sexta-feira, 16 de setembro de 2011

DAS ROCHAS SEDIMENTARES (1)




Com a oportunidade do início de um novo ano lectivo, o Professor Doutor António Galopim de Carvalho, confrontado com as necessidades especiais de conteúdos apropriados para o ensino da Geologia, vem propor a divulgação de uma série de textos sob o título genérico "Das Rochas Sedimentares".

Assim, e com a devida vénia, passo a transcrever o início do primeiro texto, redireccionando o leitor, a certa altura, para o seu blogue http://sopasdepedra.blogspot.com/, onde poderá continuar a aprender geologia através de quem dela fez uma vida de excelência.

Comecemos.

"PROPOSTA DE UMA SÉRIE DE TEXTOS SOBRE ROCHAS SEDIMENTARES

Vai começar o novo ano lectivo e, sendo certo que grande número dos meus leitores são professores que ensinam geologia nas nossas escolas, julgo ser oportuno facultar-lhes textos que digam muito mais e de outros ângulos do que os estereotipados livros adoptados. É uma verdade indiscutível que o professor deve saber muito para além do nível exigível aos seus alunos. Só assim poderá envolvê-los na beleza que, sem excepção, sempre têm os temas a versar. Essa beleza existe e é necessário encontrá-la se quisermos motivar quem tem por dever de cidadania (e eu acrescento, obrigação) de aprender.
Assim, é meu propósito dar início a uma série de textos reformulados e actualizados a partir de livros meus disponíveis no mercado, a saber:

GEOLOGIA SEDIMENTAR, Vol. I – Sedimentogénese, Âncora Editora, Lisboa, 2003
GEOLOGIA SEDIMENTAR, Vol. II – Sedimentologia, Âncora Editora, Lisboa, 2005
GEOLOGIA SEDIMENTAR, Vol. III – Rochas Sedimentares, Âncora Editora, Lisboa, 2006

No sentido de concretizar este objectivo seria desejável conhecer, sobretudo, os comentários e as críticas dos destinatários. Por outro lado, gostaria que este projecto abrangesse o maior número possível de professores e, nesse sentido, conviria que os leitores dessem dele conhecimento aos seus colegas, numa cadeia que se pretende abarque o nosso universo escolar.
NOTA – Será conveniente começar por ler o texto “As páginas de um grande livro”, editado no «sopasdepedra.blogspot.com», no passado dia 21 de Agosto.

Sob o título geral “DAS ROCHAS SEDIMENTARES”, eis, pois, o primeiro dos textos.

CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES


Entre as classificações das rochas sedimentares, propostas a partir do terceiro quartel Século XIX (classificação de A. Lasaulx. 1875), umas privilegiam a descrição das características individuais observáveis e, neste caso, dizem-se descritivas, outras têm por base a origem das rochas, dizendo-se, então, genéticas. Um dos aspectos descritivos mais importantes é o que atende à natureza dos minerais constituintes das rochas, distribuídos entre:
herdados ou detríticos, transformados ou não durante o processo sedimentogenético;
neoformados ou singenéticos; gerados no decurso da diagénese (autigénicos, na expressão de muitos autores) quer precoce quer tardia e, neste caso, referida como metassomatose.

Todavia, certos aspectos genéticos, seguramente inferidos, valorizam a classificação. É nessa medida que algumas classificações são simultaneamente descritivas e genéticas.
A sistemática das rochas sedimentares que, depois de décadas de investigação e de ensino, permite uma visão de conjunto destas componentes essenciais da crosta terrestre e, ao mesmo tempo, elucida sobre as suas origem e natureza (dado que assenta, simultaneamente, em bases genéticas e composicionais), considera sete conjuntos ou classes, cujas designações referem o componente predominante, a saber:
rochas terrígenas, também consideradas alogénicas ou alóctones, na medida em que os seus componentes são oriundos de outros locais e, portanto, sofreram transporte até ao local de deposição;
rochas carbonatadas, incluindo calcários e dolomitos, entre os quais uns de origem orgânica, outros resultantes de processo químicos;
rochas siliciosas (ou silicitos), com exclusão das de origem detrítica; incluem apenas as biogénicas e as quimiogénicas;
rochas ferríferas, no geral, bioquimiogénicas;
rochas fosfatadas (ou fosforitos), ricas em fosfato de cálcio;
rochas salinas (ou evaporitos), resultantes da precipitação de sais (sulfatos, cloretos, entre outros) por evaporação das águas que os contêm em solução;
rochas carbonosas (ou caustobiólitos), incluindo carvões, petróleos, betumes e gás natural."

(Continue a ler aqui)

1 comentário:

Edson Carmo disse...

Gostei do blog.

Edson Carmo
http://edsoncarmo-amor.blogspot.com

A ARTE DE INSISTIR

Quando se pensa nisso o tempo todo, alguma descoberta se consegue. Que uma ideia venha ao engodo e o espírito desassossegue, nela se co...