assim? Que o sílabo dos erros é muito bom sim, senhor e assado?

E não foi ele que inventou o dogma da infalibilidade papal e o da imaculada conceição?

Unknown disse...

Se a hellena que continua a insistir na admiração do Lisenko pelo Darwin (já agora, o Darwin recusou a oferta do Karl Marx para lhe prefaciar a origem das espécies, o Marx nunca pode com o Darwin a partir daí) percebo que não veja problemas numa cambada de fanáticos que acha que deve dar uma ajudinha à criação de guerras e caos para antecipar a vinda do seu Messias.

Mas isto sou eu que sou uma simples bióloga, que das humanidades gosto daquilo que é escrito para as pessoas perceberem. Gosto de ler o Desidério por isso, não tenho pachorra para artsies-fartsies...

Anónimo disse...

Rita
A afirmação de Pio XII como nazi está respondida noutra caixa de diálogo. É uma demonstração, até ao absurdo, de ignorância histórica. (Seja-me desculpada a dureza do termo.)
Quanto a Pio IX, já mostrei não ser da minha simpatia. Numa aula de Direito Natural, eu disse que não acreditava no dogma da infalibilidade. E apresentei as minhas razões. O professor, um jovem sacerdote, não se escandalizou de modo algum. Posso garantir-lhe que este é mesmo o dogma mais mal amado pelos católicos. No entanto, e ao contrário do que muita gente pensa, os dogmas são muito poucos, e não é a Igreja que os impõe aos católicos, antes declara como dignas de fé algumas crenças seculares. Há igrejas em Portugal dedicadas à Imaculada Conceição (bem como à Assunção)desde os tempos da fundação da nacionalidade, e, no entanto, só nos séculos XIX e XX, respectivamente, foram declarados mistérios dignos de ser acreditados.
Na doutrina da Igreja há proposições que obrigam em consciência: as que constam dos Evangelhos expressamente ditadas por Cristo; as que nascem de iniciativas do Vaticano não obrigam em consciência. É a distinção entre o direito divino e o direito eclesial.
Boa noite.

Unknown disse...

Daniel de Sá:

já lhe respondi na outra caixa de comentários. As decisões do Vaticano I sobre infalibilidade papal mantêm-se. Qualquer dia vai fazer companhia a Johann von Dollinger, excomungado por não as aceitar. Okay, ele também não aceitou o Sílabo dos Erros nem a Quanta Cura mas tenho a certeza que o Daniel também não o aceita

Alef disse...

Fico muito curioso em saber se a Rita compreende o que significa realmente o dogma da infalibilidade papal ou se também neste tema segue a ideia «popular» de que os católicos aceitam como infalível tudo quanto o papa diz, desde uma intervenção informal, a uma homilia ou a um discurso qualquer.

Pela sua insistência no assunto, temo o «pior». Talvez fosse bom lembrar que desde que o dogma da infalibilidade papal foi declarado, ele foi aplicado uma única vez. Porquê tanto alarido, Rita?

Este tema da infalibilidade papal e das definições «ex cathedra» tem sido debatido no Fórum Paroquias.org. Há ali materias que poderão interessar.

Alef

Anónimo disse...

Sabemos, por outro lado, que as imagens apocalípticas do discurso escatológico, a propósito do fim de todas as coisas, devem ser interpretadas na sua intensidade simbólica. Elas exprimem a precariedade do mundo e o soberano poder de Cristo, em cujas mãos está posto o destino da humanidade. A história caminha rumo à sua meta, mas Cristo não indicou qualquer prazo cronológico. Ilusórias e desviantes são, portanto, as tentativas de previsão do fim do mundo. Cristo só nos assegurou que o fim não acontecerá antes que a Sua obra salvífica tenha alcançado uma dimensão universal através do anúncio do Evangelho: «Esta Boa Nova do Reino será proclamada em todo o mundo para se dar testemunho diante de todos os povos. E então virá o fim» (Mt 24, 14).

Santo Padre João Paulo II, audiência, Quarta-feira 22 de Abril de 1998

Anónimo disse...

Rita, obrigada pelo seu comentário. Vou tentar ser clara.

Há que distinguir uma crença - seja ela qual for - de uma acção tipo "guerra e caos" para a impôr. Nos duzentos anos que correram entre 1789 e 1989, a estratégia "guerra e caos" foi, no Ocidente, essencialmente seguida por pessoas hostis às religiões.
Esse facto - vou agora repetir o meu argumento anterior - NÃO PODE ser usado para um argumento tipo "vêem como o ateísmo radical é perigoso?".

Da mesma forma, a existência de um ou vários grupos que tenham como objectivo "antecipar" a vinda de um Messias por meio de acções humanas não é um argumento a ser usado da forma "vêem como a religiosidade radical é perigosa?".

Tecnicamente, a ideia de "antecipar" ou "provocar" uma contecimento escatologico ou apocaliptico é uma ideia que releva de um dominio tradicionalmente designado por "magia negra". Casos como os suicidios colectivos de Waco, nos EUA, ou dos membros da Ordem do Templo Solar, na Suiça, relevam desta zona. NADA têm que ver com o cristianismo, em qualquer das suas formas, ou com o shi'ismo muçulmano. Pelo contrário.

A minha intervenção aqui (será útil dizer que não sou cristã nem muçulmana?) teve apenas este fim: já que a razão e a ciência, tal como apresentadas pelos autores deste blog, nos convidam a não acreditar na realidade da deusa Juno, mais atentos devemos estar, sempre, a não tomar a nuvem por ela. A actuação dos magos negros é perigosa, ainda que a magia seja uma falsa crença. A imposição de uma crença pelo recurso à fogueira é perigosa, ainda que o deus dessa crença exista mesmo. As crenças em si, por mais "radicais" que sejam, não o são.

Cumprimentos.

Espectadores disse...

Infelizmente, sempre que se vê falar no dogma da infalibilidade papal, vemos sempre ruído e confusão, quando a questão é relativamente clara.

Ponto 1: Os papas não "inventam" dogmas; os dogmas são fixações por escrito de conceitos doutrinários. A doutrina oral pré-existe à escrita. A formulação dogmática é apenas a atribuição de uma forma a uma essência doutrinal pré-existente.

Ponto 2: O papa é infalível sempre que se pronuncia "ex cathedra", ou seja, em matérias de fé e moral católica. Isto sucede apenas nestas situações, em declarações de teor pístico ou moral acerca da doutrina católica. Em tudo o resto, o papa pode falhar.

Ponto 3: Os papas são e sempre foram infalíveis nesta matéria, sempre que efectuaram pronunciações "ex cathedra", mesmo antes da proclamação oficial do dogma. Ou seja, a infalibilidade papal já existia antes da proclamação do dogma, o que infelizmente é ignorado por quem não conhece bem estas matérias. É, contudo, apenas uma questão de bom senso: a infalibilidade não surgiria no papado de Pio IX como que por magia

Ponto 4: a infalibilidade não advém do pontífice em si, como pessoa, mas sim do cargo de pontífice. É pelo facto de que a doutrina católica é vista pelos católicos como sendo de origem divina, ou seja, divinamente inspirada, que o seu teor é perente e imutável. Por esta razão, é infalível. Assim, não é como homem que o papa é infalível em matéria de doutrina, é pelo cargo que ocupa. É a Cadeira de Pedro que lhe confere a infalibilidade apenas na matéria doutrinal, cuja origem, para qualquer católico, não é humana.

Cumprimentos,

Bernardo Motta

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