sábado, 10 de setembro de 2011

O MAR DE D. JOÃO V EM VÉNUS




Não é novidade: Rómulo de Carvalho referiu o facto na sua "A Astronomia em Portugal no século XVIII" (está toda on-line), Henrique Leitão também na exposição "Estrelas de Papel" que esteve na Biblioteca Nacional, Cândido Marciano da Silva publicou um artigo sobre o assunto, etc.

Mas vale a pena recordar que o astrónomo italiano Francesco Bianchini (1662-1729), residente na cúria romana, deu a um dos "mares" de Vénus o nome de D. João V. De facto não são mares, pois se tratam de manchas temporárias na atmosfera densa daquele planeta. Mas o certo é que ficou o nome do rei Magnânimo num mapa publicado no seu livro "Hesperi et Phosphori. Nova phenomena..." (17 ), que contém as observações de Vénus. Esse livro é dedicado a D. João V, aparecendo o retrato do monarca no belo frontispício. O rei soube agradecer oferecendo-lhe um telescópio e outras benesses. O livro contém um mapa de Vénus também dedicado a D. João V.

D. João V não é o único nome português a aparecer no mapa de Vénus: há também o mar de D. Manuel, do Infante D. Henrique, para além de supostos acidentes geográficos com o nome de vários navegadores lusos (Castro, Cabral, Albuquerque, etc.). Um globo de Bianchini conservado no Museu de História de Ciência de Bolonha mostra também o mar de D. João V.

Em baixo, imagens do frontispício do livro (está todo on-line na biblioteca da ETH em Zurique; há uma moderna tradução inglesa esgotada), a ampliação da notável figura com o retrato régio e o mapa de Vénus (clicar para ver melhor).

2 comentários:

ana disse...

As imagens são belas. Parabéns pela existência on-line das obras!

Cláudia disse...

A cadência em que caminha
qual figura lhe atribui
é ciência por essência
que excelsa contribui!

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