sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O poder das mulheres


Destaque para a crónica de J.L. Pio Abreu no "Destak":

De vez em quando, o júri do Prémio Nobel pode enganar-se. Desta vez acertou em cheio. Ellen Johnson-Sirleaf, Leymah Gnowe, Tawakkul Karman, Prémio Nobel da Paz. O poder esclarecido das mulheres, quando o poder dos homens que governam se torna demente. Quis a natureza que os homens, tornados caçadores, se especializassem na liderança competitiva, enquanto as mulheres, preocupadas com a estabilidade necessária à sobrevivência da prole, se contentavam com o pacífico poder doméstico.

Hoje, porém, a nossa casa é o mundo. Governado por homens, a competição, a guerra, o roubo sem alma que beneficiava a tribo arrisca-se agora a destruir o planeta. É então altura de as mulheres entrarem em cena, sobretudo nos países que as discriminam. E sobretudo quando elas aceitam a sua condição feminina, pois é essa feminilidade que se torna uma mais-valia no poder. No seu livro A Princesa - Maquiavel para mulheres, Harriet Rubin mostrou as vantagens do poder feminino. É certo que foi criticada por alguns movimentos feministas, de mulheres ressentidas que se tornaram masculinas. Também existem mulheres destas no poder, mas não contam para a História.

Para além de tudo, caberá sempre às mulheres o poder de controlar o nascimento dos filhos. Nas culturas onde elas se emanciparam e acederam à cultura, a natalidade estabilizou. Está assim, na mão das mulheres, a capacidade de contrariar as profecias malthuseanas do crescimento populacional acelerado.

J. L. Pio de Abreu

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