Texto na sequência de um anterior:
Não sei se a comunicação social retrata a sociedade ou se é o retrato dela. Talvez as duas coisas… deve haver pensamento sobre o assunto que desconheço. Mas, tendo em conta algumas coisas que vejo e leio, a dupla possibilidade inquieta-me.
Esta consideração vem a propósito da fotografia, hoje publicada num jornal, de uma mãe que acabou de perder o filho único, de dez anos, por suicídio.
Como se a fotografia não fosse suficientemente explícita, além do nome, a legenda informava que ela “gritava de sofrimento”. Na versão on-line desse jornal dizia-se: "Saiba todos os pormenores na edição em papel…”. Isto para as pessoas sedentas de desgraça irem comprar o jornal?
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3 comentários:
E estes métodos jornalísticos são praticados pelas elites da sociedade, não pela populaça mais ou menos ignorante e alienada.
Que faria se fossem?
Ou talvez não!
Uma sociedade praticamente sem valores também se dá bem com o mau jornalismo e com a exposição do sofrimento alheio. A dor "chama" compradores e o dinheiro entra... Se ao menos tal servisse para uns momentos de reflexão!... Nada importa, já! Veja-se também como agiram os chineses (pelo menos dezoito deles), relativamente à criança atropelada... A indignação portuguesa é muito passageira... e interessa estar mais atento aos males alheios que aos nossos...
Já me faz lembrar o que outro dia ouvi no supermecado. A propósito de um pai que se atirara com o filho para baixo de um comboio, porque se estava a separar da mulher... Dizia um cliente a uma funcionária: "Ele fez aquilo porque não quis que o filho passasse dificuldades... Já vê, com a crise em que estamos..." A funcionária, viúva, respondeu: "Não diga uma coisa dessas, um filho é a coisa melhor e mais importante que podemos ter...". Eu, ouvi, de passagem e pensei "até já se compreende e justifica matar alguém por causa de problemas pessoais e da crise... alguém que não tem escolha, e que nada tem a ver com tais problemas!". É esta a sociedade que temos!... Eu, continuo a pensar que os que matam devem começar primeiro por si... e deixar viver os outros. Hoje parece que vivemos dentro de um filme, e então aceita-se tudo, com quanto mais sangue, tortura e tristeza, melhor! É pena!
Uma pena os meios de comunicação precisarem disso para se promover!!!
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